Características demográficas e clínicas de portadores de migrânea
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i12.10946Palavras-chave:
Cefaleia; Transtornos de Enxaqueca.Resumo
A migrânea é uma condição clínica referida como uma perturbação cefalálgica primária, comum e incapacitante, de alta prevalência e que produz impactos socioeconômicos e pessoais elevados. Ela possui manifestações episódicas, com crises recorrentes de cefaleia, apresentando-se com quadro de dor unilateral, pulsátil, de intensidade moderada ou severa. Por ser considerada uma afecção bastante comum e incapacitante, o objetivo desse estudo foi o de caracterizar, demográfica e clinicamente, portadores de migrânea. Esse trabalho faz parte de um estudo clínico duplo-cego, cruzado e randomizado sobre a aplicação de um tratamento com fotobiomodulação em portadores de migrânea. Quarenta e três indivíduos elegíveis, de ambos os gêneros, após uma triagem inicial e uma avaliação com neurologistas, foram randomizados (1:1) e separados no Grupo A e B e preencheram o Questionário de Avaliação da Incapacidade por Enxaqueca (MIDAS), o 12 – Item Allodynia Symptom Checklist (ASC – 12) – Versão Brasileira, e o Diário de Dor (durante um mês). Os resultados da caracterização da amostra mostraram maior ocorrência da migrânea nas mulheres, com homogeneidade em relação à idade, peso, altura, tempo de ocorrência, frequência e intensidade de dor entre os grupos. A náusea, fotofobia, fonofobia e osmofobia foram os fatores predisponentes mais evidentes nas análises realizadas. O MIDAS indicou presença de grau moderado de dor de cabeça em ambos os grupos e o ASC-12 do grupo A indicou presença de alodínia severa e no B, alodínia moderada. Esses dados indicam que a migrânea gera sérios problemas aos seus portadores, os quais interferem consideravelmente na sua qualidade de vida.
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