Atividade larvicida de micropartículas do óleo essencial de Melissa officinalis L. (Lamiaceae) frente Aedes aegypti (Diptera, Culicidae)
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i1.11166Palavras-chave:
Bioproduto; Micropartículas; Encapsulamento.Resumo
Este estudo teve por objetivo avaliar a atividade larvicida de micropartículas do óleo essencial (OE) de Melissa officinalis L. frente Aedes aegypti. As folhas de M. officinalis foram coletadas no município de São José de Ribamar, Maranhão, Brasil, posteriormente secas, trituradas e moídas. Foram utilizadas 90g das folhas secas para obtenção do OE pelo método de hidrodestilação. Para a síntese do OE microencapsulado, 60g de alginato de sódio (2,5% m/v) foram adicionados a mistura de 15g de Tween 20 com 6g do OE. A mistura foi homogeneizada e gotejada sobre solução de CaCl2 5% m/v para o endurecimento das partículas via crosslinking. As micropartículas foram lavadas com água destilada em filtro e secas à 35ºC/24h e 15 dias à tamb (30ºC). Os ovos de Aedes aegypti foram coletados na Universidade Federal do Maranhão pelo método de ovitrampas. As larvas que eclodiram foram alimentantadas até atingirem o quarto ínstar. Submeteu-se grupos de larvas (n=20) a soluções do OE e das micropartículas de 10-90 mg/L . Após 24h contou-se as larvas vivas e mortas e calculou-se a CL50 pelo método de Reed&Muench, utilizando o critério de Cheng para classificação do potencial ativo. Todas as larvas apresentaram mortalidade em todas as concentrações testadas. A CL50 obtida para o OE foi de 40,60 mg/L e para as micropartículas 22,10 mg/L, ambos classificados como ativos segundo o critério adotado, porém observa-se que as microparticulas aumentaram o potencial larvicida do OE. Através dos resultados obtidos, conclui-se que as microparticulas formuladas com o OE revelaram-se eficientes frente às larvas de Aedes aegypti, sendo interessante e importante no controle e combate ao mosquito transmissor da dengue.
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