Uso de fitoterápicos como alternativa para a diminuição da sintomatologia recorrente na gravidez
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i3.13065Palavras-chave:
Atenção primária à saúde, Cuidado pré-natal, Fitoterapia, Gravidez.Resumo
Os extratos naturais de plantas vêm sendo utilizados com finalidades farmacológicas há milhares de anos. Seu uso na medicina popular foi propagado de cultura para cultura e descrito nas diversas literaturas. Para tanto, buscou-se analisar os benefícios da utilização de fitoterápicos frente aos sinais e sintomas recorrentes do período gravídico. Trata-se de uma revisão integrativa de literatura, de cunho descritivo com abordagem qualitativa. Para o alcance dos resultados, foram analisados os resumos de 284 artigos disponíveis na íntegra, assim como, patentes obtidas a partir do cruzamento entre os descritores. Destes, 26 estudos foram selecionados por responderem a pergunta norteadora: “O uso de fitoterápicos pode auxiliar no controle de sinais e sintomas advindos da gravidez?”, seguindo-se assim para a continuidade da pesquisa. Após leitura dos estudos, identificou-se que 29 espécies de plantas são utilizadas como fitoterápicos para o tratamento de sintomas recorrentes na gestação, destacando-se o gengibre, a camomila, a hortelã e o alho. Quanto à prospecção tecnológica, foram selecionadas seis patentes que, em sua discussão relataram o potencial farmacológico do gengibre, melancia, dentre outras, frente ao tratamento das sintomatologias comuns na gestação. Dessarte observa-se que apesar do crescimento progressivo da importância dos medicamentos fitoterápicos, poucos estudos foram realizados com o intuito de se comprovar a eficácia da sua utilização frente aos sintomas característicos do período gravídico, sendo que inúmeras plantas medicinais ainda são aplicadas a partir do conhecimento popular bem empregado, ressaltando assim a importância do tema abordado.
Referências
Abreu da Silva, A. C., & Botelho de Santana, L. L. (2018). Os riscos do uso de plantas medicinais durante o período gestacional: uma revisão bibliográfica. Acta toxicol. argent, 118-123.
Abreu, L. P., Lira Filho, R., & de Santana, R. L. (2019). Características obstétricas das gestantes submetidas à cesariana segundo a Classificação de Robson [Obstetric characteristics of pregnant women undergoing cesarean section, by the Robson Classification]. [Características obstétricas de las mujeres embarazadas sometidas a cesárea según la Clasificación de Robson]. Revista Enfermagem UERJ, 27, 37858.
Ahmed, S. M., Nordeng, H., Sundby, J., Aragaw, Y. A., & de Boer, H. J. (2018). The use of medicinal plants by pregnant women in Africa: A systematic review. Journal of ethnopharmacology, 224, 297–313.
Akour, A., Kasabri, V., Afifi, F. U., & Bulatova, N. (2016). The use of medicinal herbs in gynecological and pregnancy-related disorders by Jordanian women: a review of folkloric practice vs. evidence-based pharmacology. Pharmaceutical Biology, 54(9), 1901-1918.
Ali-Shtayeh, M. S., Jamous, R. M., & Jamous, R. M. (2015). Plants used during pregnancy, childbirth, postpartum and infant healthcare in Palestine. Complementary Therapies in Clinical Practice, 21(2), 84-93.
Balbontín, Y. M., Stewart, D., Shetty, A., Fitton, C. A., & McLay, J. S. (2019). Herbal medicinal product use during pregnancy and the postnatal period: a systematic review. Obstetrics and gynecology, 133(5), 920.
Barnes, L. A., Barclay, L., McCaffery, K., & Aslani, P. (2019). Complementary medicine products: information sources, perceived benefits and maternal health literacy. Women and Birth, 32(6), 493-520.
Bina, F., Soleymani, S., Toliat, T., Hajimahmoodi, M., Tabarrai, M., Abdollahi, M., & Rahimi, R. (2019). Plant-derived medicines for treatment of endometriosis: a comprehensive review of molecular mechanisms. Pharmacological research, 139, 76-90.
Boltman-Binkowski, H. (2016). A systematic review: Are herbal and homeopathic remedies used during pregnancy safe?. Curationis, 39(1), 1-8.
Braun, V., & Clarke, V. (2006). Utilizando el análisis temático en psicología. Investigación cualitativa en psicología, 3(2), 77-101.
Camargo, F. R. (2015). Promoção da saúde Materno-Infantil: grupo reflexivo sobre o uso de plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos na gravidez e lactação.
Cardoso, B. S., & Amaral, V. C. S. (2019). O uso da fitoterapia durante a gestação: um panorama global. Ciência & Saúde Coletiva, 24, 1439-1450.
Carvalho, C. S. C. D. (2016). Fitoterapia na gravidez: segurança e eficácia de produtos à base de plantas no alívio de sintomas e esconfortos associados à gravidez.
Catarino, L., Havik, P. J., & Romeiras, M. M. (2016). Medicinal plants of Guinea-Bissau: Therapeutic applications, ethnic diversity and knowledge transfer. Journal of Ethnopharmacology, 183, 71-94.
Corroto, F., Gamarra Torres, O. A., & Macía, M. J. (2019). Different patterns in medicinal plant use along an elevational gradient in northern Peruvian Andes. Journal of ethnopharmacology, 239, 111924.
Deepika, M. S., Thangam, R., Sheena, T. S., Sasirekha, R., Sivasubramanian, S., Babu, M. D., & Thirumurugan, R. (2019). A novel rutin-fucoidan complex based phytotherapy for cervical cancer through achieving enhanced bioavailability and cancer cell apoptosis. Biomedicine & Pharmacotherapy, 109, 1181-1195.
Duarte, A. F. S., da Costa Martins, A. L., Miguel, M. D., & Miguel, O. G. (2018). O uso de plantas medicinais durante a gravidez e amamentação. Visão Acadêmica, 18(4).
ElMazoudy, R. H., & Attia, A. A. (2018). Ginger causes subfertility and abortifacient in mice by targeting both estrous cycle and blastocyst implantation without teratogenesis. Phytomedicine, 50, 300-308.
Fereday, J., & Muir-Cochrane, E. (2006). Demonstrating rigor using thematic analysis: A hybrid approach of inductive and deductive coding and theme development. International journal of qualitative methods, 5(1), 80-92.
Frawley, J., Adams, J., Steel, A., Broom, A., Gallois, C., & Sibbritt, D. (2015). Women's use and self-prescription of herbal medicine during pregnancy: an examination of 1,835 pregnant women. Women's Health Issues, 25(4), 396-402.
Izzo, A. A., Hoon‐Kim, S., Radhakrishnan, R., & Williamson, E. M. (2016). A critical approach to evaluating clinical efficacy, adverse events and drug interactions of herbal remedies. Phytotherapy Research, 30(5), 691-700.
James, P. B., Bah, A. J., Tommy, M. S., Wardle, J., & Steel, A. (2018). Herbal medicines use during pregnancy in Sierra Leone: An exploratory cross-sectional study. Women and Birth, 31(5), e302-e309.
Kennedy, D. A., Lupattelli, A., Koren, G., & Nordeng, H. (2016). Safety classification of herbal medicines used in pregnancy in a multinational study. BMC complementary and alternative medicine, 16(1), 1-9.
Kıssal, A., Güner, Ü. Ç., & Ertürk, D. B. (2017). Use of herbal product among pregnant women in Turkey. Complementary therapies in medicine, 30, 54-60.
Lewis, E., & Glover, P. N. (2017). Avaliação de segurança de medicamentos fitoterápicos na gravidez. Toxicologia Reprodutiva, 72, 16.
McLay, J. S., Izzati, N., Pallivalapila, A. R., Shetty, A., Pande, B., Rore, C., & Stewart, D. (2017). Pregnancy, prescription medicines and the potential risk of herb-drug interactions: a cross-sectional survey. BMC complementary and alternative medicine, 17(1), 1-7.
Lima, R., Turrini, R., Silva, L. R., Melo, L., & Augusto, S. I. (2017). Popular healing practices and medical plants use for riparian mothers in early childhood care Práticas populares de cura e o uso de plantas medicinais por mães ribeirinhas no cuidado infantil. Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online, 9(4), 1154-1163.
McParlin, C., O’Donnell, A., Robson, S. C., Beyer, F., Moloney, E., Bryant, A., & Vale, L. (2016). Treatments for hyperemesis gravidarum and nausea and vomiting in pregnancy: a systematic review. Jama, 316(13), 1392-1401.
Nega, S. S., Bekele, H. M., Meles, G. G., & Nordeng, H. (2019). Medicinal plants and concomitant use with pharmaceutical drugs among pregnant women. The Journal of Alternative and Complementary Medicine, 25(4), 427-434.
Nergard, C. S., Ho, T. P. T., Diallo, D., Ballo, N., Paulsen, B. S., & Nordeng, H. (2015). Attitudes and use of medicinal plants during pregnancy among women at health care centers in three regions of Mali, West-Africa. Journal of Ethnobiology and Ethnomedicine, 11(1), 1-11.
Peprah, P., Agyemang-Duah, W., Arthur-Holmes, F., Budu, H. I., Abalo, E. M., Okwei, R., & Nyonyo, J. (2019). ‘We are nothing without herbs’: a story of herbal remedies use during pregnancy in rural Ghana. BMC complementary and alternative medicine, 19(1), 1-12.
Pereira A.S. et al. (2018). Metodologia da pesquisa científica. [e-book]. Santa Maria. Ed. UAB/NTE/UFSM. Recuperado de: https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/15824/Lic_Computacao_Metodologia-Pesquisa-Cientifica.pdf?sequence=1.
Pitilin, É. D. B., & Pelloso, S. M. (2017). INTERNAÇÕES SENSÍVEIS À ATENÇÃO PRIMÁRIA EM GESTANTES: FATORES ASSOCIADOS A PARTIR DO PROCESSO DA ATENÇÃO PRÉ-NATAL. Texto & Contexto-Enfermagem, 26(2).
Pour, Z. S., Hosseinkhani, A., Asadi, N., Shahraki, H. R., Vafaei, H., Kasraeian, M., & Faraji, A. (2018). Double-blind randomized placebo-controlled trial on efficacy and safety of Lactuca sativa L. seeds on pregnancy-related insomnia. Journal of ethnopharmacology, 227, 176-180.
Sharifzadeh, F., Kashanian, M., Koohpayehzadeh, J., Rezaian, F., Sheikhansari, N., & Eshraghi, N. (2018). A comparison between the effects of ginger, pyridoxine (vitamin B6) and placebo for the treatment of the first trimester nausea and vomiting of pregnancy (NVP). The Journal of Maternal-Fetal & Neonatal Medicine, 31(19), 2509-2514.
Silva, M. G. D. (2015). Plantas medicinais na gravidez e aleitamento.
Tavakoly, R., Maracy, M. R., Karimifar, M., & Entezari, M. H. (2018). Does fenugreek (Trigonella foenum-graecum) seed improve inflammation, and oxidative stress in patients with type 2 diabetes mellitus? A parallel group randomized clinical trial. European Journal of Integrative Medicine, 18, 13-17.
Trabace, L., Tucci, P., Ciuffreda, L., Matteo, M., Fortunato, F., Campolongo, P., & Cuomo, V. (2015). “Natural” relief of pregnancy-related symptoms and neonatal outcomes: above all do no harm. Journal of ethnopharmacology, 174, 396-402.
Yemele, M. D., Telefo, P. B., Lienou, L. L., Tagne, S. R., Fodouop, C. S. P., Goka, C. S., & Moundipa, F. P. (2015). Ethnobotanical survey of medicinal plants used for pregnant women׳ s health conditions in Menoua division-West Cameroon. Journal of Ethnopharmacology, 160, 14-31.
Yousaf, A., & Zuharah, W. F. (2015). Lethal response of the dengue vectors to the plant extracts from family Anacardiaceae. Asian Pacific Journal of Tropical Biomedicine, 5(10), 812-818.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Felipe Santos Rocha; Jordana Vitória Carvalho Santos; Rafaela Oliveira Resende; Tatiane Batista dos Santos; Enoque Chaves de Almeida Junior; Daniela Droppa Almeida; Deyse Mirelle Souza Santos; Fernanda Costa Martins Gallotti

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.