Associações entre prática de atividade física e qualidade do sono no contexto pandêmico de distanciamento social
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i1.11471Palavras-chave:
COVID-19; Atividade física; Qualidade do sono; Dispêndio energético.Resumo
Este estudo teve como objetivo investigar possíveis associações entre prática de atividade física e qualidade do sono durante o período de distanciamento social da pandemia de COVID-19. Participaram 458 adultos com idades entre 18 e 59 anos. O nível de atividade física foi investigado por meio do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) e a qualidade do sono pelo Mini Sleep Questionnaire (MSQ). Os resultados demonstraram que 79,3% dos participantes com algum nível de dificuldade do sono. A prática de atividade física demonstrou associação com a qualidade do sono (OR = 1,922, IC = 1,121-3,295). A ANOVA oneway apontou diferença significativa na qualidade do sono entre os diferentes níveis de atividade física. O nível muito ativo apresentou melhor qualidade do sono em comparação a ativos, insuficientemente ativos e sedentários (p<0,05). Observou-se correlação negativa e significativa (r = -0,187, p = 0,001) entre o tempo gasto em atividades físicas vigorosas e o somatório do questionário de qualidade do sono. Não foram encontradas relações significativas entre qualidade do sono e atividade física moderada e/ou caminhada. Conclui-se que durante o período pandêmico, a prática de atividade física de característica vigorosa pode contribuir para uma melhor qualidade do sono. Recorrendo a uma das hipóteses que procuram explicar a relação entre exercício físico e sono, infere-se que este achado pode ser explicado pela sensação de fadiga decorrente do maior dispêndio energético proporcionado por estas atividades.
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