A própolis verde brasileira não tem efeito benéfico na criopreservação de espermatozóides epididimários de gato doméstico

Resumo

Este estudo avaliou o efeito de diferentes concentrações da própolis verde brasileira na criopreservação dos espermatozoides epididimários de gatos domésticos. Os espermatozóides foram coletados da cauda do epidídimo pela técnica de fatiamento, em extensor TRIS, pré-aquecido a 37ºC. Em seguida, os espermatozoides foram avaliados e divididos aleatoriamente entre o grupo controle (sem adição de própolis no diluente) e os grupos de tratamento (adição de diferentes concentrações de extrato de própolis no diluente): P1 (0,1 mg/mL), P2 (0,3 mg/mL) e P3 (0,6 mg/mL). Posteriormente, os espermatozoides foram criopreservados. Os parâmetros avaliados foram: cinética espermática pela Análise de Sêmen Assistida por Computador, vigor, viabilidade, funcionalidade da membrana, condensação da cromatina e morfologia. Os parâmetros foram medidos antes e pós-criopreservação. A própolis não apresentou toxicidade aos espermatozoides em nenhuma concentração, não sendo observada alteração no padrão de motilidade. Não houve influência significativa da própolis na motilidade, vigor, porcentagem de espermatozóides viáveis, qualidade da cromatina e outros parâmetros cinéticos nas amostras criopreservadas. Na morfologia espermática, foi demonstrada redução no percentual de células normais nos grupos P1 e P2 em relação à amostra fresca, controle e grupo P3. Além disso, foi observado um efeito interessante dos grupos de própolis sobre a possível inibição do crescimento de microrganismos nas amostras contaminadas. A própolis não apresentou superioridade aos parâmetros espermáticos avaliados pós-descongelação, exceto para os valores de funcionalidade da membrana plasmática, que foram melhores. A própolis é um componente interessante de ser incorporado ao meio crioprotetor devido à sua não toxicidade e potencial inibidor do crescimento microbiano.