Escolhas profissionais do jovem da classe trabalhadora: opção ou legitimação
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i11.10591Palavras-chave:
Escolhas profissionais; Jovem trabalhador; Proletariado; Legitimação.Resumo
A escolha profissional, geralmente, se dá em uma reflexão em que é preciso levar em conta questões como contradição, luta de classes e a busca por meios de sobrevivência. Quando se traz para o cenário da discussão os jovens da classe trabalhadora, como sujeitos que fazem suas opções por caminhos profissionais, não se deve olvidar que estes se concebem e desenham sua existência em um contexto no qual as condições de tráfego entre este ou aquele horizonte se fazem limitadas pela imposição de uma situação histórica de subjugação e, necessariamente, acontece o assujeitamento à ordem que regulamenta o contexto social, beneficiando uma minoria detentora de meios de produção. Assim, observou-se neste estudo, em que o objetivo foi traçar um paralelo entre a opção que se dá num contexto de irrestrição e amplitude e a legitimação das escolhas profissionais da classe trabalhadora, que, historicamente, para parcela da população o que se chama de possibilidade adentra ao meio social do proletariado como política recente. No decorrer dos anos se enveredou por outros caminhos em que a profissionalização do jovem trabalhador opunha-se ao ideário da opção, o que legitima a desigualdade atemporal que se estabelece entre os poucos mais abastados e aqueles que precisam vender sua força de trabalho para obter seu sustento, condicionando um momento que seria de escolha à garantia de uma entrada rápida no mercado de trabalho, dificultando assim o rompimento da situação de opressão à que se submete o jovem trabalhador.
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