Nietzsche e a construção do diagnóstico da temporalidade moderna tardia: o apequenamento do último homem nos mecanismos impessoais do trabalho moderno
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i7.30009Palavras-chave:
Último homem; Pequenos prazeres; Trabalho; Nietzsche.Resumo
Seria possível identificarmos em nossas ações contemporâneas traços vinculadores com processos históricos mais amplos que ainda estariam em curso? Por mais que consideremos a especificidade de nossas vivências contemporâneas não é possivel deixar de reconhecer coincidências preocupantes que nos vinculam aos tipos humanos avaliados pela crítica do olhar reflexivo de certas tradições filosóficas, aqui circunscrita à filosofia nietzscheana. O objetivo deste artigo é nos servimos da análise de algumas passagens em Nietzsche para nos auxiliar na tarefa de desvelarmos o significado do modo pueril de vida contemporâneo, afeito a uma tacanha doutrina da felicidade e da virtude que uniformizam suas ações e retiram suas possibilidades de desenvolverem uma direção própria segundo as exigências de suas singularidades. Nietzsche denominou seus contemporâneos como os “últimos homens”, aqueles que, segundo Zaratustra, “não sabem o que é amor, o que é criação, o que é anseio, mas dizem que inventaram a felicidade”, ou aqueles que “reduziram o trabalho a um passatempo, desistiram do que é penoso, conquistaram segurança e conforto, consideram que todos são iguais e vivem para os pequenos prazeres”. Quais caminhos percorre Nietzsche para compor seu juízo e apresentar este tipo humano rebaixado? Nós nos serviremos de dois fatos recentes e completamente distantes em sua localização geográfica e em sua dimensão política ocorridos, nos anos de 2021 e 2022, para ilustrar nossa condição contemporânea similar de apequenamento: o que a brincadeira de um grupo de crianças pode ter relação com o resultado das eleições presidenciais francesas?
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