Ocorrência de Babesia spp. em cães utilizando a técnica de esfregaço sanguíneo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i2.11907

Palavras-chave:

Hematozoários; Patologia clínica; Hematologia; Babesiose.

Resumo

A babesiose é uma zoonose causada por diferentes espécies de protozoários do gênero Babesia, que obrigatoriamente vivem no interior das células sanguíneas. Transimitida por carrapatos ixodídeos, ela pode acometer tanto animais domésticos, quanto silvestres. No Centro-Oeste, apesar de já existirem descrições da hemoparasitose, pouco se sabe referente à sua ocorrência, sendo a maioria dos estudos referentes à detecção por meio de diagnósticos moleculares. Apesar disso, o esfregaço sanguíneo mostra-se um método diagnóstico fundamental, principalmente, por ser um exame de triagem, viável, altamente conclusivo e de baixo custo. Este estudo objetivou enfatizar a importância do esfregaço sanguíneo como diagnóstico da enfermidade. Realizou-se um levantamento dos achados de Babesia spp. em esfregaços sanguíneos da rotina do HOVET – UFMT, durante o período de doze meses, bem como foi buscada a existência de um perfil hematológico, visando validar a suspeita mesmo em casos de baixa parasitemia. Foram processados 5.333 hemogramas caninos, destes, os que apresentaram o trofozoíto da Babesia spp. na citologia dos esfregaços foram submetidos à avaliação do resultado de seus exames. Foi constatado que mesmo em casos que a citologia resulte negativa, com o histórico clínico associado ao perfil hematológico é possível validar a suspeita da hemoparasitose. Verificou-se a ocorrência de 0,3% de babesiose em cães, sendo a maioria dos achados esporádicos. Os principais achados hematológicos foram anemia (68,75%) normocítica normocrômica (45,45%), trombocitopenia (87,5%), leucopenia (75%), eosinopenia (68,75%), linfopenia (87,5%) e monocitose (18,75%).

Referências

Andereg, P. I. & Passos, L. M. F. (1999). Erliquiose canina: revisão. Clínica Veterinária, 4(18): 31-38.

Brandão, L. P. & Hagiwara, M. K. (2002). Babesiose canina: revisão. Clínica Veterinária, 7(41): 50-59.

Campos, K. C. H., Santos, L. P., Takahira, R. K., Lopes, R. S., Silveira, V. F. & Mattoso, C. R. S. (2002). Incidência de trombocitopenia em cães naturalmente infectados por Babesia canis. In Anais 6ª Mostra Científica da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – UNESP (56), Botucatu. Botucatu: FMVZ-UNESP.

Canuto, F. J. C., Matias, A. L. M. & Cortez A. A. (2016). Achados hematológicos de cães positivos para babesiose em Fortaleza, Ceará. In IV Congresso Estudantil de Medicina Veterinária da UECE 26 (10-12), Fortaleza. Fortaleza: Ciência Animal.

Castro, V. V., Ayres, E. C. B. S., Canei, D. H., Pereira, M. E., Souza, V. R. F., Chitarra, C. S., Dutra, V., Nakazato, L. & Almeida, A. B. P. F. (2020). Molecular prevalence and factors associated with Babesia vogeli infection in dogs in the Cerrado Mato-Grossense region of Brazil. Ciência Rural, 50(2). https://dx.doi.org/10.1590/0103-8478cr20190389.

Day, M. J. (2011). One health: the importance of companion animal vector-borne diseases. Parasites & vectors, 4(1): 49.

Dias, V. A. C. M. & Ferreira, F. L. A. (2016). Babesiose canina: Revisão. Pubvet, 10: 873-945.

Duarte, S. C., Louly, C. C. B., Silveira Neto, O. J., Romanowski, T. N. A., Lino Junior, R. S. & Linhares, G. F. C. (2008). Parasitologic and molecular diagnosis of canine babesiosis in Goiânia, Brazil. Revista de Patologia Tropical / Journal of Tropical Pathology, 37(3): 229-236. https://doi.org/10.5216/rpt.v37i3.5064.

Fernandes, L. L., Nagayoshi, B. A. & Barbosa, T. S. (2013). Hematologia dos cães com babesiose atendidos no Hospital Veterinário da Universidade de Marília – UNIMAR. Revista Unimar Ciências, 22(1-2): 49-52.

Furlanello, T., Fiorio, F., Caldin, M., Lubas, G. & Solano-Gallego, L. (2005). Clinicopathological findings in naturally occurring cases of babesiosis caused by large form Babesia from dogs of northeastern Italy. Veterinary Parasitology, 134(1-2): 77-85. https://doi.org/10.1016/j.vetpar.2005.07.016.

Guimarães, A. M., Rocha, C. M. B. M., Oliveira, T. M. F. S., Rosado, I. R., Morais, L. G. & Santos, R. R. D. (2009). Fatores associados à soropositividade para Babesia, Toxoplasma, Neospora e Leishmania em cães atendidos em nove clínicas veterinárias do município de Lavras, MG. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, 18(1): 40-53. https://doi.org/10.4322/rbpv.018e1009.

Irwin, P. J. (2005). Babesiosis and cytauxzoonosis. In Shaw, S. E., & Day, M. J. (Eds), Arthropod-borne infectious diseases of the dog and cat. Manson Publishing, Barcelona, pp. 63-77.

Jain N. C., Feldman, B. F., & Zinkl, J. G. (2000). Schalm’s veterinary hematology (5a ed). Philadelphia: Lea & Febiger.

Meyer, D. J. & Harvey, J. W. (2004). Veterinary laboratory medicine: interpretation & diagnosis (2a ed). Philadelphia: Sauders, 2004.

Miranda, F. J. B., Albernaz, A. P., Melo Junior, O. A. & Machado, J. A. (2008). Frequência de cães infectados por Babesia spp. em Campos dos Goytacases, RJ. Ciência Animal Brasileira, 9(1): 238-241.

Moraes, L. F., Takahira, R. K., Golim, M. A. & Baggio, M. S. (2016). Avaliação das alterações hemostáticas e do risco tromboembólico em cães com AHIM. Pesquisa Veterinária Brasileira, 36(5): 405-411. https://doi.org/10.1590/S0100-736X2016000500009.

Pereira, A. S., Shitsuka, D. M., Parreira, F. J., & Shitsuka, R. (2018). Metodologia da Pesquisa Científica. UAB/NTE/UFSM. https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/15824/Lic_Computacao_Metodologia-Pesquisa-Cientifica.pdf?sequence=1.

Santos, C. M., Conte, F. O., Tonial, A. L., Bairros, A. A., Aquino, D. R. R. R. A. & Favacho, A. R. M. (2018). Ocorrência de hemoparasitose em cães atendidos em hospital veterinário de Campo Grande, estado do Mato Grosso do Sul, Brasil. Brazilian Journal of Animal and Environmental Research, 1(1): 236-243.

Stockham, S. L. & Scott, M. A. (2011). Fundamentos da patologia clínica veterinária (2a ed.). Guanabara Koogan.

Serra-Freire, N. M. (2014). Caso Índice de babesiose humana no Rio de Janeiro, Brasil. Revista UNIABEU, 7(15): 76-85.

Silva, A. B., Costa, A. P., Sá, J. C., Costa, F. B., Santos, A. C. G. & Guerra, R. M. S. N. C. (2012). Detecção molecular de Babesia canis vogeli em cães e em Rhipcephalus sanguineus na mesorregião do oeste maranhense, nordeste brasileiro. Ciência Animal Brasileira, 13(3): 388-395.

Thrall, M. A., Weiser, G., Robin, W. A. & Campbell, T. W. (2015). Hematologia e Bioquímica Veterinária (2a ed). Roca.

Trapp. S. M., Messick, J. B. & Vidotto, O. (2006). Babesia gibsoni genotype Asia in dogs from Brazil. Veterinary Parasitology, 141(1-2): 177-180. https://doi.org/10.1016/j.vetpar.2006.04.036.

Vercammen, F., Deken, R. & Maes, L. (1995) Clinical and serological observations on experimental infections with Babesia canis and its diagnosis using the IFAT. Parasite, 2(4): 407-410.

Vercammen, F., Deken, R. & Maes, L. (1997). Duration of protective immunity in experimental canine babesiosis after homologous and heterologous challenge. Veterinary Parasitology, 68: 51-55.

Weiss, D. & Wardrop, K. (2010). Schalm's Veterinary Hematology (6a ed). Wiley-Blackwell.

Downloads

Publicado

02/02/2021

Como Citar

PEREIRA, B. L. A. R.; SORTE , E. da C. B. .; BORGES, J. C.; MENDONÇA, A. J. Ocorrência de Babesia spp. em cães utilizando a técnica de esfregaço sanguíneo. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 2, p. e1810211907, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i2.11907. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/11907. Acesso em: 30 jun. 2024.

Edição

Seção

Ciências Agrárias e Biológicas