Impacto da estimulação cerebral profunda e dos antiparkinsonianos na qualidade de vida e progressão da Doença de Parkinson: Uma análise crítica da literatura
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i5.48766Palavras-chave:
Doença de Parkinson; Estimulação cerebral profunda; Levodopa; Qualidade de vida.Resumo
A Doença de Parkinson (DP) é uma condição neurodegenerativa progressiva que afeta milhões globalmente, marcada por sintomas motores e não motores devido à perda de neurônios dopaminérgicos. Embora medicamentos como a levodopa sejam eficazes inicialmente, seu uso prolongado pode causar complicações motoras. A Estimulação Cerebral Profunda (ECP) surge como uma alternativa terapêutica para casos refratários, modulando circuitos neuronais específicos. Esta revisão narrativa analisou três estudos publicados entre 2020 e 2024, que compararam ECP e tratamento medicamentoso na DP. Os dados indicam que a ECP, especialmente quando aplicada ao núcleo subtalâmico (STN) ou globo pálido interno (GPi), proporciona aumento significativo no tempo “on” sem discinesias, melhora da qualidade de vida e redução de até 65% na dose de levodopa. Esses benefícios motores podem durar até 10 anos, embora sintomas não motores continuem a evoluir. A ECP não tem efeito neuroprotetor, mas demonstra custo-efetividade a longo prazo, especialmente com intervenção precoce. A seleção criteriosa dos pacientes é essencial, considerando fatores como idade, resposta à levodopa e comorbidades, devido a possíveis complicações cirúrgicas e neuropsiquiátricas. Apesar de não alterar a progressão da doença, a ECP apresenta impacto funcional relevante e pode ser aprimorada com o uso futuro de sistemas adaptativos baseados em biomarcadores. Conclui-se que a ECP é superior ao tratamento medicamentoso isolado na DP avançada, reforçando a necessidade de mais estudos sobre sua aplicação personalizada e em combinação com terapias modificadoras da doença.
Referências
Ahlskog, J. E., & Muenter, M. D. (2001). Frequency of levodopa-related dyskinesias and motor fluctuations as estimated from the cumulative literature. Movement Disorders, 16(3), 448-458.
Armstrong, M. J., & Okun, M. S. (2020). Diagnosis and treatment of Parkinson disease: A review. JAMA, 323(6), 548-560.
Braak, H., Del Tredici, K., Rüb, U., de Vos, R. A., Jansen Steur, E. N., & Braak, E. (2003). Staging of brain pathology related to sporadic Parkinson’s disease. Neurobiology of Aging, 24(2), 197-211.
Connolly, B. S., & Lang, A. E. (2014). Pharmacological treatment of Parkinson disease: A review. JAMA, 311(16), 1670-1683.
Deuschl, G., Schade-Brittinger, C., Krack, P., Volkmann, J., Schäfer, H., Bötzel, K., ... & Voges, J. (2006). A randomized trial of deep-brain stimulation for Parkinson’s disease. New England Journal of Medicine, 355(9), 896-908.
Dorsey, E. R., Elbaz, A., Nichols, E., Abd-Allah, F., Abdelalim, A., Adsuar, J. C., ... & Murray, C. J. L. (2018). Global, regional, and national burden of Parkinson’s disease, 1990–2016: A systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2016. The Lancet Neurology, 17(11), 939-953.
Fahn, S. (2015). The medical treatment of Parkinson disease from James Parkinson to George Cotzias. Movement Disorders, 30(1), 4-18.
Hacker, M. L., Turchan, M., Heusinkveld, L. E., Currie, A. D., Millan, S. H., Molinari, A. L., ... & Charles, D. (2020). Deep brain stimulation in early-stage Parkinson disease: Five-year outcomes. Neurology, 95(4), e393-e401.
Jakobsen, J. C., Nielsen, E. E., Feinberg, J., Katakam, K. K., Fobian, K., Hauser, G., ... & Gluud, C. (2024). Deep brain stimulation for Parkinson’s disease: Systematic review with meta-analysis and trial sequential analysis. BMJ Medicine, 3(1), e000705.
Kalia, L. V., & Lang, A. E. (2015). Parkinson’s disease. The Lancet, 386(9996), 896-912.
Krack, P., Volkmann, J., Tinkhauser, G., & Deuschl, G. (2019). Deep brain stimulation in movement disorders: From experimental surgery to evidence-based therapy. Movement Disorders, 34(12), 1795-1810.
Lang, A. E., Espay, A. J., & Stocchi, F. (2020). Future directions in Parkinson’s disease research. Journal of Parkinson’s Disease, 10(s1), S95-S99.
Mattos, P. C. (2015). Tipos de revisão de literatura. Unesp, 1-9.
Okun, M. S., Foote, K. D., Wu, S. S., Ward, H. E., Bowers, D., Rodriguez, R. L., ... & Fernandez, H. H. (2022). A trial of scheduled deep brain stimulation for Tourette syndrome: Moving away from continuous deep brain stimulation paradigms. JAMA Neurology, 79(2), 193-201.
Poewe, W., Seppi, K., Tanner, C. M., Halliday, G. M., Brundin, P., Volkmann, J., ... & Lang, A. E. (2017). Parkinson disease. Nature Reviews Disease Primers, 3(1), 1-21.
Postuma, R. B., Berg, D., Stern, M., Poewe, W., Olanow, C. W., Oertel, W., ... & Deuschl, G. (2015). MDS clinical diagnostic criteria for Parkinson’s disease. Movement Disorders, 30(12), 1591-1601.
Rother, E. T. (2007). Revisão sistemática x revisão narrativa. Acta paul. enferm., 20(2).
Schuepbach, W. M., Rau, J., Knudsen, K., Volkmann, J., Krack, P., Timmermann, L., ... & EARLYSTIM Study Group. (2013). Neurostimulation for Parkinson’s disease with early motor complications. New England Journal of Medicine, 368(7), 610-622.
Shimizu, S., Ohye, T., Hirato, M., & Takahashi, A. (2019). Predictive factors of antiparkinsonian drug reduction after subthalamic nucleus deep brain stimulation. Neurologia Medico-Chirurgica, 59(9), 331-336.
Prodanov, C. C. & Freitas, E. C. (2013). Metodologia do trabalho Científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2ed. Ed. Feevale. ISBN 978-85-7717-158-3. https://www.feevale.br/Comum/ ídias/0163c988-1f5d-496f-b118-a6e009a7a2f9/E-book%20Metodologia%20do%20Trabalho%20Cientifico.pdf
Almeida, I. D. (2021). Metodologia do trabalho científico [recurso eletrônico]. Recife: Ed. UFPE. ISBN 978-65-5962-058-6 (online). https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/49435/1/METODOLOGIA%20DO%20TRABALHO%20CIENTÍFICO.pdf.
Pereira A. S. et al. (2018). Metodologia da pesquisa científica. [free e-book]. Ed.UAB/NTE/UFSM. Mattos, P. C. (2015). Tipos de revisão de literatura. Unesp, 1-9. Recuperado de https://www.fca.unesp.br/Home/Biblioteca/tipos-de-evisao-de-literatura.pdf.
Casarin, S. T. et al. (2020). Tipos de revisão de literatura: considerações das editoras do Journal of Nursing and Health. Journal of Nursing and Health. 10 (5). https://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/enfermagem/article/view/19924.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 João Víctor Pires Carvalho; Lavínia de Souza Costa Lamim; Rayana Miranda Costa; Vitor Melhorin Borlini

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.