Mimosa scabrella Benth. plantada para restauração florestal no sul do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i3.12629Palavras-chave:
Silvicultura; Formação de dossel; Reflorestamento.Resumo
O plantio de árvores tropicais ressurge em um cenário de aquecimento global, e esta atividade se baseia em informações sobre a ecologia das espécies florestais e suas qualidades funcionais. O objetivo deste trabalho foi avaliar o desenvolvimento inicial de Mimosa scabrella utilizando-se da técnica dos Modelos Lineares Generalizados (MLG) para ajustar modelos matemáticos de crescimento em diâmetro colo em função da co-variável altura, e para a área de projeção de copa em função do diâmetro do colo em plantio de restauração florestal. Nos primeiros 4 anos após o plantio, foram obtidas as seguintes variáveis: diâmetro do colo (mm), altura total (m), área de projeção de copa (m²) e volume de copa (m³). O ajuste dos modelos foi realizado pelos modelos lineares generalizados (MLG) nos campos de distribuição Gama, Normal e Poisson, função de ligação identidade e logarítmica, e analisados com base nos valores do Critério de Informação de Akaike, Critério de Informação Baysiano, erro padrão da estimativa e coeficiente de determinação. M. scabrella apresentou excelente desempenho aos 48 meses de idade com incremento médio em diâmetro de colo (200,28 mm), altura total (6,88 m), área de projeção de copa (22,95 m²) e volume de copa (83,41 m³), reduzindo seu crescimento somente nos períodos de ocorrência de geadas severas na região, porém retomando-o após os eventos. O crescimento da espécie associada à sua alta taxa de sobrevivência e rebrotação, confere a sua recomendação como espécie sombreadora de rápido preenchimento de dossel em projetos de reflorestamento.
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