Caracterização de processos erosivos em área urbana no município de Itabira, MG
DOI:
https://doi.org/10.17648/rsd-v6i3.109Palavras-chave:
Impactos Socioambientais. Ravinas. Urbanização.Resumo
O processo erosivo de um solo começa com a remoção da vegetação nativa, a qual expõe a superfície do solo ao impacto das gotas de chuva, cuja energia cinética provoca a destruição da sua estrutura, liberando os diferentes constituintes da textura para serem carreados pelo vento e pelas enxurradas. Neste sentido, o crescimento desordenado das cidades traz sérios problemas para o espaço urbano relacionados principalmente aos loteamentos e a impermeabilização, os quais podem desencadear e/ou intensificar os processos erosivos. Desse modo, esta pesquisa visou caracterizar sob a perspectiva geológica três ravinas localizadas nos bairros Colina da Praia (Rav 1), Ribeira de Baixo (Rav 2) e Praia (Rav 3), na cidade de Itabira (MG), identificando os fatores que favorecem o desenvolvimento destas. A análise das imagens de satélite permitiu assinalar a interferência antrópica nessas áreas, evidenciada pela remoção da vegetação, abertura de lotes e arruamentos. Quanto à caracterização geológica é possível salientar a presença de saprólito de rocha xistosa e granítica-gnáissica, além de orientações análogas entre a direção das ravinas 1 e 3 com os planos de fratura obtidos. Considerando a análise granulométrica das amostras de solo das três ravinas analisadas, verifica-se a predominância de solo com textura média, o qual comumente possui índice de erodibilidade médio. Contudo, a interferência antrópica caracterizada pela remoção da cobertura vegetal e abertura de estrada, aliada à estruturação geológica, são fatores que contribuem, de forma indissociável, para o desenvolvimento dos processos erosivos analisados. Ressalta-se assim a importância dos levantamentos pedológicos para o planejamento adequado do uso do solo, os quais permitirão minimizar os impactos negativos desencadeados nos ambientes naturais.
Referências
ARAÚJO, G. H. S.; ALMEIDA, J. R.; GUERRA, A. J. T. Gestão ambiental de áreas degradadas. 11ª edição. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2014.
BERTONI, J.; LOMBARDI NETO, F. Conservação do solo. 9ª edição. São Paulo: Ícone, 2014.
BOTELHO, J. M; CRUZ, V. A. G. Metodologia científica. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013.
BRADY, N. C.; WEIL, R. R. Elementos da natureza e propriedades dos solos. Tradução técnica: Igo Fernando Lepsch. 3ª edição. Porto Alegre: Bookman, 2013.
BRITO A. O.; MARTINS I. S.; AICHA N. N. Estudo da erosão urbana no Distrito Federal. Revista Científica Eletrônica do Distrito Federal, v. 20, n. 1, p. 85-92, jul. 2012. Disponível em: <http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/mWwAkAhB70T6tPL_
-4-29-16-6-14.pdf>. Acesso em: 10 out 2016.
CARVALHO, N. O. Hidrossedimentologia prática. 2ª ed., ver., atual. e ampliada. Rio de Janeiro: Interciência, 2008.
Díaz, J.S. Control de Erosíon em Zonas Tropicales. Bucaramanga, Univesidad Industrial de Santander. 2001.
DIAS, N. S.; BRÍGIDO, A. R. SOUZA, A. C. M. Manejo e conservação dos solos e da água. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2013.
DORR II, J. V. N. 1958. The Cauê Itabirite. Soc. Bras. Geol., Bol. 7 (2).
Dorr II, J. v. N.; Gair, J. E.; Pomerene, J. B.; Rynearson, G. A., 1957. Revisão da estratigrafia précambriana do Quadrilátero Ferrífero. Rio de Janeiro, DNPM/DFPM. Avulso 81.
FLORENZANO, T. G. Iniciação em sensoriamento remoto. 3ª ed. ampl. e atual. São Paulo: Oficina de Textos, 2011.
FOSSEN, H. Geologia estrutural. São Paulo: Oficina dos textos, 2012.
GERHARDT, T. E; SILVEIRA, D. T. Métodos de pesquisa. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2009.
GIRÃO, O.; CORRÊA A. C. B.; GUERRA A. J. T. Encostas urbanas como unidades de gestão e planejamento, a partir do estudo de áreas a sudoeste da cidade do Recife – UFPE-DCG/NAPA. Revista de Geografia, v. 24, n. 3 p. 242-267, set-dez 2007. Disponível em: <http://www.revista.ufpe.br/revistageografia/index.php/revista/article/ viewFile/165/100> Acesso em: 9 nov 2016.
GOOGLE. Google Earth. Versão 7.1.5.1557. 2015. Nota (Município de Itabira/MG). Disponível em: <http://www.google.com/earth/download/ge/agree.html>. Acesso em: 10 jul. 2016.
GUERRA, A. J. T.; JORGE, M. C. O. Processos erosivos e recuperação de áreas degradadas. São Paulo: Oficina de Textos, 2013.
GUERRA, A. J. T.; SILVA, A. S.; BOTELHO, R. G. M. Erosão e conservação dos solos: conceitos, temas e aplicações. 9ª edição. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2014.
IBRAHIN, F. I. D. Introdução ao geoprocessamento ambiental. 1ª ed. São Paulo: Érica, 2014.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Manual Técnico de Pedologia. 2ª edição. Rio de Janeiro, 2007.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Carta Internacional ao Milionésimo. 2010. Disponível em: <http://mapas.ibge.gov.br/interativos/servicos/wms-do-arcgis>. Acesso em: 05 nov. 2016.
JESUS, A. S. Investigação Multidisciplinar de Processos Erosivos Lineares: Estudo de Caso da Cidade de Anápolis – GO. Tese de Doutorado. Departamento de Engenharia Civil, Universidade de Brasília, Brasília, DF, 2013.
LEPSCH, I. F. Formação e conservação dos solos. 2. Ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2010.
Lima, M.C. Contribuição ao estudo do processo evolutivo de boçorocas na área urbana de Manaus. Dissertação de Mestrado em Geotecnia, Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, FT, UnB, Brasília, DF. 1999.
MARCONI, M. A; LAKATOS, E. M. Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisa, elaboração, análise e interpretação de dados. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 2002.
PADILHA, A.V; VIEIRA, V. S; HEINECK, C. A (Coord.). Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil. Itabira, Folha SE. 23-Z-D-IV. Estado de Minas Gerais. Escala 1:100.000. Brasília: CPRM, 2000. CD-ROM.
PRODANOV, C. C; FREITAS, E. C. Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2ª ed. Novo Hamburgo: Universidade Freevale, 2013.
SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL - CPRM. Base de dados litológicos e de geodiversidade do Estado de Minas Gerais. Escala 1: 1.000.000. Brasília, 2004. CD-ROM.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.