A ausência do Ensino Investigativo nos currículos vigentes da formação de professores de Biologia
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i3.48380Palavras-chave:
Currículo; Diretrizes Curriculares Nacionais; Ensino Investigativo; Ensino de Ciências; Ensino Superior.Resumo
Cada vez mais, autores têm defendido a necessidade de uma renovação na educação científica. Nesse entremeio, uma renovação na formação de professores torna-se crucial. Para que essa realidade seja abrangente e universal, demanda-se sua presença nos currículos. O objetivo deste artigo discorrer sobre a presença do Ensino Investigativo (EI) na construção dos currículos da formação inicial docente em Ciências Biológicas de três Instituições de Ensino Superior públicas de Formação de Professores, do Estado do Piauí, e apresenta como o EI é contemplado nesses documentos, e também no currículo norteador da Educação Básica e da Formação de Professores brasileiro.Destarte, esse trabalho é resultado de uma pesquisa qualitativa, parte de trabalho de Tese de Doutorado do Programa de Pós – Graduação em Ensino de Ciências da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. Os dados foram obtidos por Análise Documental dos Projetos Pedagógicos de Cursos de três Instituições Públicas de Formação de Professores do estado do Piauí e dos documentos nacionais norteadores da Educação na busca por elementos que versassem sobre o Ensino Investigativo nos currículos de formação de professores. Os dados foram interpretados à luz da Análise do Discurso de Eni Orlandi. Consideramos que as diretrizes nacionais, apesar do discurso de renovação, têm oportunizado pouca margem para a liberdade intelectual na educação preconizada pelo EI. A forma como ocorreu sua implantação também gerou muitas divergências e sofrimentos dos currículos de formação de professores.
Referências
Bachelard, G. (1938). A formação do espírito científico. Tradução de Estela dos Santos Abreu. Rio de janeiro: Contraponto, 1938
Bazzo, V., & Scheibe, L. (2019). De volta para o futuro... retrocessos na atual política de formação docente. Retratos da escola, 13(27), 669-684.
Bomfim, A. M. D., Vieira, V., & Deccache-Maia, E. (2018). A crítica da crítica dos mestrados profissionais: uma reflexão sobre quais seriam as contradições mais relevantes. Ciência & Educação (Bauru), 24, 245-262.
Brasil (2014). Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da Educação. Acesso em Outubro, 13, 2023, em https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm
Brasil. (2015). Projeto Pedagógico de Curso: Licenciatura em Ciências Biológicas, 2015. Acesso em Outubro, 13, 2023, em https://www.ifpi.edu.br/floriano/o-campus/cursos/licenciatura/ciencias-biologicas
Brasil (2011). Projeto Pedagógico de Curso: Licenciatura em Ciências Biológicas, 2011. Acesso em Outubro, 13, 2023, em https://ufpi.br/ciencias-biologicas
Brasil (2018). Projeto Pedagógico de Curso: Licenciatura em Ciências Biológicas, 2018. Acesso em Outubro, 13, 2023, em http://cead.ufpi.br/index.php/ciencias-biologicas
Brasil (2019) Define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de Professores para a Educação Básica e institui a Base Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica (BNC-Formação). Brasília. Acesso em Novembro, 13, 2023 em http://portal.mec.gov.br/docman/dezembro-2019-pdf/135951-rcp002-19/file
Cachapuz, A., Gil-Perez, D., Carvalho, A. M. P. D., Praia, J., & Vilches, A. (2005). A necessária renovação do ensino de ciências. São Paulo: Cortez.
Calixto, V. S., & Oliveira, A. M. (2022). Entre o presente e o futuro: adaptações da matriz curricular do curso de licenciatura em química da UFGD frente aos (novos?) documentos normativos. Revista Debates em Ensino de Química, 8(2), 158-175.
Carvalho, A. M. P. D., & Gil-Pérez, D. (2011). Formação de professores de ciências: tendências e inovações. São Paulo: Cortez.
Carvalho, A. M. P. (2021). Ensino por investigação: As Pesquisas que desenvolvemos no LaPEF. Experiências em Ensino de Ciências, 16(3), 1-19.
Carvalho, A. M. P. D. (2013). O ensino de ciências e a proposição de sequências de ensino investigativas. Ensino de ciências por investigação: condições para implementação em sala de aula. São Paulo: Cengage Learning, 1, 1-19.
Carvalho, A. M. P. (2018). Fundamentos teóricos e metodológicos do ensino por investigação. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, 765-794.
Carvalho, A. M. P. (2010). Ensino de Física. São Paulo: Cengage Learning. Coleção ideias em ação.
Dewey, J. (2023). Experiência e educação. Editora vozes
Diniz-Pereira, J. E. (2014). Da racionalidade técnica à racionalidade crítica: formação docente e transformação social. Perspectivas em Diálogo: revista de educação e sociedade, 1(1), 34-42.
Diniz-Pereira, J. E. (2021). Nova tentativa de padronização dos currículos dos cursos de licenciatura no Brasil: a BNC-Formação. Revista Práxis Educacional, 17(46), 53-71
Ferreira, M. S., & Moreira, A. F. B. (2001). A história da disciplina escolar ciências nas dissertações e teses brasileiras no período 1981-1995. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências, 3(2), 133-144.
Gil, A. C. (1999). Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas.
Lopes, A. C. (2014). Apostando na produção contextual do currículo. A BNCC na contramão do PNE, 2024, 23-27.
Ludke, M., & André, M. (1986). Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. Em Aberto, 5(31).
Moreira, A. F. B. (2001). Currículo, cultura e formação de professores. Educar em revista, (17), 39-52.
Nóvoa, A. (2012). Devolver a formação de professores aos professores. Cadernos de Pesquisa em Educação, 11-11.
Orlandi, E. P. (2012). Análise de discurso: princípios & procedimentos. Pontes.
Pimenta, S. G. (2006). Professor reflexivo: construindo uma crítica. Professor Reflexivo no Brasil: gênese e crítica de um conceito. São Paulo: Cortez.
Rodrigues, L. Z., Pereira, B., & Mohr, A. (2020). O documento “Proposta para Base Nacional Comum da Formação de Professores da Educação Básica” (BNCFP): dez razões para temer e contestar a BNCFP. Revista Brasileira de pesquisa em Educação em Ciências, 1-39.
Sacristán, J. G. (2013). Saberes e incertezas sobre o currículo. Penso Editora.
Sasseron, L. H. (2015). Alfabetização científica, ensino por investigação e argumentação: relações entre ciências da natureza e escola. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências (Belo Horizonte), 17, 49-67.
Silva, D. G. O. D., Silva, S. V. D., Rabelo, J. J., & Segundo, M. D. D. M. (2024). A Retomada das Competências no Currículo Conforme a Proposta da BNC-Formação Docente no Brasil: mais do mesmo?. Revista e-Curriculum, 22.
Tardif, M. (2008). Princípios para guiar a aplicação dos programas de formação inicial para o ensino. Encontro nacional de didática e pratica de ensino, 14, 17-46.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Thâmara Chaves Cardoso; Vera de Mattos Machado

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.