Ocorrência e mapeamento de cisticercose, fasciolose e hidatidose em bovinos e ovinos na região sul do Rio Grande do Sul (2018-2019) e importância em saúde pública
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i1.11939Palavras-chave:
Prevalência; Saúde-única; Parasitoses; Inspeção.Resumo
A responsabilidade do setor agropecuário em produzir alimentos de forma eficaz busca também por atender essa demanda de forma sustentável gerando produtos seguros ao consumidor final. Cisticercose, fasciolose e hidatidose são zoonoses. A infecção humana ocorre pela ingestão de alimentos mal passados ou mal lavados contendo formas infectantes destes parasitos, podendo causar diversos prejuízos à saúde dos acometidos. O objetivo deste trabalho foi estabelecer a ocorrência destas três enfermidades em ovinos e bovinos com origem em municípios da área de abrangência da 12ª Supervisão Regional do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (DIPOA) da SEAPDR-RS, abatidos sob inspeção estadual no período de janeiro de 2018 a dezembro de 2019. Neste período foram abatidos o total de 227.946 bovinos, sendo 113.907 em 2018 e 114.039 em 2019, contabilizados animais de diversas categorias de idade. A taxa média de ocorrência considerando o período foi de 0,75% para cisticercose, 49,14% para fasciolose e 16,22% para hidatidose. O número total de ovinos abatidos foi 45.695, dos quais, 23.746 no ano de 2018 e 21.949 no ano de 2019. As ocorrências das doenças nesta espécie, considerando a média para o período, foram 0,86% para cisticercose, 0,63% para fasciolose e 11,62% para hidatidose. Conclui-se que, neste período de estudo, a fasciolose apresentou a maior ocorrência em bovinos e a hidatidose em ovinos. Os dados avaliados neste artigo servem como ferramenta para ações em saúde pública e evidenciam a importância dos Serviços de Inspeção Oficial e do profissional Médico Veterinário na obtenção de alimentos seguros.
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