Tratamento em massa não reduz a prevalência de parasitos em escolares indígenas Guarani no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i11.19524Palavras-chave:
População indígena; Doenças parasitárias; Agentes antiparasitários.Resumo
A alta frequência de parasitoses intestinais é favorecida por condições ambientais e socioculturais das populações indígenas, sendo ainda um problema de saúde pública negligenciado. A administração em massa de medicamentos de amplo espectro busca reduzir o número e a intensidade das infecções. Avaliou-se a prevalência de parasitoses intestinais em escolares de uma aldeia indígena Guarani no sul do Brasil, antes e após o tratamento em massa da população com o albendazol. Na primeira fase de coleta das amostras de fezes, 81,4% delas apresentaram-se positivas para enteroparasitos e na segunda fase, após duas doses de antiparasitário, 87,5% apresentaram-se positivas. Embora a prevalência de infecções por alguns helmintos tenha reduzido após o tratamento, muitos parasitos continuaram frequentes na população estudada, mostrando uma mudança no perfil epidemiológico de distribuição dessas doenças na população. A prevalência de enteroparasitoses nos escolares indígenas mostrou-se elevada mesmo após o tratamento em massa com albendazol.
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