Ideação suicida, tentativa de suicídio ou suicídio em adolescentes: revisão narrativa
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i2.12730Palavras-chave:
Adolescentes; Suicídio; Fatores de risco; Saúde mental.Resumo
Objetivo: caracterizar o que tem sido produzido acerca dos fatores de risco para a ideação suicida, tentativa de suicídio ou suicídio em adolescente. Método: revisão narrativa de literatura acerca dos fatores de risco para ideação suicida, tentativa de suicídio ou suicídio em adolescentes. A busca foi realizada de março a julho de 2020 com os descritores “Adolescentes” [AND] “Suicídio” [AND] “Fatores de risco”. Foram incluídas publicações de artigos disponibilizados na íntegra, nos idiomas português, inglês e espanhol, com espaço temporal de cinco anos. Para a etapa de levantamento bibliográfico foram utilizadas as bases Literatura Latino-Americana e do Caribe de Informações em Ciências da Saúde (LILACS), a National Library of Medicine (PubMed) e a Scientific Electronic Library Online (SciELO), totalizando 25 artigos que compõem o corpo desta pesquisa, após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão. Resultados: o suicídio é multifatorial e encontra-se correlacionado com aspectos sociais, biológicos e psicológicos de cada adolescente, em que questões relacionadas à exposição à violência, relações familiares conturbadas, acontecimentos de vida negativos, desigualdades sociais, problemas educacionais, depressão e uso de drogas lícitas e ilícitas atuam como fatores de risco para o suicídio em adolescentes. Conclusão: os adolescentes se encontram vulneráveis a diversos agravos que podem fragilizar sua saúde mental, o que somado à influência negativa dos fatores de risco de origem biológica, econômica, psicológica e social, atuam como agentes causadores do desenvolvimento de ideações suicidas e/ou tentativas de suicídio.
Referências
Abreu, T. O., & Souza, M. B. (2017). A influência da internet nos adolescentes com ações suicidas. Revista Sociais & Humanas. 30 (1), 158-173. 10.5902/2317175825868.
Alarcão, A. C. et al. (2020). Suicide mortality among youth in southern Brazil: a spatiotemporal evaluation of socioeconomic vulnerability. Braz. J. Psychiatry [online] 42 (1), 46-53. 10.1590/1516-4446-2018-0352.
Ardiles-Irarrazabal, R. A. et al. (2018). Riesgo de suicidio adolescente en localidades urbanas y rurales por género, región de Coquimbo, Chile. Aquichan. 18 (2), 160-170. 10.5294/aqui.2018.18.2.4.
Baquero, L C. M. et al. (2017). Association between symptoms of anorexia and bulimia nervosa and suicidal behavior in school children of Boyacá, Colombia. Act.Colom.Psicol 20 (2), 189-199. 10.14718/ACP.2017.20.2.9.
Barros, P. D. Q., & Pichelli, A. A. W. S., & Ribeiro K. C. S. (2017). Associação entre o consumo de drogas e a ideação suicida em adolescentes. Mental [online]. 11 (21), 304-320. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-44272017000200002&lng=pt&tlng=pt.
Berona, J., & Horwitz, A. G., & Czyz, E.K., & King, C.A. (2020). Psychopathology profiles of acutely suicidal adolescents: Associations with post-discharge suicide attempts and rehospitalization. J Affect Disord. 209, 97-104. 10.1016/j.jad.2016.10.036.
Bittencourt, A. L. P., & Garcia, L. F., & Goldim, J. R. (2015). Vulnerable adolescence: bio-psychosocial factors related to drug use. Rev. Bioét. [online]. 23 (2), 308-316. 10.1590/1983-80422015232070.
Boffa, J.W., & King, S.L., & Turecki, G., & Schmidt, N.B. (2018) Investigating the role of hopelessness in the relationship between PTSD symptom change and suicidality. J Affect Disord. 225, 298-301. 10.1016/j.jad.2017.08.004.
Braga, D. É. M., & Marques, J. C., & Alves, P. C. (2017). Suicídio na adolescência: uma revisão integrativa de literatura. In: IX Encontro de Pesquisa e Extensão da Faculdade Luciano Feijão. ARTIGO_SUICIDIO_NA_ADOLESCENCIA_UMA_REVISAO_INTEGRATIVA_DE_LITERATURA.pdf (flucianofeijao.com.br).
Bras, M., & Jesus, S., & Carmo, C. (2016). Fatores psicológicos de risco e protetores associados à ideação Suicida em Adolescentes. Psic., Saúde & Doenças [online].17 (2), 132-149. 10.15309/16psd170203.
Brasil. Presidência da República. (1990). Lei 8069, de 13 de Julho de 1990. Estatuto da Criança e do Adolescente. http://www.planalto.gov.br/.
Brum, C.N. et al. (2015). Revisão narrativa da literatura: aspectos conceituais e metodológicos na construção do conhecimento da enfermagem. In: Lacerda, M.R., & Costenaro, R.G.S.Metodologias da pesquisa para a enfermagem e saúde. Moriá.
Caballero, M. A. et al. (2017). Principales factores de riesgo relacionados con el intento suicida en un grupo de adolescentes. MEDISAN [online]. 21 (2), 154-160. http://scielo.sld.cu/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1029-30192017000200004&lng=es&tlng=es.
Cardozo, R. K. A., & Alvarez, A. A. (2017). Consumo de alcohol, participación de los padres, y otros predictores de suicidio en la juventud boliviana. Gac Med Bol. 40 (1), 29-34. http://www.scielo.org.bo/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1012-29662017000100007&lng=es&tlng=es.
Carvalho, C. B. et al. (2017). Biting myself so I don’t bite the dust: prevalence and predictors of deliberate self-harm and suicide ideation in Azorean youths. Rev. Bras. Psiquiatr. 39 (3), 252-262. 10.1590/1516-4446-2016-1923.
Castelar, M., & Daltro, M. R., & Barreto, J. D. (2019). A caminho do LILACS. Rev. Psicol. Divers. Saúde 8, (1), 5-7. 10.17267/2317-3394rpds.v8i1.2308.
Cervantes, C. A. D., & Contreras, M. L. (2019). Intento de suicidio en adolescentes: Factores asociados. Rev. chil. pediatr. 90 (6), 606-616. 10.32641/rchped.v90i6.1012.
Chang, E.C. (2017). Hope and hopelessness as predictors of suicide ideation in Hungarian college students. Death Studies 41, (7), 455–460. 10.1080/07481187.2017.1299255.
Chen, V.C. et al. (2015). Suicide and Other-Cause Mortality after Early Exposure to Smoking and Second Hand Smoking: A 12-Year Population-Based Follow-Up Study. PLoS One. 10 (7). 10.1371/journal.pone.0130044.
Choo, C.C., & Harris, K.M., & Chew, P.K.H., & Ho, R.C. (2019). Clinical assessment of suicide risk and suicide attempters' self-reported suicide intent: A cross sectional study. PLoS One. 14 (7). 10.1371/journal.pone.0217613.
Contreras, M. L., & Cervantes, C. A. D. (2018). Adolescentes en riesgo: factores asociados con el intento de suicidio en México. Rev. Gerenc. Polit. Salud. 17, (34), 1-12. 10.11144/Javeriana.rgsp17-34.arfa.
Costa, P. H. A. et al. (2015). Desatando a trama das redes assistenciais sobre drogas: uma revisão narrativa da literatura. Ciência & Saúde Coletiva [online]. 20 (2), 395-406. 10.1590/1413-81232015202.20682013.
Couto, V. V. D., & Tavares, M. S. A. (2016). Apego e risco de suicídio em adolescentes: estudo de revisão. Rev. SPAGESP. 17 (2), 120-136.: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-9702016000200010&lng=pt.
Czyz, E.K., & Berona, J., & King, C.A. (2016). Rehospitalization of Suicidal Adolescents in Relation to Course of Suicidal Ideation and Future Suicide Attempts. Psychiatr Serv. 67 (3), 332-338. 10.1176/appi.ps.201400252.
Gadêlha, L. N., & Gonçalves, F. M. S. (2017). A adolescência e a responsabilidade social. Psicologia.pt - O Portal dos Psicólogos. A adolescência e a responsabilidade social (psicologia.pt).
Garza - Sánchez, R. I., & Saucedo L. K. C., & García, S. A. C. (2019). Estructura familiar, ideación suicida y desesperanza en el adolescente. Psicología desde el Caribe 36 (2), 228-247. 10.14482/psdc.36.2.616.8.
Gerstner, R. M. F. et al. (2018). Epidemiología del suicidio en adolescentes y jóvenes en Ecuador. Revista Panamericana de Salud Pública [online] 42. 10.26633/RPSP.2018.100.
Hidalgo-Rasmussen, C., & Martín, A. H.-S. (2015). Comportamientos de riesgo de suicidio y calidad de vida, por género, en adolescentes mexicanos, estudiantes de preparatoria. Ciênc. saúde coletiva. 20 (11), 3437-3445. 10.1590/1413-812320152011.18692014.
Jaen-Varas, D. et al.(2019). The association between adolescent suicide rates and socioeconomic indicators in Brazil: a 10-year retrospective ecological study. Braz. J. Psychiatry. 41 (5), 389-395.10.1590/1516-4446-2018-0223.
James, S. et al. (2017). The association between adolescent risk behaviours and feelings of sadness or hopelessness: a cross-sectional survey of South African secondary school learners. Psychology, Health & Medicine. 22 (7), 778-789. 10.1080/13548506.2017.1300669.
Knipe, D. W. et al. (2017). Is socioeconomic position associated with risk of attempted suicide in rural Sri Lanka? A cross-sectional study of 165 000 individuals. BMJ Open. 7 (3). Retrieved from: https://bmjopen.bmj.com/content/7/3/e014006.
Medina-Pérez, O. A, & Ospina-Sanchez, S. M., & Cardona-Duque, D. V. (2017). Caracterización del suicidio en adolescentes del Departamento de Quindío. Colombia, 1989-2013. Rev haban cienc méd. 16 (5), 784-795. http://scielo.sld.cu/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1729-519X2017000500011.
Medina-Pérez, O. A, & Ospina-Sanchez, S. M., & Cardona-Duque, D. V. (2017). Caracterización del suicidio en adolescentes del Departamento de Quindío. Colombia, 1989-2013. Rev haban cienc méd 16 (5), 784-795. http://scielo.sld.cu/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1729-519X2017000500011.
Meine, I. R., & Cheiram, M. C., & Jaeger, F. P. (2019) Depressão e suicídio: o adolescente frente a fatores de risco socioculturais. Res., Soc. Dev. 8 (12). https://doi.org/10.33448/rsd-v8i12.1882.
Ministério da Saúde. (2017). Boletim Epidemiológico das tentativas e óbitos por suicídio no Brasil e a rede de atenção à saúde. Suicídio. Saber, agir e prevenir. 48 (30), 1–14. https://crianca.mppr.mp.br/pagina-2149.html.
Mirabal, L. C. H., & Bernal, C. I. L. (2015). Principales características psicosociales de adolescentes con intento suicida. Revista Cubana de Medicina General Integral 31 (2), 182-189. http://scielo.sld.cu/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0864-21252015000200007.
O'Connor, M. J., & Portnoff, L. C. & Lebsack-Coleman M., & Dipple, K. M. (2019). Suicide risk in adolescents with fetal alcohol spectrum disorders. Birth Defects Res. 111 (12), 822-828. 10.1002 / bdr2.1465.
Organização Mundial da Saúde. Organização Panamericana de Saúde. (2016). Prevención de la conducta suicida. Washington, DC: OMS, OPAS. https://www.coursehero.com/file/77103361/Prevencion-de-la-conducta-suicida-OMS-OPSpdf/.
Organização Mundial da Saúde. Saúde para os adolescentes do mundo: uma segunda chance na segunda década. Genebra: Organização Mundial da Saúde, (2014). https://doi.org/10.1590/0102-311X00125018.
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), & Organização Mundial da Saúde (OMS). (2017). Depressão: o que você precisa saber. https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5372:depressaoo-que-voce-precisa-saber&Itemid=822.
Osnaya, M. C., & Pérez, J. C. R. (2010). La desesperanza de riesgo en jóvenes mexicanos y aspectos sociodemográficos asociados: diferencias por sexo. Psicología y Salud [online] 20 (2), 195-201. https://doi.org/10.25009/pys.v20i2.602.
Packer, A. L. et al. (1998). SciELO: uma metodologia para publicação eletrônica. Ci. Inf. 27 (2). https://doi.org/10.1590/S0100-19651998000200001.
Reppold, C. T., & Gurgel, L. G., & Hutz, C. S. (2016). Escala de avaliação de humor para adolescentes: evidências de validade. Arq. bras. psicol. [online] 2016, 68 (2), 21-30. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-52672016000200003.
Reynoso, O. et al. (2019). Modelo explicativo y predictivo de la ideación suicida en una muestra de bachilleres mexicanos. Psicología desde el Caribe [online] 36 (1), 82-100. 2011-7485-psdc-36-01-82.pdf (scielo.org.com).
Ricci, B. B. et al. (2016). Suicídio no brasil entre jovens e adolescentes. In: 16º Congresso Nacional de Iniciação Científica. trabalho-1000022470.pdf (conic-semesp.org.br).
Rodríguez, M, J. C. et al. (2012). Depresión y comportamiento suicida en estudiantes de educación media superior en Sonora. Salud Mental [online] 35 (1), 45-50. http://www.scielo.org.mx/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0185-33252012000100007&lng=es.
Rosi, L. M. et al. (2019). Crise e saúde mental na adolescência: a história sob a ótica de quem vive. Cadernos de Saúde Pública. 35. https://doi.org/10.1590/0102-311X00125018.
Sadock, B. J., & Sadock, V. A. (2017). Compêndio de psiquiatria: ciências do comportamento e psiquiatria clínica. (9a ed.), Artes Médicas.
Sanchez-Cervantes, F. S., & Serrano-Gonzalez, R. E, & Marquez-Caraveo, M. E. (2015). Suicidios en menores de 20 años. México 1998-2011. Salud Ment. 38 (5), 379-389. 10.17711/SM.0185-3325.2015.051.
Sandler, I., & Tein, J. Y., & Wolchik, S., & Ayers, T. S. (2016). The Effects of the Family Bereavement Program to Reduce Suicide Ideation and/or Attempts of Parentally Bereaved Children Six and Fifteen Years Later. Suicide Life Threat Behav.46 Suppl 1(Suppl 1): S32-S38. https://doi.org/10.1111/sltb.12256.
Senna, S. R. C. M., & Dessen, M. A. (2015). Reflexões sobre a saúde do adolescente brasileiro. Psic., Saúde & Doenças 16 (2), 217-229. http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S164500862015000200008&lng=pt. http://dx.doi.org/10.15309/15psd160208.
Silva, J. F. et al. (2019). Adolescência e saúde mental: a perspectiva de profissionais da Atenção Básica em Saúde. Interface. 23: e180630. https://doi.org/10.1590/Interface.180630.
Silva, L. L. T. et al. (2015). O suicídio na adolescência nas publicações da enfermagem brasileira: revisão integrativa da literatura. R. Enferm. Cent. O. Min. 5 (3). https://doi.org/10.19175/recom.v5i3.767.
Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN. (2020) TabNet Win32 3.0: VIOLÊNCIA DOMÉSTICA, SEXUAL E/OU OUTRAS VIOLÊNCIAS - Brasil (datasus.gov.br).
Sobrinho, A. T., & Campos, R. C. (2016). Perceção de acontecimentos de vida negativos, depressão e risco de suicídio em jovens adultos. Aná. Psicológica. 34(1), 47-59. http://dx.doi.org/10.14417/ap.1061.
Suarez, Y. et al. (2018). Exposición a la Violencia y Riesgo Suicida en Adolescentes Colombianos. Ter Psicol. 36 (2), 101-111. https://scielo.conicyt.cl/pdf/terpsicol/v36n2/0718-4808-terpsicol-36-02-00101.pdf.
Targino, R., & Hayasida, N. (2018). Risco e proteção no uso de drogas: revisão da literatura. Psicologia, Saúde & Doenças 19 (3), 724-742. http://dx.doi.org/10.15309/18psd190320.
Zerbetto, S. R. et al. (2018). As relações familiares com adolescentes usuários de substâncias psicoativas: percepção dos pais. Rev. Eletr. Enf 20. https://doi.org/10.5216/ree.v20.46353.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Francieli Franco Soster; Andressa da Silveira; Gabriélli Maria Huppes; Leila Mariza Hildebrandt; Fernanda Beheregaray Cabral; Regina Gema Santini Costenaro
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.