Análise hidrogeomorfométrica da microbacia do rio Mutum: informações para auxiliar o manejo de recursos hídricos na Amazônia Ocidental

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i2.12448

Palavras-chave:

Geotecnologias; Características da paisagem; Análise ambiental; Manejo dos recursos naturais.

Resumo

O desenvolvimento sustentável de sistemas agropecuários tem como base o planejamento e a gestão dos recursos naturais, logo, é essencial conhecer as características da paisagem. Em face ao exposto, o presente trabalho tem como objetivo fornecer informações sobre as características hidrogeomorfométricas da microbacia do rio Mutum. A análise da paisagem foi realizada com os softwares Google Earth, QGIS e TrackMaker Free, imagens altimétricas dos satélites Alos, e dados da literatura. A microbacia tem área de 8,64 km2, perímetro de 15,26 km, formata alongada e baixa a média suscetibilidade a inundações (ponto de vista geométrico), altitudes de 228 a 322 m, predominância de relevos suave ondulado (50,81%) e ondulado (30,67%), 92,93% de sua área com baixa propensão a influência a propagação de incêndios e 92,94% apta à extremamente apta a mecanização agrícola,  rede de drenagem de 17,30 km com padrão dendrítico de 4ª ordem, densidades de nascentes média, densidade de drenagem média, coeficiente de manutenção de 499,4 m2 m-1,  canal principal reto e baixo tempo de concentração. A microbacia tem potencial para o desenvolvimento agropecuário, no entanto, a adoção de práticas de manejo conservacionista do solo é necessário para mitigar os impactos desta atividade no meio ambiente. É recomendado o estudo da dinâmica temporal e espacial da cobertura do solo, para analisar a qualidade e a quantidade de vegetação nativa na microbacia, e assim, delimitar áreas prioritárias para a manutenção e/ou recuperação dessa vegetação.

Referências

Alvares, C. A, Stape, J. L., Sentelhas, P. C., Gonçalves, L. M., & Sparovek, G. (2014). Köppen’s climate classification map for Brazil. Meteorolo-gische Zeitschrift, 22(6), 711-728. 10.1127/0941-2948/2013/0507

ASF - Alaska Satellite Facility (2017). Imagem altimétrica. https://www.asf.alaska.edu/

Beltrame, A.V. (1994). Diagnóstico do meio ambiente físico de bacias hidrográficas: modelo de aplicação. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina.

Bertoni, J., & Lombardi Neto, F. (2014). Conservação do solo. Editora Ícone.

Bourke, R. M. (2010). Altitudinal limits of 230 economic crop species in Papua New Guinea. In: Haberle, S.G., Stevenson, J., & Prebble, M. (eds). Altered Ecologies: Fire, Climate and Human Influence on Terrestrial Landscapes. Canberra: The Australian National University.

Brasil. (1997). Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997. Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989. www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9433.htm

Cavalheiro, W. C. S., & Vendruscolo, J. (2019). Importância de estudos em bacias hidrográficas para o manejo sustentável dos recursos hídricos em Rondônia. Revista Geográfica Venezolana, especial, 256-264. http://www.saber.ula.ve/handle/123456789/46164

Cherem, L. F. S., Faria, S. D., Zancopé, M. H. C., Sordi, M. V., Nunes, E. D., & Rosa, L. E. (2020). Análise morfométrica em bacias hidrográfi-cas. In. Magalhães Júnior, A.P., & Barros, L.F.P. Hidrogeomorfologia: formas, processos e registros sedimentares fluviais. Rio de Janeiro-RJ: Bertrand Brasil.

Christofoletti, A. (1980). Geomorfologia. (2a ed.), Edgard Blucher.

Donegá, M. V. B., Souza, T. W. S., Lima, M. M., Panza, M. R., Pacheco, F. M. P., Saraiva, J. G., Cavalheiro, W. C. S., & Vendruscolo, J. (2021). Caracterização hidrogeomorfométrica da microbacia do rio Gavião, Amazônia Ocidental, Brasil. Research, Society and Development, 10(1), 1-14. 10.33448/rsd-v10i1.11844

Earle, E., & Panchuk, K. (2019). Physical Geology. (2a ed.), Victoria, B.C.: BCcampus. https://opentextbc.ca/physicalgeology2ed/

Fairfull, S., & Witheridge, G. (2003). Why do Fish Need to Cross the Road? Fish Passage Requirements for Waterway Crossings. Sydney: NSW Fisheries.

Fietz, C. R., Comunello, É., Cremon, C., Dallacort, R., & Pereira, S. B. (2011). Chuvas intensas no Estado de Mato Grosso. Dourados-MS: Em-brapa Agropecuária Oeste. https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/915074/1/DOC2011104.pdf

Finkler, R. (2010). Planejamento, manejo e gestão de bacias. Brasília-DF: Agência Nacional de Águas.

Franca, R. R. (2015). Climatologia das chuvas em Rondônia – período 1981-2011. Revista Geografias, 11(1), 44-58. https://periodicos.ufmg.br/index.php/geografias/article/view/13392/10624

Hӧfig, P., & Araujo-Junior, C. F. (2015). Classes de declividade do terreno e potencial para mecanização no estado do Paraná. Coffee Science, 10(2), 195-203.

https://www.researchgate.net/publication/277597916_classes_de_declividade_do_terreno_e_potencial_para_mecanizacao_no_estado_do_parana

Horton, R. E. (1932). Drainage basin characteristics. Transactions, American Geophysical Union, 13(1), 350-361.

IBGE - Instituto Nacional de Geografia e Estatística (2021a). Produção agrícola municipal. https://sidra.ibge.gov.br/Tabela/1612

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2021b). Pesquisa da pecuária municipal: produção da aquicultura, por tipo de produto. https://sidra.ibge.gov.br/tabela/3940.

INCRA - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (2018). Acervo fundiário. http://acervofundiario.incra.gov.br/acervo/acv.php.

Lepsch, I. F., Espindola, C. R., Vischi Filho, O. J., Hernani, L. C., & Siqueira, D. S. (2015). Manual para levantamento utilitário e classificação de terras no sistema de capacidade de uso. Viçosa-MG: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo.

Lima Júnior, J. C., Vieira, W. L., Macêdo, K. G., Souza, S. A., & Nascimento, F. A. L. (2012). Determinação das características morfométricas da sub-bacia do Riacho Madeira Cortada, Quixelô, CE. VII Congresso Norte-Nordeste de Pesquisa e Inovação. Palmas-TO: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia. p. 1-7.

Lobato, F. A. O., Andrade, E. M., Meireles, A. C. M., Santos, J. C. N., & Lopes, J. F. B (2009). Perdas de solo e nutrientes em área de Caatinga decorrente de diferentes alturas pluviométricas. Revista Agro@mbiente On-line, 3(2), 65-71. 10.18227/1982-8470ragro.v3i2.247

Lollo, J. A. (1995). O uso da técnica de avaliação do terreno no processo de elaboração do mapeamento geotécnico: sistematização e aplicação na quadrícula de Campinas. São Carlos: Universidade de São Paulo.

Medeiros, M. B., & Fiedler, N. C. (2004). Incêndios florestais no Parque Nacional da Serra da Canastra: desafios da biodiversidade. Ciência Florestal, 14(2), 157-168. 10.5902/198050981815

Moreto, R. F., Mira, S. F., Soares, G. S., Santos Junior, N. R. F., Cavalheiro, W. C. S, Vendruscolo, J., & Rosa, D. M. (2019). Características geométricas, topográficas e hidrográficas da microbacia do rio Enganado, região sul da Amazônia Ocidental. Revista Geográfica Venezolana, especial, 110-124. http://www.saber.ula.ve/handle/123456789/46159

Pacheco, F. M. P., Vendruscolo, J., Ramos, F. H., Rodrigues, A. A. M., Cavalheiro, W. C. S., Hara, F. A. S., Rocha, K. J., & Silva, G. N. (2020). Caracterização hidrogeomorfométrica da microbacia do rio São Jorge, Rondônia, Brasil. Brazilian Journal of Development, 6(1), 4219-4236. 10.34117/bjdv6n1-301

Panza, M. R., Donegá, M. V. B., Pacheco, F. M. P., Nagao, E. O., Hara, F. A. S., Cavalheiro, W. C. S., & Vendruscolo, J. (2020). Características da paisagem para manejo dos recursos naturais na microbacia do Rio Jacuri, Amazônia Ocidental, Brasil. Brazilian Journal of Development, 6(12), 101532-101558. 10.34117/bjdv6n12-592

Parvis, M. (1950). Drainage pattern significance in airphoto identification of soils and bedrocks. Photogrammetric Engineering, 16, 387-408.

Pereira, A. S., Shitsuka, D. M., Parreira, F. J., & Shitsuka, R. (2018). Metodologia da Pesquisa Científica. Universidade Federal de Santa Maria. https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/15824/Lic_Computacao_Metodologia-Pesquisa-Cientifica.pdf?sequence=1

Pittelkow, C. M., Liang, X., Linquist, B. A., Groenigen, K. J. V., Lee, J., Lundy, M. E., Gestel, N. V., Six, J., Venterea, R. T., & Kessel, C. V. (2014). Productivity limits and potentials of the principles of conservation agriculture. Nature, 517(7534), 365-368. 10.1038/nature13809

Ribeiro, L., Koproski, L. P., Stolle, L., Lingnau, C., Soares, R. V., & Batista, A. C. (2008). Zoneamento de riscos de incêndios florestais para a Fazenda Experimental do Canguiri, Pinhais (PR). Floresta, 38(3), 561-572. 10.5380/rf.v38i3.12430

Romero, V., Formiga, K. T. M., & Marcuzzo, F. F. N. (2017). Estudo hidromorfológico de bacia hidrográfica urbana em Goiânia/GO. Ciência e Natura, 39(2), 320-340. 10.5902/2179460X26411

Santos, A. M., Targa, M. S., Batista, G. T., & Dias, N. W. (2012). Análise morfométrica das sub-bacias hidrográficas Perdizes e Fojo no municí-pio de Campos do Jordão, SP, Brasil. Revista Ambiente & Água, 7(3), 195-211. 10.4136/1980-993X

Santos, R. D., Lemos, R. C., Santos, H. G., Ker, J. C., Anjos, L. H. C., & Shimizu, S. H. (2013). Manual de descrição e coleta de solo no campo. Viçosa-MG: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo.

SEDAM - Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (2002). Atlas Geoambiental de Rondônia. SEDAM.

Silva Neto, A. F., Guimarães, C. L., Araújo, J. S., & Araújo, J. S. (2013). Geotecnologias para a caracterização morfométrica de bacia hidrográfica. XVI Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto. Foz do Iguaçu-PR: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. p.5483-5490. http://marte2.sid.inpe.br/col/dpi.inpe.br/marte2/2013/05.28.23.12.19/doc/p0267.pdf?ibiurl.language=en

Silva, Q. D. (2012). Mapeamento geomorfológico da Ilha do Maranhão. Presidente Prudente-SP: Universidade Estadual Paulista.

Silva, C. J., Sousa, K. N. S., Ikeda-Castrillon, S. K., Lopes, C. R. A. S., Nunes, J. R. S., Carniello, M. A., Mariotti, P. R., Lazaro, W. L., Morini, A., Zago, B. W., Façanha, C. L., Albernaz-Silveira, R., Loureiro, E., Viana, I. G., Oliveira, R. F., Cruz, W. J. A., Arruda, J. C., Sander, N. L., Freitas Junior, D. S., Pinto, V. R., Lima, A. C., & Jongman, R.H. G. (2015). Biodiversity and its drivers and pressures of change in the wetlands of the Upper Paraguay–Guaporé Ecotone, Mato Grosso (Brazil). Land Use Policy, 47, 163-178. 10.1016/j.landusepol.2015.04.004

Soares, G. S., Santos Junior, N. R. F., Lima, A. C. R., Bento, A. R., Vendruscolo, J., & Rosell, E. C. F. (2019a). Caracterização morfométrica da sub-bacia hidrográfica do rio Capitão Cardoso Tenente Marques, Rondônia, Brasil. Revista Geográfica Venezolana, especial, 28-39. http://www.saber.ula.ve/handle/123456789/46153

Soares, G. S., Santos Júnior, N. R. F., Mira, S. F., Moreto, R. F., Cavalheiro, W. C. S., Vendruscolo, J., & Rosa, D. M. (2019b). Uso de plataforma SIG na caracterização morfométrica da microbacia do rio Santa Teresinha, Amazônia Ocidental, Brasil. Revista Geográfica Venezolana, especial, 84-95. http://www.saber.ula.ve/handle/123456789/46157

Schumm, S. A. (1956). Evolution of drainage systems and slopes in badlands at Perth Amboy, New Jersey. Geological Society of America Bulle-tin, 67(5), 597- 646. 10.1130/0016-7606(1956)67[597:EODSAS]2.0.CO;2

Strahler, A. N. (1954). Quantitative geomorphology of erosional landscapes. XIX International Geologic Congress, 13(15), 341-354.

Tambosi, L., Vidal, M. M., Ferraz, S. F. B., & Metzger, J. P. (2015). Funções eco-hidrológicas das florestas nativas e o Código Florestal. Estudos Avançados, 29(84), 151-162. 10.1590/S0103-40142015000200010

Targa, M. S., Batista, G. T., Diniz, H. D., Dias, N. W., & Matos, F. C. (2012). Urbanização e escoamento superficial na bacia hidrográfica do Igarapé Tucunduba, Belém, PA, Brasil. Revista Ambiente & Água, 7(2), 120-142. 10.4136/1980-993X

Teodoro V. L. I., Teixeira D., Costa, D. J. L., & Fuller, B. B. (2007). O conceito de Bacia Hidrográfica e a importância da caracterização morfo-métrica para o entendimento da dinâmica ambiental local. Revista UNIARA, 20, 137-157. https://www.uniara.com.br/legado/revistauniara/pdf/20/RevUniara20_11.pdf

Tucci, C. E. M. (1993). Hidrologia: Ciência e Aplicação. (4a ed.), Editora UFRGS.

Vendruscolo, J., Araujo, M. G. S., Ferreira, L. R., Rosa, D. M., & Hara, F. A. S. (2021). O uso de geotecnologias na caracterização geométrica, topográfica e hidrográfica da microbacia do rio Tamarupá, Amazônia Ocidental, Brasil. Brazilian Journal of Development, 7(1), 4245-4264. 10.34117/bjdv7n1-286

Vendruscolo, J., Pacheco, F. M. P., Ramos, H. F., Cavalheiro, W. C. S., & Rodrigues, A. A. M. (2020a). Hidrogeomorfometria da microbacia Alto Rio Escondido: informações para auxiliar o manejo dos recursos naturais na Amazônia ocidental. Brazilian Journal of Development, 6(3), 9709-9730. 10.34117/bjdv6n3-011

Vendruscolo, J., Pacheco, F. M. P., Rodrigues, A.A.M., Ramos, H. F., Rosa, D. M., & Cavalheiro, W. C. S. (2020b). Características morfométricas da microbacia do Médio Rio Escondido, Amazônia Ocidental, Brasil. Brazilian Journal of Development, 6(1), 565-585. 10.34117/bjdv6n1-040

Villela, S. M., & Mattos, A. (1975). Hidrologia aplicada. McGraw-Hill.

Downloads

Publicado

11/02/2021

Como Citar

SOUZA, T. W. S. de .; LIMA, M. M. de .; SARAIVA, J. G.; PACHECO, F. M. P.; DONEGÁ, M. V. B.; PANZA, M. R. .; CAVALHEIRO, W. C. S.; VENDRUSCOLO, J. Análise hidrogeomorfométrica da microbacia do rio Mutum: informações para auxiliar o manejo de recursos hídricos na Amazônia Ocidental. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 2, p. e21810212448, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i2.12448. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/12448. Acesso em: 18 maio. 2024.

Edição

Seção

Ciências Agrárias e Biológicas