Noma em Paciente sem Envolvimento Sistêmico
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i1.48022Palavras-chave:
Noma; Necrose gengival; Periodontite.Resumo
Noma, também conhecida como Cancrum oris ou estomatite gangrenosa, é uma doença infecciosa de origem bacteriana, frequentemente associada a outros microrganismos, afetando tecidos orofaciais e se manifestando por meio de uma sequência de precursores. Começa como gengivite necrosante e progride para periodontite necrosante e estomatite necrosante. Em estágios avançados, pode levar a mutilações faciais, dificuldade para comer e sofrimento psicológico devido ao estigma social. Não tratada, pode resultar em uma taxa de mortalidade de até 90%, principalmente devido à sepse, desidratação e desnutrição. Quando tratada precocemente, o prognóstico é favorável e, ao tratar seus precursores, dificilmente atinge estágios graves. A doença é frequentemente associada a crianças em condições sociais empobrecidas, sistemas imunológicos enfraquecidos e desnutrição, especialmente em regiões com baixos índices de desenvolvimento humano, como a África Sub-saariana, embora alguns casos tenham sido relatados em outros lugares. O tratamento envolve várias fases, incluindo desbridamento de áreas necróticas, antibióticos, enxaguatórios bucais antimicrobianos e terapia periodontal de suporte. Apesar da raridade, a infecção também pode ocorrer em países desenvolvidos e acometer pacientes adultos, às vezes sem con-dições de saúde subjacentes. O objetivo deste artigo é relatar um caso clínico de noma em um homem de 31 anos, sem en-volvimento sistêmico, que procurou tratamento no Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil, devido a um aumento de volume na região submentoniana. Após internação, controle do bio-filme e cuidados pós-operatórios, houve melhora satisfatória do quadro clínico.
Referências
Ahern, D. C., Schweitzer, C. M., Castro, A. L. de, Coclete, G. A., Okamoto, A. C., & Gaetti-Jardim Jr, E. (2014). Susceptibilidade antimicrobiana ao metronidazol de microrganismos isolados de periodontite crônica e agressiva. Archives of Health Investigation, 3(1), 8-14.
Baratti-Mayer, D., Gayet-Ageron, A., Hugonnet, S., Françoism P., Pittet-Cuenod, B., Huyghe, A., et al. (2013). Risk factors for noma disease: a 6-year, prospective, matched case-control study in Niger. The Lancet Global Health, 1(2), e87-e96.
Brandão, J. F., Garcia, S. G. M., Zago, P. M. W., & Tognetti, V. M. (2022). O uso de antibióticos como adjuvante no tratamento da periodontite. Revista Ensaios Pioneiros, 6(2), 33-45.
Dholam, K. P., Parkar, S. P., Dugad, J. A., Kharade, P. P., Shinde, A. A., & Gurav, S. V. (2022). Development of a psychosocial perception scale and comparison of psychosocial perception of patients with extra oral defects before and after facial prosthesis. Journal of Prosthetic Dentistry, 128(6), 1398–1404.
Engels, D., & Zhou, X. N. (2020). Neglected tropical diseases: an effective global response to local poverty-related disease priorities. Infectious Diseases of Poverty, 9(1), 10.
Feller, L., Khammissa, R. A. G., Altini, M., & Lemmer, J. (2019). Noma (cancrum oris): An unresolved global challenge. Periodontology 2000, 80(1), 189-199.
Feller, L., Lemmer, J., & Khammissa, R. A. G. (2022). Is noma a neglected/overlooked tropical disease? Transactions of The Royal Society of Tropi-cal Medicine and Hygiene, 116(10), 884–888.
Gasner, N. S., & Schure, R. S. (2024). Necrotizing Periodontal Diseases. StatPearls. StatPearls Publishing.
Khammissa, R. A. G., Lemmer, J., & Feller, L. (2022). Noma staging: a review. Tropical Medicine and Health, 50(1), 40.
Luchian, I., Goriuc, A., Martu, M. A., & Covasa, M. (2021). Clindamycin as an Alternative Option in Optimizing Periodontal Therapy. Antibiotics, 10(7), 814.
Maley, A., Desai, M., & Parker, S. (2014). Noma: A disease of poverty presenting at an urban hospital in the United States. Journal of the American Academy of Dermatology Case Reports, 1(1), 18-20.
Masipa, J. N., Baloyi, A. M., Khammissa, R. A., Altini, M., Lemmer, J., & Feller, L. (2013). Noma (cancrum oris): a report of a case in a young AIDS patient with a review of the pathogenesis. Head and Neck Pathology, 7(2), 188–192.
Nolte, S. H. (2021). From trench mouth to noma: Experiences from Nazi extermination camps. Clinical of Dermatology, 39(6), 990-995.
Ogunleye, R., Ukoha, O., Nasterska, W., McColl, E., Dantata, F., & Adetula, I. (2022). Necrotising periodontal diseases: an update on classification and management. British Dental Journal, 233(10), 855-858.
Pereira A. S. et al. (2018). Metodologia da pesquisa científica. [free e-book]. Santa Maria/RS. Ed. UAB/NTE/UFSM.
Schneidereit, N. G., Silva, K. M. R., Barra, R. H. D., Okamoto, A. C., Jardim, E. C. G., Schweitzer, C. M., & Jardim Júnior, E. G. (2023). Resistência ao metronidazol entre anaeróbios obtidos de amostras de água 'in natura' e de espécimes clínicos bucais. Ciência Brasileira: Múltiplos olhares - Nutrição, Biologia, Biomedicina e Meio Ambiente.
Silva, D. F, Silva, H. M. C, Silva, L. D. S. S, Ferreira, A. B. S, Silva, C, K, M, Biagiote, J. A. C. D. S & Cota, A. L. S (2020). Aspectos relevantes sobre a doença noma e a importância do conhecimento pelos cirurgiões-dentistas: revisão integrativa. Research, Society and Development, 9(7): 1-18, e745975393.
Singh, M., Samal, D., & Kar, I. B. (2024). Noma in an 18 months Toddler: A Rare Case Report with Review of Literature. Journal of maxillofacial and oral surgery, 23(2), 320–327. https://doi.org/10.1007/s12663-023-02046-8.
Tkacz, K., Gill, J., & McLernon, M. (2021). Necrotising periodontal diseases and alcohol misuse - a cause of osteonecrosis? British Dental Journal, 231(4), 225–231.
Whiteson, K. L., Lazarevic, V., Tangomo-Bento, M., Girard, M., Maughan, H., Pittet, D., et al. (2014). Noma affected children from Niger have distinct oral microbial communities based on high-throughput sequencing of 16S rRNA gene fragments. PLoS neglected tropical diseases, 8(12), e3240.
WHO. (2017). Brochura informativa para a detecção e tratamento precoces do NOMA: O noma é uma doença grave. É curável se for detectada a tempo! Escritório Regional da OMS.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Vinícius Cezak Santos; Rafael Ferreira; Gleyson Kleber do Amaral Silva; Gustavo Silva Pelissaro; Elerson Gaetti-Jardim Júnior; Ellen Cristina Gaetti-Jardim

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.