Quantificação da biomassa e liteira em sistema agroflorestal com o cultivo da laranja azeda na Amazônia brasileira
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i5.15165Palavras-chave:
Citrus aurantium; Ingá edulis; Swietenia macrophylla.Resumo
O conhecimento da quantidade e composição da biomassa depositada é útil para planejar a gestão de nutrientes dos cultivos em sistemas agroflorestais. O objetivo deste trabalho foi avaliar a produção de biomassa e de liteira em dois sistemas agroflorestais com cultivos orgânicos e convencionais de laranja azeda. As áreas utilizam modelos de produção de laranja por monocultura e sob sistemas agroflorestais: o primeiro sistema agroflorestal é composto de fileiras de mogno brasileiro (Swietenia macrophylla K.) acompanhadas de fileiras duplas de laranjeiras (Citrus aurantium L.); o segundo sistema é composto por filas de ingá (Ingá edulis Mart.) acompanhadas por filas duplas de laranjeiras. Um desenho completamente aleatório foi utilizado num esquema fatorial 10x2, com 4 repetições. Os locais dentro dos sistemas de gestão foram organizados da seguinte forma: Sistema agroflorestal composto por árvores de mogno; Sistema agroflorestal de árvores Ingá; sistema convencional de monocultura de laranja azeda. As áreas em que a biomassa e a liteira foram recolhidos dentro dos sistemas foram: entre plantas da fileira de cultivo das espécies florestais que compõem o sistema; entre as fileiras da fileira de espécies florestais e a fileira de cultivo de laranjas; entre as plantas da fileira de cultivo da laranja; entre as filas da fila dupla do cultivo da laranja. Dois períodos foram analisados na experiência: os meses de menor e maior precipitação. Os sistemas agroflorestais promoveram maior biomassa e mais liteira para o solo em comparação com a monocultura. Desta forma, elas foram configuradas como uma prática benéfica para o solo em cultivos de laranja azeda na Amazônia brasileira.
Referências
Alvares, C. A., Stape, J. L., Sentelhas, P. C., Goncalves, J. L. M. & Sparovek, G. (2013). Koppen’s climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift, 22, 711-728.
Bendel, J. & Stephens, T. (2020). Turning to international litigation to protect the Amazon? RECIEL. Early View.
Bradford, M. A., Jones, T. H., Bardgett, R. D., Black, H. I. J., Boag, B. & Bonkowski, M. et al. (2002). Impactos de la composición de las comunidades de fauna del suelo en los ecosistemas de pastizales modelo. Science, 298, 615–617.
Casagrande, E., Recanati, F., Rulli, M. C., Bevacqua, D. & Melia, P. (2021). Water balance partitioning for ecosystem service assessment. A case study in the Amazon. Ecological Indicators, 121, 107-155.
Celentano, D., Zahawi, R. A., Finegan, B., Casanoves, F., Ostertag, R., Cole, R. J. & Holl, K. D. (2011). Restauración ecológica de bosques tropicales en Costa Rica: efecto de varios modelos en la producción, acumulación y descomposición de hojarasca. Revista de Biología Tropical, 5(3), 1323-1336.
CONAB. (2021). Companhia Nacional de Abastecimento. Laranja – Análise mensal. Brasília: Conab. http://www.conab.gov.br
Costa, B. C., Suzuki, P. M., Martins, W. B. R., Andrade, V. M. S. & Oliveira, F. A. (2017). Dinâmica da massa seca e propriedades químicas da liteira em Virola surinamensis e floresta sucessional na Amazônia oriental. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, 12(1), 23-28.
Correia, R. G., Martins, W. B. R., Oliveira, F. A., Dionisio, L. F. S., Neves, R. L. P. & Batista, T. F. V. (2018). Production and decomposition of litter in different mahogany (Swietenia macrophylla King) cropping systems. Brazilian Journal of Wood Science, 9(2), 103-110.
FAO. (2021). Food and Agriculture Organization of the United Nations. Production quantities of Oranges by country. http://www.fao.org/
Fernandes, F. C. S. & Scaramuzza, W. L. M. P. (2007). Produção e decomposição de liteira em fragmento florestal em Campo Verde, MT. Revista de Ciências Agrárias, 1(1).
Gazolla-Neto, A., Aumonde, T. Z., Pedó, T., Olsen, D. & Villela, F. A. (2013). Ação de níveis de luminosidade sobre o crescimento de plantas de maria-pretinha (Solanum americanum Mill.). Revista Brasileira de Biociências, 11(1), 88-92.
Hansen, K., Vesterdal, L., Schmidt, I. K., Gundersen, P., Sevel, L., Basturp-Birk, A., Pedersen, L. B. & Bille-Hansen, J. (2009). Litterfall and nutrient return in five tree species in a common garden experiment. Forest Ecology and Management, 257, 2133–2144.
Kotowska, M. M., Leuschner, C., Triadiati, T. & Hertel, D. (2016). Conversion of tropical lowland forest reduces nutrient return through litterfall and alters nutrient use efficiency and seasonality of net primary production. Oecologica, 180, 601-618.
Mvondo, E. A., Ndo, E. G. D., Bieng, M. A. N., Ambang, Z., Manga, B., Cilas, C., Manga, M. L. T. & Nomo, L. B. (2019). Assessment of the interaction between the spatial organization of citrus trees populations in cocoa agroforests and Phytophthora foot rot disease of citrus severity. Agroforestry System, 93, 493–502.
Oro, F. Z., Bonnot, F., Ngo-Bieng, M. A., Delaitre, E., Dufour, B. P., Ametefe, K. E., Mississo, E., Wegbe, K., Muller, E. & Cilas, C. (2012). Spatiotemporal pattern analysis of Cacao swollen shoot virus in experimental plots in Togo. Plant Pathology, 61(6), 1043–1051.
Perez-Flores, J., Perez, A. A., Suarez, Y. P., Bolaina, V. C. & Quiroga, A. L. (2018). Leaf litter and its nutrient contribution in the cacao agroforestry system. Agroforestry System, 92, 365–374.
Poorter, H., Niinemets, U., Ntagkas, N., Siebenkas, A., Maarit, M., Matsubara, S. & Pons, T.L. (2019). A meta-analysis of plant responses to light intensity for 70 traits ranging from molecules to whole plant performance. New Phytologist, 223, 1073–1105.
Ratnadass, A., Fernandes, P., Avelino, J. & Habib, R. (2012). Plant species diversity for sustainable management of crop pests and diseases in agroecosystems. Agronomy for Sustainability Development, 32, (1), 273–303.
Schlesinger, W. H. & Andrews, J. A. (2000). Soil respiration and the global carbon cycle. Biogeochemistry, 48, 7–20.
Souza, F. F. C., Mathai, P. P., Pauliquevis, T., Balsanelli, E., Pedrosa, F. O. & Souza, E. M. (2021). Influence of seasonality on the aerosol microbiome of the Amazon rainforest. Science of the Total Environment, 760(144092).
Stocker, C. M., Bamberg, A. L., Stump, L., Monteiro, A. B., Cardoso, J. H. & Lima, A. C. R. (2020). Short-term soil physical quality improvements promoted by an agroforestry system. Agroforestry System, 94, 2053–2064.
Szott, L. T., Palm, C. A. & Davey, C. B. (1994). Biomass and litter accumulation under managed and natural tropical fallows. Forest Ecology and Management, 67, 177-190.
Taiz, L., Zeiger, E., Moller, I. & Murphy, A. (2017). Plant physiology and development. (6a ed.), Artmed.
Tao, J., Liu, X., Liang, Y., Niu, J., Xiao, Y. & Gu, Y., et al. (2017). Maize growth responses to soil microbes and soil properties after fertilization with different green manures. Applied Microbiology and Biotechnology, 101, 1289–1299.
Tonin, A. M., Gonçalves, J. F., Bambi, P., Couceiro, S. R. M., Feitoza, L. A. M. & Fontana, L. E. et al. (2017). Plant litter dynamics in the forest-stream interface: precipitation is a major control across tropical biomes. Scientific Reports, 7(e10799).
USDA. (2021). United States Department of Agriculture. Citrus: World Markets and Trade. Foreign Agricultural Service. Available in: https://www.usda.gov/
Xu, Q., Chen, L., Ruan, X., Chen, D., Zhu, A. & Chen, C. et al. (2013). The draft genome of sweet orange (Citrus sinensis). Nature Genetics, 45(1), 59-67.
Zalamea, M. & González, G. (2008). Leaffall phenology in a subtropical wet forest in Puerto Rico: from species to community patterns. Biotropica, 40(3), 295-304.
Zhang, H., Yuan, W., Dong, W. & Liu, S. (2014). Seasonal patterns of litterfall in forest ecosystem worldwide. Ecological Complexity, 20, 240-247.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Pedro Paulo da Costa Alves Filho; Osvaldo Ryohei Kato; Jessivaldo Rodrigues Galvão; Rubson da Costa Leite; Leonardo de Almeida Oliveira; Joel Correa de Souza

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.