As possíveis consequências da exposição a agrotóxicos: uma revisão sistemática
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i11.10219Palavras-chave:
Uso de agrotóxicos; Consequências; Revisão sistemática.Resumo
Os agrotóxicos ou agroquímicos são grupos de substâncias que agem no meio ambiente agrícola, a fim de controlar distintos elementos que prejudiquem o cultivo das plantações. O Brasil é um dos maiores consumidores de agrotóxicos do mundo, o que preocupa os distintos setores de vigilância em saúde. O presente trabalho tem como objetivo geral identificar e conhecer as consequências fisiopatológicas da exposição humana a resíduos agrotóxicos. Quanto a metodologia trata-se de uma revisão sistemática simples, que foi realizada no mês de agosto do ano de 2020, com um levantamento bibliográfico através de busca eletrônica de artigos indexados no Scientific Eletronic Library – Scielo, Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP e Google Acadêmico, a partir de palavras–chaves: agrotóxicos; exposição a agrotóxicos; efeitos dos agrotóxicos nas alterações fisiológicas das células; classificação dos agrotóxicos, sendo encontrados trinta e dois trabalhos para a publicação. Os resultados obtidos mostraram que os agrotóxicos são substâncias químicas com características biocidas, as quais são empregadas para o controle de pragas e de distintas doenças; ocasionam inúmeras intoxicações que culminam em distintas alterações no mecanismo fisiológico das células, sendo elas por via digestiva, respiratória, dérmica e/ou por contato ocular, acarretando um conjuntos de sinais e sintomas com características agudas, subagudas ou crônicas. A intoxicação por agrotóxicos pode ser aguda e crônica, sendo que a aguda se manifesta, geralmente, de forma mais leve ou moderada, podendo chegar a casos graves, já a crônica ocasiona efeitos da mutagenicidade, carcinogenicidade e toxicidade reprodutiva humana e em animais.
Referências
Alves, D. (2017). Ações De Saúde A Produtores De Tabaco Expostos A Agrotóxicos: Estudo Em Um Município De Atividade Econômica Predominantemente Agrícola. f.59. Monografia (Graduação em Bacharel em Enfermagem). Santa Cruz do Sul.
Almeida, V. E. S., Friedrich, K., Tygel, A. F., Melgarejo, L., Carneiro, F. F. (2017). Uso de sementes geneticamente modificadas e agrotóxicos no Brasil: cultivando perigos. Ciência & Saúde Coletiva, 22(10), 3333-3339.
Altenhofen. S., Nabinger, D. D., Wiprich, M. T., Pereira, T. C. B., Bogo, M. R., Bonan, C. D. (2017). Tebuconazole Alters Morphological, Behavioral and Neurochemical Parameters in Larvae and Adult Zebrafish (Danio Rerio). Chemosphere, 180, 483-490.
Anvisa. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. (2019). Resolução Da Diretoria Colegiada - RDC Nº 294, DE 29 DE JULHO DE 2019: (Publicada no DOU nº 146, de 31 de julho de 2019). Brasília.
Araújo, C. R. M., Santos, V. L. A., Gonsalves, A. A. (2016). Acetilcolinesterase - AChE: Uma Enzima de Interesse Farmacológico. Rev. Virtual Quim, 8(6), 1818-1834.
Bellei, T. T. (2017). O Uso De Agrotóxicos E A Prevalência De Neoplasias No Município De Vacaria/RS. 2017, 126f. Dissertação de mestrado do Programa de Pós-graduação em Engenharia e Ciências Ambientais da Universidade de Caxias do Sul. Caxias do Sul, RS.
Berne, R. M., Levy, M. N. (2015). Fisiologia / editores Bruce M. Koeppen, Bruce A. Stanton; tradução Soraya Imon de Oliveira. (7ª ed.), Rio de Janeiro: Elsevier.
Brasil. Ministério Da Saúde. (2015). Linha de cuidado para a atenção às pessoas com transtornos do espectro do autismo e suas famílias na Rede de Atenção Psicossocial do Sistema Único de Saúde. Brasília-DF.
Brasil. Ministério da Saúde. (2019). Resolução Da Diretoria Colegiada - Rdc Nº 294, De 29 De Julho De 2019. Ministério da Saúde – MS, Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, Brasília.
Bochner, R. (2015). Óbito ocupacional por exposição a agrotóxicos utilizado como evento sentinela: quando pouco significa muito. Vigilância sanitária debate;3(4),39-49.
Cattelan, M. D. P. (2017). Avaliação Do Perfil Bioquímico, Hematológico, Oxidativo E Mutagênico E Uso De Agrotóxicos Por Trabalhadores Rurais Do Município De Santiago, RS. 2017, 72f. Dissertação do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal do Pampa. Uruguaiana.
Carneiro, F. F. (2015). Dossiê Abrasco – Um alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde. Rio de Janeiro: ABRASCO.
Credidio, G. C. (2020). Caracterização Da Exposição De Trabalhadores Rurais A Agrotóxicos Em Um Município Da Bahia. 2020, 110f. Trabalho de Conclusão de Curso do Colegiado de Farmácia da Universidade do Estado da Bahia – UNEB, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Farmácia. Salvador-Ba.
Datasus. (2020). Dados da Bahia de Intoxicação Exógena. Brasília. Recuperado de <http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?sinannet/cnv/Intoxba.def>.
Fernandino, S. S. G. (2019). (IN) Visibilidade Dos Agrotóxicos Na Saúde Integral De Mulheres Rurais, 149f. Dissertação da Universidade Federal de Viçosa, Programa de Pós-Graduação em Agroecologia. Viçosa, Minas Gerais.
Gil, A. C. (2011) Metodologia do ensino superior. (4a ed.), São Paulo: Atlas.
Hall, J. E., Guyton, A. C. (2017). Guyton & Hall tratado de fisiologia médica. (13a ed.), Rio de Janeiro: Elsevier.
Jallouli, M. (2016). Disruption of steroidogenesis after dimethoate exposure and efficacy of N-acetylcysteine in rats: an old drug with new approaches. Environmental Science and Pollution Research, 23, 7975–7984.
Jacobsen-Pereira, C. H. (2017). Avaliação Da Instabilidade Genômica E Do Estresse Oxidativo Em Agricultores Expostos A Agrotóxicos Em Um Município Do Estado De Santa Catarina. 121f. Dissertação de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Farmácia da Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis.
Klein, B. N., et al. (2018). Análise Do Impacto Do Uso De Organofosforados E Carbamatos Em Trabalhadores Rurais De Um Município Da Região Noroeste Do Estado Do Rio Grande Do Sul. Acta De Toxicologica Argentina. Vol 26, No 3.
Linhares, A. G. (2014). Efeito de pesticidas organofosforados e carbamatos sobre a acetilcolinesterase eritrocitária humana e seu potencial uso como biomarcador da exposição ocupacional. 95f. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. Pós-graduação em Ciências Biológicas, Pernambuco.
Lima, R. M. (2017). Avaliação Da Radiação Uvc, Processos Uv/H2o2 E Foto-Fenton Na Degradação Do Agrotóxico Clorpirifós Com Acompanhamento Da Ecotoxicidade. 94f. Dissertação de mestrado em Ciências Ambientais, do Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental –Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba.
Lima. C. M. (2019). Exposição Gestacional A Agrotóxicos Como Fator De Risco Para O Desenvolvimento Do Transtorno Do Espectro Autista (TEA). 2019, 91f. Dissertação de mestrado na Universidade de Cuiabá no programa de pós-graduação em Ambiente e Saúde. Cuiabá-MT.
Lopes, C. V. A., Albuquerque, G, S. C. (2018). Agrotóxicos e seus impactos na saúde humana e ambiental: uma revisão sistemática. Saúde Debate | Rio De Janeiro, 42(117), 518-534.
Manual De Intoxicação Por Agrotóxicos. (2018). Material Técnico Intoxicações Agudas Por Agrotóxicos Atendimento Inicial Do Paciente Intoxicado. Secretário de Estado da Saúde do Paraná.
Manyilizu, W. B., et al. (2016). Association of Long-Term Pesticide Exposure and Biologic Parameters in Female Farm Workers in Tanzania: A Cross Sectional Study. Toxics, 4, 25.
Marques, P. V., Caixeta, B. T. (2016). A Importância da Avaliação das Dosagens das Colinesterases em Casos de Intoxicações Por Organofosforados. Psicologia e Saúde em Debate. 2(1).
Melo, J. B., Gonçalves, S. J. C. (2014). Fatores que predispõem a intoxicação por agrotóxicos no município de Paty do Alferes. Revista Pró- UniverSUS, Rio de Janeiro, 4(2),25-35, 2014.
Murussi, C., et al. (2014). Changes in oxidative markers, endogenous antioxidants and activity of the enzyme acetylcholinesterase in farmers exposed to agricultural pesticides - a pilot study. Ciência Rural, Santa Maria, 44(7), 1186-1193.
Nerilo, S. B., Martins, F. A., Nerilo, L. B., Salvadego, V. E. C., Endo, R. Y., Rocha, G. H. O., Mossini, S. A. G., Janeiro, V., Nishiyana, P., Machinski Junior, M. (2014). Pesticide use and cholinesterase inhibition in small-scale agricultural workers in southern Brazil. Braz. J. Pharm. Sci., 50(4).
Pignati, W. A., et al. (2017). Distribuição espacial do uso de agrotóxicos no Brasil: uma ferramenta para a Vigilância em Saúde. Ciênc. saúde coletiva. 22(10), 3281-3293.
Queiroz, P. R., Lima, K. C., Oliveira, T. C., Santos, M. M., Jacob, J. F., Oliveira, A. M. B. (2019). Sistema de Informação de Agravos de Notificação e as intoxicações humanas por agrotóxicos no Brasil. Rev Bras Epidemiol. 22: E190033.
Sanabria-Castro, A., Alvarado-Echeverría I., Monge-Bonilla, C. (2017). Molecular Pathogenesis of Alzheimer's Disease: An Update. Ann Neurosci. 24(1), 46-54.
Sinitox. (2019). O Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox). Informações tóxico-farmacologica. Rio de Janeiro. Recuperado de <https://sinitox.icict.fiocruz.br/>.
Silva, S. M. S. (2015). Intoxicações Por Inibidores Da Acetilcolinesterase: Etiologia, Diagnóstico E Tratamento, 47f. Trabalho Final Do 6º Ano Médico Com Vista À Atribuição Do Grau De Mestre No Âmbito Do Ciclo De Estudos De Mestrado Integrado Em Medicina, Faculdade De Medicina Da Universidade De Coimbra.
Taveira, B. L. S., Albuquerque, G. S. C. (2018). Análise das notificações de intoxicações agudas, por agrotóxicos, em 38 municípios do estado do Paraná. Saúde Debate, Rio De Janeiro, 42(4), 211-222.
Vale A., LottI, M. (2015). Organophosphorus and carbamate insecticide poisoning. Handbook of Clinical Neurology. 131, 149-68.
Yin, R. (2015). Estudo de caso: planejamento e métodos. (5a ed.), Porto Alegre: Bookman, 2015.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Rodrigo Santos Barbosa; Jaciara Pinheiro de Souza; David Jesus de Almeida; Josevania Batista dos Santos ; Walterney dos Santos Paiva; Murilo de Jesus Porto
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.