A pedagogia do silêncio em Auschwitz: uma análise a partir de 174.517
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v8i8.1222Palavras-chave:
Primo Levi; campo de concentração; comunicação.Resumo
O objetivo do artigo é fazer uma análise relativa aos mecanismos que dificultavam a comunicação dos prisioneiros no campo de concentração e extermínio de Auschwitz orientada pelo testemunho É isto um homem? do italiano judeu Primo Levi - ou 174.517, seu número de identificação no Campo. A discussão tem o intuito de contribuir para a compreensão do que foi a experiência do Lager, enfrentando generalizações e banalizações, e investigar o aparato de repressão que se esconde nas entrelinhas dessa estrutura nazista. Através da ideia de pedagogia do silêncio se propõe, então, refletir sobre a violência que ultrapassa os aspectos físicos e que também contribuiu para a tentativa de desumanização do prisioneiro. No cotidiano dessa experiência limítrofe, a comunicação aparece como mais um elemento de restrição e as vítimas acabam inclusive se apropriando do silêncio como estratégia para a própria sobrevivência; no entanto, o testemunho permite também observar como ocorre a resistência à incomunicabilidade.
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