O uso das salas de recursos multifuncionais para o ensino de ciências: um estudo sobre inclusão

Autores

  • Vívian Martins Ribeiro Universidade Federal de Itajubá
  • Denise Pereira de Alcantara Ferraz Universidade Federal de Itajubá
  • Juliani Flávia de Oliveira Universidade Federal de Itajubá
  • Stefano Maximo Lopes Universidade Federal de Itajubá

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v8i6.1025

Palavras-chave:

Atendimento Educacional Especializado; formação de professores; Ensino de Biologia.

Resumo

O presente artigo pretende apresentar um recorte dos resultados obtidos em uma pesquisa de Trabalho Final de Graduação que objetivou descrever e analisar de que modo as escolas públicas de um município no sul de Minas Gerais têm utilizado as Salas de Recursos Multifuncionais (SRM) para ensinar Ciências e Biologia aos alunos Público Alvo da Educação Especial (PAEE), haja vista que a Educação é um direito de todas as pessoas, com ou sem deficiências. Sabe-se que a atual política educacional de Educação Especial apresenta caráter inclusivo: a legislação preconiza que o Atendimento Educacional Especializado (AEE) dos alunos com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/ superdotação aconteça preferencialmente na escola regular, nas chamadas Salas de Recursos Multifuncionais. Deste modo, uma das atribuições do professor do AEE é realizar a articulação com os professores da classe comum a fim de estabelecerem, em parceria, estratégias que garantam a aprendizagem dos alunos PAEE. Assim, utilizando abordagem qualitativa de cunho exploratório, fez-se uma pesquisa de campo utilizando entrevistas semiestruturadas como método de coleta de dados com professores que atuam nas SRM de escolas de ensino fundamental II e ensino médio. Os dados foram analisados segundo o critério qualitativo, agrupando os dados em núcleos semelhantes de sentido, e pôde-se observar que, apesar dos esforços legislativos que asseguram a escolarização dos alunos PAEE, há pouca articulação entre AEE e professores; o AEE trabalha de maneira isolada com alunos PAEE; e que, ainda, são necessárias mudanças atitudinais por parte dos professores e da gestão da escola para garantir um ensino de ciências de qualidade, heterogêneo e inclusivo.

Referências

Baptista, C. R. (2011). Ação pedagógica e educação especial: a Sala de Recursos como prioridade na oferta de serviços especializados. Rev. bras. educ. espec, 17, 59-76.

Bardin, L. (2010). Análise de conteúdo. (1977). Lisboa: Edições, 70.

Bogdan, R. C., Biklen, S. K., Alvarez, M. J., Vasco, A. B., dos Santos, S. B., & Baptista, T. V. M. (1994). Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos.

Brasil (1997). Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências da Natureza. Ministério de Educação: Secretaria de Educação Fundamental. Brasília, p.167-242.

Brasil (2007). Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. MEC/SEESP, de 5 de junho de 2007, prorrogada pela Portaria nº 948, de 09 de outubro de 2007. Ministério da Educação. Brasília, DF.

Brasil (2012). Documento Orientador (do) Programa de Implementação das Salas de Recursos Multifuncionais. Ministério da Educação. Brasília, DF.

Breitenbach, F. V., Honnef, C., & Tonetto Costas, F. A. (2016). Educação inclusiva: as implicações das traduções e das interpretações da Declaração de Salamanca no Brasil. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, 24(91).

Camargo, E. P. D. (2012). Saberes docentes para a inclusão do aluno com deficiência visual em aulas de Física.

Camargo, E. P. D., & Anjos, P. T. A. D. (2011). Análise do processo de implantação de linha de pesquisa relacionada ao ensino de ciências para alunos com necessidades educacionais especiais. In Congresso Estadual Paulista sobre Formação de Educadores (pp. 5176-5187). Universidade Estadual Paulista (UNESP).

Decreto n. 6.253, de 13 de novembro de 2007. Dispõe sobre o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação - FUNDEB, regulamenta a Lei n. 11.494, de 20 de junho de 2007, e dá outras providências. Brasília, DF.

Decreto n. 7.611, de 17 de novembro de 2011 (2011). Dispõe sobre a educação especial, o atendimento educacional especializado e dá outras providências. Brasília, DF.

Godoy, A. S. (1995). Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. Revista de administração de empresas, 35(2), 57-63.

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP (2016). Censo Escolar. Ministério da Educação. Brasília, DF.

Krasilchik, M. (2000). Reformas e realidade: o caso do ensino das ciências. São Paulo em perspectiva, 14(1), 85-93. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (1996). Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional (LDB). Brasília, DF.

Lei n. 13.146, de 06 de julho de 2015 (2015). Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Diário Oficial da União. Brasília, DF.

Machado, R. (2013). O atendimento educacional especializado (AEE) e sua repercussão na mudança das práticas pedagógicas, na perspectiva da educação inclusiva: um estudo sobre as escolas comuns da Rede Municipal de Ensino de Florianópolis/SC.

Miranda, T. G. (2015). Articulação entre Atendimento Educacional Especializado e o ensino comum: construindo sistemas educacionais inclusivos. Revista Cocar, (1), 81-100.

Resolução n. 4, de 02 de outubro de 2009 (2009). Institui Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial. Brasília, DF.

Ribeiro; V.M. (2017). O Uso das Salas de Recursos Multifuncionais para o Ensino de Ciências Biológicas: Um estudo na cidade de Itajubá-MG (Monografia). Universidade Federal de Itajubá, Itajubá, MG, Brasil.

Silva, L. V. D., & Bego, A. M. (2018). Levantamento Bibliográfico sobre Educação Especial e Ensino de Ciências no Brasil. Revista Brasileira de Educação Especial, 343-358.

Turato, E. R. (2003). Tratado da metodologia da pesquisa clínico-qualitativa: construção teórico-epistemológica, discussão comparada e aplicação nas áreas da saúde e humanas. In Tratado da metodologia da pesquisa clinico-qualitativa: construção teórico-epistemológica, discussão comparada e aplicação nas áreas da saúde e humanas.

de Vechi, A., de Brito, A. F., Valentim, D. B., Gozzi, M. E., Sampaio, A. R., & Viscovini, R. C. (2013). Modelo dinâmico do Sistema Solar em Actionscript com controle de escalas para ensino de astronomia. Revista Brasileira de Ensino de Fısica, 35(2), 2505.

VIEIRA, A. B. (2008). Práticas pedagógicas e formação continuada de professores no ensino da língua materna: contribuições para a inclusão escolar. (Dissertação de Mestrado) Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, ES, Brasil.

Downloads

Publicado

29/03/2019

Como Citar

RIBEIRO, V. M.; FERRAZ, D. P. de A.; OLIVEIRA, J. F. de; LOPES, S. M. O uso das salas de recursos multifuncionais para o ensino de ciências: um estudo sobre inclusão. Research, Society and Development, [S. l.], v. 8, n. 6, p. e16861025, 2019. DOI: 10.33448/rsd-v8i6.1025. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/1025. Acesso em: 22 nov. 2024.

Edição

Seção

Ciências Educacionais