Estimativa sexual de crânios brasileiros utilizando análise discriminante de mensurações cranianas
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i10.18760Palavras-chave:
Crânio; Análise para determinação do sexo; Antropologia forense; Odontologia forense.Resumo
O presente estudo teve como objetivo avaliar a acurácia das medidas cranianas para estimativa do sexo na população brasileira e desenvolver fórmulas discriminantes com uma tabela de referência a ser usada como referência nos estudos da Antropologia Forense brasileira. A amostra total foi composta por 100 crânios de amostra osteológica e 200 tomografias computadorizadas de indivíduos vivos. O protocolo da medida compreendeu 51 medições cranianas e foi baseado em 29 marcos cranianos. Os resultados da comparação univariada das medidas cranianas mostraram uma média maior para crânios masculinos, exceto para as seguintes variáveis: largura zigoorbital (diff = -2,21), largura interorbital (diff = -0,72), largura nasal (diff = -0,19) e largura palatal (diff = -0,01). A análise do teste t pareado mostrou que as variáveis com maior dimorfismo sexual foram comprimento máximo do crânio (p <0,001), altura do Basion-Bregma (p <0,001), comprimento da base do crânio (p <0,001), altura nasal (p <0,001), largura bizigomática (p <0,001), comprimento de Porion-Mastoidale esquerdo (p <0,001), comprimento de Asterion-Mastoidale direito (p <0,001), comprimento de mastoide direita (p <0,001) e esquerda (p <0,001). A análise discriminante multivariada das medidas cranianas da amostra brasileira mostrou um percentual de acerto entre 82-90%. As fórmulas de regressão e a tabela de referência apresentaram resultados satisfatórios para estimativa de sexo em uma população brasileira. O processo de validação das funções discriminantes e da tabela de referência apresentou um percentual de acerto entre -74,2-85,7%. A análise das variáveis métricas mostrou que há dimorfismo sexual entre os crânios da amostra analisada.
Referências
Cattaneo C (2007) Forensic anthropology: developments of a classical discipline in the new millennium. Forensic Science International 165: 185-193.
Cunha, E., & van Vark, G. N. (1991) The construction of sex discriminant functions from a large collection of skulls of known sex. International Journal of Anthropology 6: 53-66.
Dayal, M. R., Spocter, M. A., & Bidmos, M. A. (2008) An assessment of sex using the skull of black South Africans by discriminant function analysis. HOMO - Journal of Comparative Human Biology 59: 209-221.
de Moura, R. R., Coelho, A. V. C., Balbino, V. Q., Crovella, S., & Brandão, L. A. C. (2015) Meta-analysis of Brazilian genetic admixture and comparison with other Latin America countries. American Journal of Human Biology 27: 674-680.
de Oliveira, O. F., Tinoco, R. L. R., Daruge Júnior, E., Terada, A. S. S. D., da Silva, R. H. A. et al. (2012) Sexual dimorphism in Brazilian human skulls: discriminant function analysis. The Journal of Forensic Odonto-Stomatology 30: 26-33.
Dirkmaat, D. C., Cabo, L. L., Ousley, S. D., & Symes S. A. (2008) New perspectives in forensic anthropology. American Journal of Physical Anthropology Suppl 47: 33-52.
Dong, H. M., Deng, M. H., Wang, W. P., Zhang, J., Mu, J. et al. (2015) Sexual dimorphism of the mandible in a contemporary Chinese Han population. Forensic Science International 255: 9-15.
Edwards, K., Viner, M. D., Schweitzer, W., & Thali, M. J. (2013) Sex determination from the foramen magnum. Journal of Forensic Radiology and Imaging 1: 186-192.
Ekizoglu, O., Hocaoglu, E., Inci, E., Can, I. O., Solmaz, D. et al. (2016) Assessment of sex in a modern Turkish population using cranial anthropometric parameters. Legal Medicine 21: 45-52.
Fatah, E. E. A., Shirley, N. R., Jantz, R. L., & Mahfouz, M. R. (2014) Improving Sex Estimation from Crania Using a Novel Three-dimensional Quantitative Method. Journal of Forensic Sciences 59: 590-600.
Franklin, D., Cardini, A., Flavel A., & Kuliukas A. (2013) Estimation of sex from cranial measurements in a Western Australian population. Forensic Science International 229: 158 e151-158.
Franklin, D., Freedman, L., & Milne, N. (2005) Sexual dimorphism and discriminant function sexing in indigenous South African crania. HOMO - Journal of Comparative Human Biology 55: 213-228.
Galdames, I. C. S., Russo, P. R., Matamala, D. A. Z., & Smith, R. L. (2009) Sexual Dimorphism in the Foramen Magnum Dimensions. International Journal of Morphology 27: 21-23.
Gapert, R., Black, S., & Last. J. (2009) Sex determination from the foramen magnum: discriminant function analysis in an eighteenth and nineteenth century British sample. International Journal of Legal Medicine 123: 25-33.
Ilguy, D., Ilguy, M., Ersan, N., Dolekoglu, S., & Fisekcioglu, E. (2014) Measurements of the Foramen Magnum and Mandible in Relation to Sex Using CBCT. Journal of Forensic Sciences 59: 601-605.
Inoue, M., Inoue, T., Fushimi, Y., & Okada, K. (1992) Sex determination by discriminant function analysis of lateral cranial form. Forensic Science International 57: 109-117.
Kamath, V. G., Asif, M., Shetty, R., & Avadhani R. (2015) Binary Logistic Regression Analysis of Foramen Magnum Dimensions for Sex Determination. Anatomy Research International: 9.
Kanchan, T., Gupta, A., & Krishan, K. (2013) Estimation of sex from mastoid triangle – A craniometric analysis. Journal of Forensic and Legal Medicine 20: 855-860.
Kent, M., Santos, R. V., & Wade P. (2014) Negotiating Imagined Genetic Communities: Unity and Diversity in Brazilian Science and Society. American Anthropologist 116: 736-748.
Konigsberg, L. W., Algee-Hewitt, B. F. B., & Steadman, D. W. (2009) Estimation and evidence in forensic anthropology: Sex and race. American Journal of Physical Anthropology 139: 77-90.
Kranioti, E. F., Iscan, M. Y., & Michalodimitrakis, M. (2008) Craniometric analysis of the modern Cretan population. Forensic Science International 180: 110 e111-115.
Matamala, D. A. Z., Galdames, I. C. S., & Smith, R. L. (2009) Sexual Dimorphism Determination from the Lineal Dimensions of Skull. International Journal of Morphology 27: 133-137.
Ousley, S., Jantz, R., & Freid, D. (2009) Understanding race and human variation: Why forensic anthropologists are good at identifying race. American Journal of Physical Anthropology 139: 68-76.
Pena, S. D. J., Di Pietro, G., Fuchshuber-Moraes, M., Genro, J. P., Hutz, M. H. et al. (2011) The Genomic Ancestry of Individuals from Different Geographical Regions of Brazil Is More Uniform Than Expected. PLoS ONE 6: e17063.
Raghavendra Babu, Y. P., Kanchan, T., Attiku, Y., Dixit, P. N., & Kotian, M. S. (2012) Sex estimation from foramen magnum dimensions in an Indian population. Journal of Forensic and Legal Medicine 19: 162-167.
Saini, V., Srivastava, R., Rai, R. K., Shamal, S. N., Singh, T. B. et al. (2011) An Osteometric Study of Northern Indian Populations for Sexual Dimorphism in Craniofacial Region. Journal of Forensic Sciences 56: 700-705.
Saini, V., Srivastava, R., Rai, R. K., Shamal, S. N., Singh, T. B. et al. (2012) Sex Estimation from the Mastoid Process Among North Indians*. Journal of Forensic Sciences 57: 434-439.
Traithepchanapai, P., Mahakkanukrauh, P., & Kranioti, E. F. (2016) History. research and practice of forensic anthropology in Thailand. Forensic Science International 261: 167 e161-166.
Uthman, A. T., Al-Rawi, N. H., & Al-Timimi, J. F. (2012) Evaluation of foramen magnum in gender determination using helical CT scanning. Dentomaxillofacial Radiology 41: 197-202.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Thais Torralbo Lopez Capp; Luiz Airton Saavedra de Paiva; Marcio Yara Buscatti; Edgard Michel Crosato; Maria Gabriela Haye Biazevic

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.