Formação nodular no baço de um cão: Relato de hiperplasia nodular linfoide e discussão dos principais diagnósticos diferenciais
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i6.48964Palavras-chave:
Abordagem diagnóstica, Esplenectomia, Lesões esplênicas, Patologia veterinária.Resumo
As alterações esplênicas em cães, especialmente as nodulares, apresentam desafios diagnósticos significativos devido à sobreposição de características entre lesões benignas e malignas. Este estudo teve como objetivo relatar um caso de hiperplasia nodular linfóide esplênica em um cão idoso, destacando aspectos clínico-patológicos, abordagem terapêutica e diagnóstico diferencial. Trata-se de um estudo descritivo baseado em anamnese, exame físico, exames complementares e histopatologia. O paciente apresentou distensão abdominal e hemoperitônio secundário à ruptura de hematoma esplênico, identificado por ultrassonografia. A esplenectomia foi indicada e realizada com sucesso. A análise histopatológica confirmou hiperplasia nodular linfóide associada à hemorragia e necrose, sem evidências de malignidade. O hemograma revelou anemia regenerativa, trombocitopenia por consumo e leucocitose por neutrofilia, enquanto o perfil bioquímico indicou azotemia e discreta elevação de enzimas hepáticas. O exame histopatológico foi essencial para o diagnóstico definitivo, uma vez que exames de imagem e citologia não permitiram concluir sobre a natureza da lesão. A abordagem cirúrgica permitiu a estabilização clínica e recuperação do paciente. Conclui-se que, apesar de benigna, a hiperplasia nodular esplênica pode ter evolução grave. A remoção completa do baço e o exame histopatológico integral são fundamentais para garantir um diagnóstico preciso e conduta adequada.
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