Endometrite puerperal secundária a parto domiciliar acidental com retenção de restos placentários: relato de caso
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i12.10887Palavras-chave:
Endometrite; Parto domiciliar; Restos placentários.Resumo
A endometrite é a forma clínica mais frequente de infecção puerperal. É problema comum na prática obstétrica, constituindo a terceira causa de morte materna no Brasil. O parto domiciliar acidental, apesar de infrequente, é fator de risco para esse acometimento. Trata-se de um estudo retrospectivo, descritivo e observacional no formato de relato de caso que busca discorrer sobre o parto domiciliar acidental e elucidar o manejo clínico de endometrite puerperal e retenção de restos placentários. Trata-se de uma paciente, que chega ao serviço hospitalar após parto domiciliar acidental em bom estado geral, sem queixas e sem particularidades ao exame físico. Dias após evoluiu com endometrite e retenção de restos placentários. Foram realizadas as medidas necessárias para adequada terapêutica, com antimicrobianos e curetagem. O parto domiciliar acidental é considerado marca de vulnerabilidade social, que envolve complexa combinação de fatores, tais quais, condições sociodemográficas, valores individuais, e infraestrutura do serviço de saúde; é responsável por aumento significativo do risco de mortalidade fetal e neonatal. A condição insalubre de parto predispõe ao desenvolvimento de endometrite e retenção de restos placentários. A etiologia da endometrite é polimicrobiana e deve ser tratada com esquema antimicrobiano de amplo espectro. A curetagem deve ser empregada nos casos de dúvida após o descolamento, quando surgem suspeitas de retenção de restos ovulares. Portanto, é necessária a identificação dos fatores que corroboram para o desenvolvimento de complicações puerperais para que se tenha uma intervenção precoce e consequente redução da morbidade e mortalidade.
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