Perfil epidemiologico de doadores de sangue com traço falcêmico no Estado do Piauí, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i4.11518Palavras-chave:
Hemoglobinas variantes; Traço falciforme; Raça; Saúde pública.Resumo
O estudo aqui apresentado objetiva discutir variáveis sociais e demográficas de doadores de sangue portadores de hemoglobinas variantes no estado do Piauí, no ano de 2019, através da análise dos dados coletados dos mesmos e armazenados no HEMOVIDA. Os dados obtidos foram submetidos a análise estatística através do programa SPSS, no qual foram efetuados os cruzamentos desses e comparadas as proporções pelo teste do Χ2. De acordo com os resultados obtidos, dos 37840 doadores, 1666 testaram positivo para hemoglobinas variantes, sendo 1376 (3,64%) destes portadores do traço falciforme. A maioria dos doadores (79,3%) possui residência na cidade de Teresina, 46,1% possuiam entre 19 e 29 anos de idade e a ocupação profissional mais citada foi a de estudante, 22,8% do total. Além disso, 64,8% dos doadores relataram ser solteiros. Quando observada a variável sexo, 57,75% eram homens, apresentando estes também a maioria dos casos de traço falciforme. No quesito raça, não houve diferença estatística quando comparados os números de indivíduos com hemoglobinas variantes, o que vai de encontro aos estudos destacados na literatura. Este trabalho discute a variável raça de forma crítica, entendendo que os mecanismos de reconhecimento étnico são atravessados por uma complexa teia de relações em uma sociedade colonizada, o que pode estar por trás de tal discrepância. Os portadores do traço falsiforme também relataram menor escolaridade em comparação aos doadores com hemoglobinas HbAA.
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