Perfil sociodemográfico e clínico de 49 pacientes com líquen plano oral: um estudo retrospectivo de dez anos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i6.29313

Palavras-chave:

Líquen plano; Líquen plano oral; Epidemiologia; Classificação; Doenças de pele; Doenças crônicas.

Resumo

Considerando os poucos estudos epidemiológicos que descrevem as características clínicas, patológicas e a prevalência do líquen plano oral (LPO) no Brasil, bem como pela importância desses estudos para planejamento dos serviços de saúde e verificação de alterações ao longo dos anos, o presente estudo teve como objetivo avaliar o perfil sociodemográfico e clínico de 49 participantes com diagnóstico de LPO durante um período de dez anos. Para a seleção da amostra foram utilizados os critérios clínicos e histopatológicos para o diagnóstico de LPO propostos pela Academia Americana de Patologia Oral e Maxilofacial, exceto o critério “ausência de displasia epitelial”. A maioria dos indivíduos era do sexo feminino (75,5%; p = 0,0005). Indivíduos brancos eram significativamente mais velhos que os negros (67,7 x 49,2 anos; p = 0,001). Lesões que acometem múltiplos sítios bilaterais/simétricos foram mais comuns do que lesões em um único sítio bilateral/simétrico (77,6%; p = 0,0001). Os locais mais acometidos foram mucosa jugal (85,7%), língua (65,3%), gengiva (42,9%) e lábios (32,7%). A maioria das lesões era branca (padrão reticular foi encontrado em 93,9% e placa em 75,5% dos casos). O padrão placa foi mais comum em indivíduos mais velhos (p = 0,006). Durante os diferentes períodos das avaliações, alguns indivíduos não atenderam aos critérios da Academia Americana de Patologia Oral e Maxilofacial devido à ausência de lesões orais com distribuição simétrica multifocal. Portanto, em uma primeira consulta, se o paciente não apresentar lesões com essas características, o diagnóstico de LPO não pode ser excluído e o paciente deve ser acompanhado.

Referências

Beloqui, J. A. (2017). Alguns dados sobre a situação da Hepatite C no Brasil para ativistas de HIV/AIDS.

Boñar-Alvarez, P., Pérez Sayáns, M., Garcia-Garcia, A., Chamorro-Petronacci, C., Gándara-Vila, P., Luces-González, R., Otero Rey, E., Blanco-Carrión, A., & Suárez-Peñaranda, J. (2019). Correlation between clinical and pathological features of oral lichen planus. Medicine, 98(8). https://doi.org/10.1097/MD.0000000000014614

Cascone, M., Celentano, A., Adamo, D., Leuci, S., Ruoppo, E., & Mignogna, M. D. (2017). Oral lichen planus in childhood: A case series. International Journal of Dermatology, 56(6), 641–652. https://doi.org/10.1111/ijd.13571

Cassol-Spanemberg, J., Blanco-Carrión, A., Rodríguez-de Rivera-Campillo, M.-E., Estrugo-Devesa, A., Jané-Salas, E., & López-López, J. (2019). Cutaneous, genital and oral lichen planus: A descriptive study of 274 patients. Medicina Oral, Patologia Oral Y Cirugia Bucal, 24(1), e1–e7. https://doi.org/10.4317/medoral.22656

Cheng, Y.-S. L., Gould, A., Kurago, Z., Fantasia, J., & Muller, S. (2016). Diagnosis of oral lichen planus: A position paper of the American Academy of Oral and Maxillofacial Pathology. Oral Surgery, Oral Medicine, Oral Pathology and Oral Radiology, 122(3), 332–354. https://doi.org/10.1016/j.oooo.2016.05.004

de Lima, S.-L.-G., de Arruda, J.-A.-A., Abreu, L.-G., Mesquita, R.-A., Ribeiro-Rotta, R.-F., Mendonça, E.-F., Arantes, D.-A.-C., & Batista, A.-C. (2019). Clinicopathologic data of individuals with oral lichen planus: A Brazilian case series. Journal of Clinical and Experimental Dentistry, 11(12), e1109–e1119. https://doi.org/10.4317/jced.56379

Diop, A., Ly, F., Ndiaye, M. T., Seck, B., El Omari, A., Diouf, A., Tajaoui, M., Diadie, S., Ahy Diatta, B., Ndiaye, M., Diallo, M., Niang, S., Kane, A., & Thierno Dieng, M. (2020). Epidemiology, clinical features, and associated factors in 78 cases of lichen planus on black skin. International Journal of Dermatology, 59(2), 137–142. https://doi.org/10.1111/ijd.14698

González-Moles, M. Á., Ruiz-Ávila, I., González-Ruiz, L., Ayén, Á., Gil-Montoya, J. A., & Ramos-García, P. (2019). Malignant transformation risk of oral lichen planus: A systematic review and comprehensive meta-analysis. Oral Oncology, 96, 121–130. https://doi.org/10.1016/j.oraloncology.2019.07.012

González‐Moles, M. Á., Warnakulasuriya, S., González‐Ruiz, I., González‐Ruiz, L., Ayén, Á., Lenouvel, D., Ruiz‐Ávila, I., & Ramos‐García, P. (2020). Worldwide prevalence of oral lichen planus: A systematic review and meta‐analysis. Oral Diseases, odi.13323. https://doi.org/10.1111/odi.13323

Gümrü, B. (2013). A retrospective study of 370 patients with oral lichen planus in Turkey. Medicina Oral, Patologia Oral Y Cirugia Bucal, 18(3), e427-432. https://doi.org/10.4317/medoral.18356

Idrees, M., Kujan, O., Shearston, K., & Farah, C. S. (2021). Oral lichen planus has a very low malignant transformation rate: A systematic review and meta-analysis using strict diagnostic and inclusion criteria. Journal of Oral Pathology & Medicine, 50(3), 287–298. https://doi.org/10.1111/jop.12996

Kaomongkolgit, R., Daroonpan, P., Tantanapornkul, W., & Palasuk, J. (2019). Clinical profile of 102 patients with oral lichen planus in Thailand. Journal of Clinical and Experimental Dentistry, 11(7), e625–e629. https://doi.org/10.4317/jced.55814

Manomaivat, T., Pongsiriwet, S., Kuansuwan, C., Thosaporn, W., Tachasuttirut, K., & Iamaroon, A. (2018). Association between hepatitis C infection in Thai patients with oral lichen planus: A case-control study. Journal of Investigative and Clinical Dentistry, 9(2), e12316. https://doi.org/10.1111/jicd.12316

McCreary, C., & Ríordáin, R. N. (2010). Systemic Diseases and the Elderly. Dental Update, 37(9), 604–607. https://doi.org/10.12968/denu.2010.37.9.604

Ministério da Saúde. (2019). Hipertensão é diagnosticada em 24,7% da população, segundo a pesquisa Vigitel. https://www.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/45446-no-brasil-388-pessoas-morrem-por-dia-por-hipertensao

Oliveira Alves, M. G., Almeida, J. D., Balducci, I., & Guimarães Cabral, L. A. (2010). Oral lichen planus: A retrospective study of 110 Brazilian patients. BMC Research Notes, 3(1), 157. https://doi.org/10.1186/1756-0500-3-157

Parashar, P. (2011). Oral lichen planus. Otolaryngologic Clinics of North America, 44(1), 89–107, vi. https://doi.org/10.1016/j.otc.2010.09.004

Radochová, V., Dřízhal, I., & Slezák, R. (2014). A retrospective study of 171 patients with oral lichen planus in the East Bohemia—Czech Republic—Single center experience. Journal of Clinical and Experimental Dentistry, 6(5), e556-561. https://doi.org/10.4317/jced.51784

Rimkevičius, A., Aleksejūnienė, J., Pūrienė, A., Šeinin, D., & Rastenienė, R. (2017). Oral lichen planus: A 4-year clinical follow-up study. Turkish Journal of Medical Sciences, 47(2), 514–522. https://doi.org/10.3906/sag-1511-94

Shengyuan, L., Songpo, Y., Wen, W., Wenjing, T., Haitao, Z., & Binyou, W. (2009). Hepatitis C Virus and Lichen Planus: A Reciprocal Association Determined by a Meta-analysis. Archives of Dermatology, 145(9). https://doi.org/10.1001/archdermatol.2009.200

Thorn, J. J., Holmstrup, P., Rindum, J., & Pindborg, J. J. (1988). Course of various clinical forms of oral lichen planus. A prospective follow-up study of 611 patients. Journal of Oral Pathology, 17(5), 213–218. https://doi.org/10.1111/j.1600-0714.1988.tb01527.x

Torrente-Castells, E., Figueiredo, R., Berini-Aytes, L., & Gay-Escoda, C. (2010). Clinical features of oral lichen planus. A retrospective study of 65 cases. Medicina Oral Patología Oral y Cirugia Bucal, e685–e690. https://doi.org/10.4317/medoral.15.e685

Van der Meij, E. H., & Van der Waal, I. (2003). Lack of clinicopathologic correlation in the diagnosis of oral lichen planus based on the presently available diagnostic criteria and suggestions for modifications. Journal of Oral Pathology & Medicine: Official Publication of the International Association of Oral Pathologists and the American Academy of Oral Pathology, 32(9), 507–512.

Warnakulasuriya, S., Kujan, O., Aguirre‐Urizar, J. M., Bagan, J. V., González‐Moles, M. Á., Kerr, A. R., Lodi, G., Mello, F. W., Monteiro, L., Ogden, G. R., Sloan, P., & Johnson, N. W. (2020). Oral potentially malignant disorders: A consensus report from an international seminar on nomenclature and classification, convened by the WHO Collaborating Centre for Oral Cancer. Oral Diseases, odi.13704. https://doi.org/10.1111/odi.13704

Wei, Z., Hou, Q., Xu, H., Jiang, L., & Chen, Q. (2018). Evidence of genetic factors involved in oral lichen planus pathogenesis. Oral Diseases, 24(5), 864–865. https://doi.org/10.1111/odi.12716

Downloads

Publicado

05/05/2022

Como Citar

MARQUES, L. C. .; SILVA, L. A. de M. N. da .; VARGAS, T. R. .; SILVA, L. E. da .; CUNHA, K. S. .; SILVA JUNIOR, A. .; CONDE, D. C. . Perfil sociodemográfico e clínico de 49 pacientes com líquen plano oral: um estudo retrospectivo de dez anos. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 6, p. e49211629313, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i6.29313. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/29313. Acesso em: 17 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde