Uso de biomateriais e rosuvastatina tópica aumenta angiogênese de feridas cirúrgicas em coelhos
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i1.11327Palavras-chave:
Plasma rico em plaquetas; Fibrina rica em plaquetas; Estatinas; Cicatrização; Neovascularização.Resumo
Estudos têm sido realizados para verificar os efeitos de biomateriais, como o plasma rico em plaquetas (PRP) e a fibrina rica em plaquetas (FRP) e a sua contribuição para o processo de cicatrização de feridas por meio da liberação de fatores de crescimento que têm propriedades de indução de regeneração tecidual. Muitas evidências também se mostram favoráveis ao uso tópico da rosuvastatina (RSV) em lesões de pele, por modificar de forma positiva o fluxo sanguíneo basal tecidual. No entanto, não está claro se este efeito está envolvido no aumento do fluxo sanguíneo e por consequência uma melhora no processo cicatricial. Neste sentido, o presente estudo analisou a quantidade de fibroblastos e número de vasos em feridas induzidas experimentalmente em coelhos após tratamento com e sem associação dos biomateriais e RSV. A hipótese baseia-se que o uso tópico de um fármaco hipolipemiante associado a um biomaterial possa aumentar a quantidade de fibroblastos e angiogênese após lesão experimentalmente induzida, e com isso aumentando a colagenização para produção de uma cicatriz mais homogênea. Verificou-se que a associação da FRP e RSV promoveu um efeito aditivo aumentando em 135% a angiogênese. O uso da RSV isolada também proporcionou um aumento de 77% na quantidade de fibroblastos. Concluiu-se que tanto a FRP quanto a RSV possuem bons efeitos cicatrizantes, de tal forma que a associação entre elas foi benéfica e demonstrou um possível efeito aditivo.
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