Acurácia de gatilhos na identificação de eventos adversos a medicamento em idosos hospitalizados

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v9i12.11135

Palavras-chave:

Efeitos Colaterais e Reações Adversas Relacionados a Medicamentos; Farmacovigilância; Indicadores de Qualidade em Assistência à Saúde; Envelhecimento.

Resumo

Objetivo: Avaliar a acurácia dos gatilhos para identificar eventos adversos a medicamentos (EAM) em idosos hospitalizados. Métodos: Duzentos pacientes60 anos de uma clínica médica de um hospital privado foram acompanhados. Para a identificação do EAM, foi usada a metodologia do rastreador da Global Trigger Tool adaptada. A causalidade foi determinada usando o algoritmo de Naranjo. Resultados: Dos 200 idosos incluídos no estudo, 106 eram do sexo feminino (53%), a idade média foi de 79 anos e o tempo médio de internação foi de aproximadamente ± 10 dias. Os gatilhos selecionados foram identificados 1.457 vezes. O grupo de gatilhos com melhor desempenho quanto à acurácia da análise foi presente nas evoluções, com sensibilidade de 69% e valor preditivo positivo de 68%. Na análise de desempenho individual, o gatilho de alergia, reação alérgica e prurido obteve desempenho de 100% tanto para sensibilidade e valor preditivo positivo. Um total de 165 eventos adversos foram identificados. Destes, 18% eram flebite e 16% eram hipoglicemia. Os medicamentos associados ao EAM incluíram insulina (15%) e claritromicina (9%). Conclusão: A metodologia de uso de gatilhos tem se mostrado eficaz na identificação de EAM. Além disso, foi realizada a determinação do melhor gatilho para a construção de uma ferramenta de identificação de EAM para idosos hospitalizados.

Referências

Almeida, A. V., Mafra, S. C., Silva, E. P., & Kanso, S. (2015). The feminization of old age: a focus on the socioeconomic, personal and family characteristics of the elderly and the social risk. Textos & Contextos,14 (1), 115-31.

Almeida, M. R., Castro, L. L. C., & Caldas, E. D. (2011). Conhecimentos, práticas e percepção de risco do uso de medicamentos no Distrito Federal. Rev Ciênc Farm Básica Apl; 32(1), 225-232.

Almeida, S. M., Romuado, A., Ferraresil, A. A., Zelezoglol, G. R. Z., Marra, A. R., & Edmond, M. B. (2017). Use of a trigger tool to detect adverse drug reactions in an emergency department. BMC Pharmacol Toxico, 18(71), 1-7.

Anderson, M. I. P., Assis, M., Pacheco, L. C., Silva, E. A. S., Menezes, I. S., Duarte, T., Storino, F. M., & Motta, L. (1998). Saúde e qualidade de vida na terceira idade. Textos sobre envelhecimento, 1(1), 23-43.

Balderas, V. et al. (2011) the hematocrit level in upper gastrointestinal hemorrhage: safety of endoscopy and outcomes. Am J Med, 124(10), 970-6.

Caldas, C. P., Veras, R. P., Motta, L. B., Guerra, A. C. L. C., & Carlos, M. J., Trocado, C. V. M. (2015). Atendimento de emergências e suas interfaces: o cuidado de curta duração a idosos. Bras Econ Saúde, 7(1), 629.

Carnevalli, L., Krug, B., Amant, F., Pee, D. V., Gérard, V., Béthune, X., & Spinewine, A. (2013). Performance of the Adverse Drug Event Trigger Tool and the Global Trigger Tool for Identifying Adverse Drug Events: Experience in a Belgian Hospital. Ann Pharmacother, 47(11), 1414– 1419.

Carvalho, M. F. C., Romano-Lieber, N. S., Bergsten-Mendes, G., Secoli, S. R., Ribeiro, E., Lebrão, M. L., & Duarte, Y. A. O. (2012). Polifarmácia entre idosos do Município de São Paulo - Estudo SABE. Rev Bras Epidemiol, 15(4), 817-27.

Chaimowicz, F. (2009). Dementia in the Brazilian population: prevalence estimates for 2010-2050. Dement Neuropsychol. 3(2),169-170.

Charles, V. (2010). Segurança do paciente: orientações para evitar os eventos adversos. Porto Alegre (RS), Brasil.

Classen, D. C., Pestotnik, S. L., Evans, R. S., & Burker, J. P. (1991). Computorized surveillance of adverse drug events in hospital patients. JAMA, 266(20), 2847-51.

Davies, E. C., Green, C. F., Mottram, D. R., & Pirmohamed, M. (2006). Adverse drug reactions in hospital in-patients: a pilot study. J Clin Pharm Ther, 31(4), 335-41.

Farthing, M., et al. (2013). Acute diarrhea in adults and children: a global perspective. J Clin Gastroenterol, 47(1), 12-20.

Franklin, B. D., Birch, S., Sachter, M., & Barber, N. (2010). Testing a trigger tool as a method of detecting harm from medication errors in a UK hospital: a pilot study. Int J Pharm Pract, 18(5), 305-11.

Gomes, V. P., Silva, M. T., & Galvão, T. F. (2017). Prevalência do consumo de medicamentos em adultos brasileiros: uma revisão sistemática. Ciênc. saúde colet. 22 (8), 2615-2626.

Gong, C. H., & Kending, H. (2016). Factors predicting health services use among older people in China: An analysis of the China Health and Retirement Longitudinal Study 2013. BMC Health Serv Res; 16(1), 63.

Griffin, F. A., & Resar, R. K. (2009). IHI Global Trigger Tool for Measuring Adverse Events (Second Edition). Innovation Series white paper. Cambridge, Massachusetts: Institute for Healthcare Improvement.

Hakkarainen, K. M., Hedna, K., Petzold, M., & Hagg, S. (2012). Percentage of patients with preventable adverse drug reactions and preventability of adverse drug reactions: a meta-analysis. PLoS One, 7(3), 33236.

Ianninim, P. et al. (2006). Adverse cutaneous reactions and drugs: a focus on antimicrobials. J Chemother, 18(2), 127-39.

Infusion Nurses Society. (2006). Infusion nursing standards of practice. J Infus Nurs, 29(1), S1-92

Kennerly, D. A., Saldaña, M., Kudyakov, R., Graca, B., Nicewander, D., & Compton, J. (2013). Description and Evaluation of Adaptations to the Global Trigger Tool to Enhance Value to Adverse Event Reduction Efforts, J Patient Saf, 9(2), 87-95.

Lindberg, G. et al. World gastroenterology Organisation Global Guideline: Constipation a global perspective. J Clin Gastroenterol, 45(6), 483-7.

Makary, M. A., Daniel, M. (2016). Medical error—the third leading cause of death in the US. BMJ; 353.

Malta, D. C., Bernal, R. T. I., Lima, M. G., Araújo, S. S. C., Silva, M. M. A., Freitas, M. I. F., & Barros, M. B. A. (2017). Doenças crônicas não transmissíveis e a utilização de serviços de saúde: análise da Pesquisa Nacional de Saúde no Brasil. Rev Saúde Pública, 51(1), 1-10.

Matlow, A. G., Cronin, C. M. G., Nijssen-Jordan, V. F. C., Fleming, M., Brady-Fryer, B. H. M. A., Orbine, E., Flintoft, V., Hiltz, M. A., & Baker, G. R. (2011). Description of the development and validation of the Canadian Paediatric Trigger Tool. BMJ Qual Saf, 20(5), 416-423.

Mendes, W., Martins, M., Rozenfeld, S., & Travassos, C. (2009). The assessment of adverse events in hospitals in Brazil. Int J Qual Health Care., 21(4), 279-84.

Motta, L. B. (2002). Levantamento do perfil de idosos internados em um hospital geral: análise do processo de internação frente às demandas da população geriátrica. Textos Envelhecimento; 3(6).

Nagai, K. L., Takashi, P. S. K., Pinto, L. M. O., & Romano-Lieber, N. S. (2018). Uso de rastreadores para busca de reações adversas a medicamentos como motivo de admissão de idosos em pronto-socorro. Ciência & Saúde Coletiva, 23(11), 3997-4006.

Naranjo, C. A., Busto, U., Sellers, E. M., Sandor, P., Ruiz, I., Roberts, E. A., Domecq, C., & Greenblatt, D.J. (1981). A method for estimating the probability of adverse drug reactions. Clin. Pharmacol. Ther; 30(2), 239-245.

Nephrology, I. S. O. (2012). KDIGO Clinical Practice Guideline for Acute Kidney Injury. Kidney international supplements.2.

Nilsson, L., Pih, A., Tagsjo, M., & Ericsson, E. (2012). Adverse events are common on the intensive care unit: results from a structured record review. Acta Anaesthesiol Scand, 56(8), 959–965.

Nunes, B. P., Uhlmann, M., LI, S., Wachs, L. S., Volz, P. M., Saes, M. O., Duroi, S. M. S., ThúmeI, E., & Facchini, L. A. (2017) Hospitalização em idosos: associação com multimorbidade, atenção básica e plano de saúde. Rev Saúde Pública; 51(1), 1-10.

OMS - Organização Mundial da Saúde. (2002). Safety monitoring of medicinal products. The importance of pharmacovigilance. Genebra: Organización Mundial de la Salud.

OMS - Organização Mundial da Saúde. (2017). Medication Without Harm - Global Patient Safety Challenge on Medication Safety. Geneva: World Health Organization.

Paliativos, A. B. D. C. (2011). Concenso Brasileiro de Náuseas e Vômitos em Cuidados Paliativos. Revista Brasileira de Cuidados Paliativos, 3(3), 2.

Passarelli, M. C. G. (2005). Reação Adversa a medicamentos em uma população idosa hospitalizada. Tese, USP, São Paulo, Brasil.

Pastore, C. et al. (2009). Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Análise e Emissão de Laudos Eletrocardiográficos. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, 93,1-19.

Pizzol, T. S. D., Pons, E. S., Hugo, F. N., Bozzetti, M. C., Sousa, M. L. R, & Hilgert, J. B. (2012). Uso de medicamentos entre idosos residentes em áreas urbanas e rurais de município no Sul do Brasil: um estudo de base populacional. Cad. Saúde Pública, 28(1),104-114.

Potter, P. A., & Perry A. G. (2013). Fundamentos da Enfermagem. Rio de Janeiro: Elsevier,29, 458-504.

Queiroz, D. B., Oliveira, L. C., Araújo, C. M., & Reis, L. A. (2016). Perfil de internações de idosos em uma clínica de neurociências de um hospital público. Rev Enferm Contem., 5(1), 16-24.

Rahn, D. D. (2008).Urinary Tract Infections: Contemporary Management. Urologic Nursing, 28(5), 333-340.

Robb, G., Elizabeth, L. O. E., Ashika, M., & Richard, H. M. S. (2017). Medicationrelated patient harm in New Zealand hospitals. NZ Med J, 130(1460), 21-32.

Rodrigues, C. C., Ribeiro, R. C. H. M., Cesarino, C. B., Bernardi, C., Bertolin, D. C., Ribeiro, R. M., Oliveira, M. P., Kusumota, L., & Jorge, S. C. (2017). Idosos Internados em um Hospital Escola: Característica Clínicas e desfechos. Rev enferm UFPE online, 11(12), 4938-45.

Rozenfeld, S., Giordani, F., & Coelho, S. (2013). Eventos adversos a medicamentos em hospital terciário: estudo piloto com rastreadores. Rev. Saúde Públ., 47(6), 1102-1111.

Rozich, J. D., Haraden, C. R., & Resar, R. K. (2003). Adverse drug event trigger tool: a pratical methodology for measuring medication related harm. Qual Saf Health Care, 12(3), 194-200.

Santos, M. I. P. O. (2007). Perfil dos idosos internados no Hospital Geral em Belém (Pará) Esc Anna Nery R Enferm., 11(1), 23-9.

Seddon, A. J., Cameron, C., Young, M. L., Maharaj, L. E. A. M., & Miller, N. (2013). The Adverse Drug Event Collaborative: a joint venture to measure medication-related patient harm. NZ Med J; 126(1368), 9-10.

Shehab, N., Lovegrove, M. C., Geller, A. I., Rose, K. O., Weidle, N. J., & Budnitz, D. S, (2016). US emergency department visits for outpatient adverse drug events, 2013-2014. JAMA, 316 (20), 2115–2125.

Silva, A. L., Ribeiro, A. Q., Klein, C. H., & Acurcio, F. A. (2012). Utilização de medicamentos por idosos brasileiros, de acordo com a faixa etária: um inquérito posta. Cad. Saúde Pública; 28(6),1033-1045.

Silva, J. B. V. B., Pedreira, L. C., Santos, J. L. P., Barros, C. S. M. A., & David, R. A. R. (2018).Perfil clínico de longevos em uma unidade de terapia intensiva. Acta Paul Enferm, 31(1): 39-45.

Silva, M. D. G. (2017). Avaliação da acurácia dos rastreadores propostos pelo Institute for Health Care Improvement para identificação de eventos adversos a medicamentos. Tese Doutorado, Universidade Federal de Minas Gerais. Faculdade de Medicina, Minas Gerais, Brasil. Recuperado de: http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/han dle/1843/BUOSAQARDW/md_tese__2017.03.21_.pdf?sequence=1>

Sobrafo, S. B. D. F. E. O, & Anvisa, A. N. D. V. S. (2011). Guia para Notificação de Reações Adversas em oncologia. São Paulo: Conectfarma publicações científicas.

Sociedade Brasileira de Diabetes. (2015). Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes. 2015-2016. Rio de Janeiro, Brasil.

Temple, R. (2006). Hy’s law: predicting seious hepatotoxicity. Pharmacoepidemiol Drug Saf, 15(4), 214-3.

Thiago, M. R. (2010). Como diagnosticar e tratar infecção urinária. Ed. Moreira JR, São Paulo, Brasil.

Varallo, F. R., Hernandez-Dagli, C., Pagottoz, C., Nadai, T. R., Herdeiro, M. T., & Mastroianni, P. C. (2017). Confounding Variables and the Performance of Triggers in Detecting Unreported Adverse Drug Reactions. Clin Ther, 39(4), 686-696.

Veronese, R. F. (2005). Tratado de infectologia. (3a ed.), São Paulo: Atheneu.

VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. (2016). Arquivos Brasileiros de cardiologia. 95, I-III.

Downloads

Publicado

26/12/2020

Como Citar

SOUSA, C. J. P. de; PRETE, A. C. L. .; RIBEIRO, C. H. M. A. Acurácia de gatilhos na identificação de eventos adversos a medicamento em idosos hospitalizados. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 12, p. e33491211135, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i12.11135. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/11135. Acesso em: 7 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde