Direito eleitoral: uma análise dos paradigmas e dicotomias entre lei da ficha limpa e presunção de inocência

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i9.31774

Palavras-chave:

Presunção de Inocência, Lei da Ficha Limpa, Direito eleitoral.

Resumo

Em junho de 2010 foi promulgada a Lei Complementar nº 135, conhecida popularmente como Lei da Ficha Limpa, que alterou a Lei Complementar nº 64/1990, incluindo hipóteses de inelegibilidade, a partir de um projeto de lei de iniciativa popular. A Lei da Ficha Limpa teve sua constitucionalidade questionada no Supremo Tribunal Federal na ADI 4578 e nas ADC’s 29 e 30 quanto à suposta violação ao princípio da presunção de inocência. O presente trabalho trata-se de uma análise quanto à jurisprudência do Supremo Tribunal Federal visando à possibilidade de aplicabilidade do princípio da presunção de inocência no âmbito do direito eleitoral e na lei da ficha limpa. Assim, no intuito de se alcançar uma resposta, o presente trabalho se divide em três Seções distintas. Na primeira, discorre-se sobre os aspetos históricos da Presunção de Inocência e a Lei da Ficha da Limpa mostrando para tanto a relevância do tema em questão; Na segunda apresenta-se o percurso metodológico no que se refere ao estudo dos elementos doutrinários; Por derradeiro, na terceira e última seção, parte-se para a análise dos resultados, analisando os votos dos Ministros do STF na mencionada decisão, bem como o seu resultado. Concluindo-se assim, que o preceito fundamental da presunção de inocência não deve ser questionado de acordo com o ramo do direito que esteja se discutindo, mas sim ser amplamente preservado.

Referências

Abreu, D. B. D. (2012). Ficha limpa: decisões do supremo tribunal federal, do tribunal superior eleitoral e judicialização da política. Dissertação (Mestrado) do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2012. http://tede2.pucrs .br/tede2/handle/tede/4699

Alcalá, H. N. (2005). Consideraciones sobre el derecho fundamental a la presunción de inocencia. Ius et praxis, 11(1), 221-241. https://scielo. conicyt.cl/scielo.php?pid=S0718-00122005000100008&script=sci_arttext

Aquino, I. S. (2017). Como escrever artigos científicos. 8ª ed. São Paulo: Saraiva Educação.

Ávila. H. (2005). Teoria dos Princípios. 4. ed. São Paulo: Malheiros Editores.

Bell, J. (2016). Projeto de pesquisa: guia para pesquisadores iniciantes em educação, saúde e ciências sociais. Porto Alegre: Artmed Editora.

Brasil (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Planalto.

Bulos, U. L. (2000). Constituição federal anotada: acompanhada das emendas constitucionais e dos índices alfabético-remissivos e da jurisprudência. São Paulo: Saraiva.

Cantero, B. L. D. (2012). O princípio da não culpabilidade e sua aplicabilidade em matéria eleitoral. Revista Estudos Eleitorais, 7(1): 29-52. https://bibliotecadigital.tse.jus.br/xmlui/handle/bdtse/426?locale-attribute=es#:~:text=Resumen,em%20rela%C3%A7%C3%A3o%20%C3%A0%20segunda %20hip%C3%B3tese.

Castro, E. R. (2004). Teoria e prática do direito eleitoral. Belo Horizonte: Mandamentos.

Cavalcante, A. N. (2013). O caráter sancionatório da inelegibilidade por condenação criminal não definitiva frente à presunção de inocência. http://www.ambitojuridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11210&revista_caderno =28

Costa, A. S. (1988). Teoria da Inelegibilidade e o Direito Processual Eleitoral. Belo Horizonte. Editora Del Rey.

Costa, A. S. (2012). Instituições de Direito Eleitoral. 9 ed. Belo Horizonte: Del Rey.

Ferrajoli, L. (2014). Direito e razão: teoria do garantismo penal. São Paulo: Revista dos Tribunais.

Filho, A. M. G. (1994). Princípio da presunção de inocência na constituição de 1988 e na convenção americana sobre direitos humanos (pacto de São José da Costa Rica). Revista do advogado, (42), 30-4. https://repositorio.usp.br/item/000864798

Francisco, R. R. (2013). Delimitação do âmbito de proteção do direito fundamental à presunção de inocência e suas consequências na lei da ficha limpa. Brasília: Centro Universitário de Brasília Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais.

Fux, L. (2012). Ação Declaratória de Constitucionalidade nº 29 (STF). http://redir.stf.jus.br/estfvisualizadorpub/jsp/consultarprocessoeletronico/ ConsultarProcessoEletronico.jsf?seqobjetoincidente=4065372.

Gomes, J. J. (2011). Direito eleitoral. 6 ed. rev. atual. ampl. São Paulo: Atlas.

Gonçalves, L. C. A., & Fonseca-Silva, M. C. (2016). Hermenêutica e efeitos-sentido: a Lei da “Ficha Limpa” em face da Presunção de Inocência. Revista de Estudos Constitucionais, Hermenêutica e Teoria do Direito, 8(3), 353-365. http://www.revistas.unisinos.br/index.php/RECHTD/article/view/rechtd. 2016.83.08

Junior, P. J. C. Curso de Direito Penal. São Paulo: Saraiva 10º edição, 2009.

Macedo, C. C. (2011). Lei da Ficha Limpa: Breve Histórico e consequências do julgamento dos Recursos. Revista Eletrônica Eje TSE I(II):15-17. https://bibliotecadigital.tse.jus.br/xmlui/handle/bdtse/418

Machado, S. E. N., & Olivas, M. A. (2018). A constitucionalidade da lei da ficha limpa à luz do princípio da presunção de inocência. Revista Científic@ Universitas, 5(2). http://revista.fepi.br/revista/index.php/revista/article/view/624

Mello, C. A. B. (2009). Curso de Direito Administrativo. 26 ed. São Paulo: Malheiros.

Mendes, G. F., Coelho, I. M., & Branco, P. G. G. (2009). Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Saraiva.

Nóbrega, J. T. B. (2017). Inelegibilidades, presunção de inocência e a Lei da “Ficha Limpa”. Dissertação de Mestrado em Direito, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. https://tede.pucsp.br/handle/handle/20023

Oliveira, G. R. (2013). A Constitucionalidade dos Efeitos Temporais da Lei da Ficha Limpa: Um Estudo de Caso da ADI Nº 4578, ADC Nº 29 E ADC Nº 30, À Luz do Princípio da Irretroatividade Legal e da Hermenêutica Constitucional. Dissertação (Graduação em Direito) – Universidade do Extremo Catarinense – UNESC. http://repositorio.unesc.net/handle/1/1895

Paganelli, W. (2013). A presunção de inocência e a Lei da Ficha Limpa. https://jus.com.br/artigos/23368/a-presuncao-de-inocencia-e-a-lei-da-ficha-limpa

Ramayana, M. (2012). Resumo de Direito Eleitoral. 5. Ed. Niterói: Impetus.

Reis, M. J. (2010). FICHA LIMPA: Lei Complementar n 135, de 4.6.10: interpretada por juristas e membros de organizações responsáveis pela iniciativa popular. Bauru: Edipro.

Santos, G. P. (2013). Lei da Ficha Limpa: Causas de Inelegibilidade e Princípio da ressunção de Inocência. Dissertação (Graduação em Direito) - Universidade Federal do Ceará. https://repositorio.ufc.br/handle/riufc/27958

Santos, M. T. P. C. G. (2020). A Lei da “Ficha Limpa” e o Princípio da Presunção de Inocência. TCC em Direito, Universidade Católica do Salvador. http://ri.ucsal.br:8080/jspui/handle/prefix/4452

Silva, R. C. (2017). Ilegitimidade jurídica da execução penal provisória contra reo à luz da presunção de inocência na ordem jurídica brasileira. Rio Grande do Sul: Âmbito Jurídico.

Siqueira, G. L., & Neves, A. S. (2011). Afinal de contas, o que é a ficha limpa?. htpp://jus.com.br/artigos/19080/afinal-de-contas-o-que-e-a-lei-da-fichalimpa

Souza, D. G., & Rosenfield, L. (2014). Direitos políticos e princípio de presunção de inocência: a Lei da Ficha Limpa frente à Constituição. Revista de Estudos Constitucionais, Hermenêutica e Teoria do Direito, 6(3), 277-287. http://www.revistas.unisinos.br/index.php/RECHTD/article/view/8050

Tanaka, G. (2011). Ativismo online na Ficha Limpa: a Internet está mudando a política. TI Especialistas Desenvolvendo Ideias. http://www.tiespecialistas.com.br/2011/01/ativismo-online-na-ficha-limpa-a-internetestamu dando-a-politica

Yarochewsky, L. I. (2018). O Princípio da Presunção de Inocência e a “Lei da Ficha Limpa” à Luz do Estado Constitucional. In: Aragão, E., Araújo, G., Neto, J., & Filho, W. Vontade popular e democracia: candidatura Lula?. Buenos Aires: CLACSO.

Downloads

Publicado

2022-07-05

Edição

Seção

Ciências Humanas e Sociais

Como Citar

Direito eleitoral: uma análise dos paradigmas e dicotomias entre lei da ficha limpa e presunção de inocência. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 9, p. e15011931774, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i9.31774. Disponível em: https://rsdjournal.org/rsd/article/view/31774. Acesso em: 13 ago. 2025.