Fatores associados à mortalidade neonatal de prematuros de muito baixo peso em Unidade de Terapia Intensiva
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i2.12402Palavras-chave:
Terapia intensiva neonatal; Fatores de risco; Mortalidade; Recém-nascido prematuro.Resumo
Objetivo: analisar os fatores associados à mortalidade até 28 dias em prematuros com muito baixo peso ao nascimento (<1500 g). Métodos: Estudo de coorte com desenho retrospectivo, de natureza quantitativa, e coletados dados de prontuários de crianças nascidas no período de 31 de julho de 2015 a 1 de agosto de 2016, tendo como base as fichas de atendimento em sala de parto e sumário de internação em UTI Neonatal de uma maternidade pública do Maranhão. As variáveis estudadas foram: características maternas, características do recém-nascido ao nascimento e evolução neonatal, associadas à mortalidade até 28 dias. As variáveis associadas ao óbito foram determinadas por regressão logística, estimando o odds ratios com IC de 95%. Resultados: Dos 209 recém-nascidos estudados, 87 (41,6%) tiveram óbito. Apresentaram associação significativa com o óbito: idade gestacional menor do que 28 semanas (OR=4,99; IC=95%: 2,02-12,32), peso ao nascer menor de 1000 g (OR=4,34; IC=95%: 1,87-10,04), APGAR no 5’ menor que 7 (OR=4,44; IC=95%: 1,46-13,48), uso de surfactante (OR=3,72; IC95%: 1,64-8,43) e que apresentaram hemorragia pulmonar (OR=19,17; IC=95%: 4,46-82,42). Características maternas não permaneceram no modelo final. Conclusão: As causas de morte no período neonatal mostraram-se associadas à menor idade gestacional, menor peso de nascimento, baixa vitalidade ao nascer, assim como o uso de surfactante e presença de hemorragia pulmonar.
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