Comorbidade entre depressão, ansiedade e obesidade e complicações no tratamento
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i1.11489Palavras-chave:
Obesidade; Transtornos mentais; Ansiedade; Depressão; Comorbidades.Resumo
Os transtornos mentais, como o Transtorno Depressivo Maior e os Transtornos de Ansiedade, juntamente da obesidade, têm crescido, substancialmente, no último século. O aumento do consumo de alimentos ricos em gorduras e em açúcares e do sedentarismo, assim como fatores genéticos e cotidianos parecem explicar, até certo grau, a incidência de doenças metabólicas e da obesidade. Não obstante, o melhor entendimento dos fatores de risco relacionados ao aparecimento de desordens psíquicas, em certas populações, acarreta mudanças no tratamento destas patologias, favorecendo um cuidado integral e multidisciplinar. Dentro deste escopo, o presente estudo pretende analisar se há correlação entre depressão, ansiedade e obesidade, quando se trata do tratamento multidisciplinar destas patologias. Fez-se uma revisão bibliográfica integrativa usando-se artigos dos últimos 10 anos (2010-2020) das bases de dados da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde - LILACS, PubMed, Cochrane e Biblioteca Eletrônica Científica Online - SciELO, com os descritores: “Obesidade”; “Transtornos Mentais”; “Ansiedade”; “Depressão”; “Comorbidades”.A literatura apresenta discordâncias na associação entre obesidade, ansiedade e depressão. Alguns estudos demonstram que não há correlação estatística significativa entre IMC, depressão e ansiedade. Do mesmo modo, outros estudos demonstram que a correlação entre obesidade e transtornos de humor é influenciada pela utilização de psicofármacos empregados no tratamento psiquiátrico, com potencial de influenciar no ganho de peso. As relações de causalidade envolvendo depressão, ansiedade e obesidade ainda são controversas e requerem mais pesquisa.
Referências
Almeida, S., Zanatta, D., & Rezende, F. (2012). Imagem corporal, ansiedade e depressão em pacientes obesos submetidos à cirurgia bariátrica. Estudos de Psicologia (Natal), 17(1),153-160. 10.1590/s1413-294x2012000100019
Amaral, A. D. (2014). Comparação entre SNRI e SSRI na indução da remissão da perturbação depressiva major: uma revisão baseada na evidência. Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, 30(3), 174-180.
American PsychiatricAssociation. (2014). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5 (5a ed.), Artmed.
Apovian, C. M. (2016). Obesity: Definition, comorbidities, causes, and burden. Am. J. Manag. Care, 22, S176–S185.
Associação Brasileira de Psiquiatria. Transtornos de ansiedade: Diagnóstico e Tratamento (2008) https://diretrizes.amb.org.br/_BibliotecaAntiga/transtornos-de-ansiedade-diagnostico-e-tratamento.pdf.
Balaram, K., Marwaha, R., & Agoraphobia. Treasure Island: Statpearls Publishing (2020). https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK554387/.
Bandelow, B., & Michaelis, S. (2015) Epidemiology of anxiety disorders in the 21st century. Dialogues ClinNeurosci, 17(3): 327-335.
Chagas, M. H. N., Nardi, A. E., Manfro, G. G., Hetem, L. A. B., Andrada, N. C., Levitan, M. N., Salum, G. A., Isolan, L., Ferrari, M. C. F., & Crippa, J. A. S. (2010). Diretrizes da Associação Médica Brasileira para o diagnóstico e diagnóstico diferencial do transtorno de ansiedade social. Brazilian Journal of Psychiatry, 32(4), 444-452. Epub October 15, 2010. https://dx.doi.org/10.1590/S1516-44462010005000029
CID-10. Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID-10: Descrições clínicas e diretrizes diagnósticas. 1993: Artmed.
Costa, C. O. da., Branco, J. C., Vieira, I. S., Souza, L. D. de M., & Silva, R. A. da. (2019). Prevalência de ansiedade e fatores associados em adultos. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, 68(2), 92-100. https://doi.org/10.1590/0047-2085000000232
Daré, P. K., & Caponi, S. N. (2017). Cuidado ao indivíduo com depressão na atenção primária em saúde. ECOS-Estudos Contemporâneos Da Subjetividade, 7(1). https://www.periodi-coshumanas.uff.br/ecos/article/view/1858.
Didoné, L. S., Jesus, I. T. M. de., Santos-Orlandi, A. A., Pavarini, S. C. I., Orlandi, F. de S., Costa-Guarisco, L. P., Gratão, A. C. M., Gramany-Say, K., Cominetti, M. R., Gomes, G. A. de O., & Zazzetta, M. S. (2020). Factors associated with depressive symptoms in older adults in context of social vulnerability. Revista Brasileira de Enfermagem, 73(Suppl. 1), e20190107.https://doi.org/10.1590/0034-7167-2019-0107
Frontzek, L. G. M., Bernardes, L. R., & Modena, C. M. (2017). Obesidade infantil: compreender para melhor intervir. Revista da Abordagem Gestáltica, 23(2), 167-174.
Garcia, G., Pompeo, D., Eid, L., Cesarino, C., Pinto, M., & Gonçalves, L. (2018). Relationship between anxiety, depressive symptoms and compulsive overeating disorder in patients with cardiovascular diseases. Revista Latino-Americana De Enfermagem, 26(0). 10.1590/1518-8345.2567.3040
Guimarães, A., Feijó, I., Soares, A., Fernandes, S., Machado, Z., & Parcias, S. (2012). Excesso de peso e obesidade em escolares: associação com fatores biopsicológicos, socioeconômicos e comportamentais. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, 56(2),142-148. 10.1590/s0004-27302012000200008.
Maron, E., & Nutt D. (2017). Biological markers of generalized anxiety disorder. Dialogues ClinNeurosci, 19(2), 147-158.
Park, M., Cuijpers, P., van Straten, A., & Reynolds, C. F. (2014). The effects of psychotherapy for adult depression on social support: A meta-analysis. Cognitive therapy and research, 38(6), 600–611. https://doi.org/10.1007/s10608-014-9630-z
Pereira, C., Brandão, I. (2014). Uma perspetiva da psicopatologia da obesidade. Arq Med [Internet], 28(5), 152-159.
Ravindran, L. N., & Stein, M. B. (2010). The pharmacologic treatment of anxiety disorders: a review of progress. The Journal of clinical psychiatry, 71(7), 839–854. https://doi.org/10.4088/JCP.10r06218blu
Rocha C, & Costa E. (2012). Aspectos psicológicos na obesidade mórbida: Avaliação dos níveis de ansiedade, depressão e do auto-conceito em obesos que vão ser submetidos à cirurgia bariátrica. Análise Psicológica, 30(4):451-466.10.14417/ap.604
Santos, H. G. B., Marcon, S. R., Espinosa, M. M., Baptista, M. B., & Paulo, P. M. C. (2017). Fatores associados à presença de ideação suicida entre universitários. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 25(2878), p.1-8. 10.1590/1518-8345.1592.2878
Smits, J., Rosenfield, D., Mather, A., Tart, C., Henriksen, C. &, Sareen, J. (2010). Psychotropic medication use mediates the relationship between mood and anxiety disorders and obesity: Findings from a nationally representative sample. J Psychiatr Res, 44(15):1010-1016. 10.1016/j.jpsychires.2010.04.007
Wanderley, E., & Ferreira, V. (2010). Obesidade: uma perspectiva plural. Ciência & Saúde Coletiva, 15(1):185-194. 10.1590/s1413-81232010000100024
Whittemore, R., & Knafl, K. (2005). The integrative review: updated methodology. J AdvNurs, 52(5):546-553. 10.1111/j.1365-2648.2005.03621.x
WHO (2020). Obesity: preventing and managing the global epidemic. Report of a WHO Consultation. WHO Technical Report Series 894. Geneva: World Health Organization.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Daniel Del Nero Casselli; Eduardo de Sousa Martins e Silva; Gabriela Martins Figueira ; Mariana Eduarda Demarchi; Jose Carlos Souza
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.