Contribuições da assistência pré-natal na Atenção Primária à Saúde no Brasil para prevenção da mortalidade materna: Revisão integrativa de 2015 a 2019
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i3.13207Palavras-chave:
Atenção Primária à Saúde; Cuidado Pré-natal; Mortalidade materna.Resumo
Objetivo: apresentar os resultados de Revisão Integrativa sobre as contribuições da assistência pré-natal na Atenção Primária a Saúde (APS) na prevenção da Morte Materna. Métodos: Revisão Integrativa realizada nas bases de dados BVS e SciELO, no espaço temporal compreendido entre janeiro de 2015 e dezembro de 2019, utilizando os descritores: “atenção primaria à saúde”, “cuidado pré-natal” e “morte materna” mediados pelo operador booleano ‘and’, em busca de artigos escritos em português, inglês e espanhol, disponíveis em meio eletrônico, na íntegra, após revisão por pares. Resultados: foram identificados oito artigos na base da SciELO e seis na BVS, publicados em revistas de saúde pública, epidemiologia, saúde materna infantil e outras áreas da saúde. Os resultados demostraram que não há consenso sobre a ampliação do acesso à assistência pré-natal no Brasil, dado que apenas alguns estudos apresentam discutível aumento da cobertura nas últimas décadas. Persiste elevado nível de inadequação dos serviços, que se reflete no parto e cuidado puerperal, resultando em elevados índices de mortalidade materna em algumas regiões do Brasil. Conclusão: A assistência pré-natal no Brasil é amparada por legislação própria e processos de trabalhos desenvolvidos para garantir na APS uma resolutividade que ainda não foi alcançada, restando ao Poder Público, Sociedade Civil organizada e Academia Científica um esforço conjunto de reflexão e planejamento de novas ações que permitam a melhoria do cuidado.
Referências
Andrade, U. V., Santos, J. B. & Duarte, C. (2019). A Percepção da Gestante sobre a Qualidade do Atendimento Pré-Natal em UBS, Campo Grande, MS. Rev. Psicol. Saúde, 11(1):53-61.
Araújo, R. B., Anjos, M. R. R., Souza, C. L. O. & Rodrigues, T. S. (2019). Cuidados de enfermagem no pré-natal de baixo risco na Estratégia de Saúde da Família: uma análise em periódicos nacionais. Rev. UNINGÁ, 52(S2): 160-173.
Balsells, M. M. D., Oliveira, T. M. F., Bernardo, E. B. R., Aquino, P. S., Damasceno, A. K. C., Castro, R. C. M. B., Lessa, P. R. A. & Pinheiro, A. K. B. (2018). Avaliação do processo na assistência pré-natal de gestantes com risco habitual. Acta Paulista de Enfermagem, 31(3), 247-254. 10.1590/1982-0194201800036
Barbosa, M. M., Chaves, E. C. R., Leite, D. S., Quaresma, A. H. C., Albuquerque, G. P., Costa, I. L. O. F., Reis, A. P. O., Júnior, S. A. O., Mendonça, M. H. R. & Lima, S. B. A. (2021) Rede cegonha: avanços e desafios da gestão no ambiente hospitalar. Revista Eletrônica Acervo em Saúde. 13:e6486. 10.25248/reas.e6486.2021
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas para as Mulheres. (2004). Política Nacional de Atenção Integral a Saúde da Mulher: princípios e diretrizes; 82p. Brasília (DF).
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. (2009). Guia de Vigilância Epidemiológica do Óbito Materno; 84p. Brasília (DF).
Brasil. Ministério da Saúde. (2011). Portaria nº 1459, de 24 de junho de 2011. Institui no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS - a Rede Cegonha. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília (DF).
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. (2012). Gestação de Alto Risco. Manual Técnico; 302p. Brasília (DF).
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. (2013). Atenção ao Pré-natal de Baixo Risco. Manual Técnico; 318p. Brasília (DF).
Brasil. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. (2017). Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília (DF).
Brasil. Ministério da Saúde. Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. (2020). Informações sobre Mortalidade Materna. https://tabnet.datasus.gov.br. Acesso em: 21 nov. de 2020.
Costa, I. L. O. F., Trindade, C. B. S., Chaves, E. C. R., Ferreira, I. P., Lima, S. B. A., Costa, F. B., Mendonça, M. H. R. & Silva Neto, R. L. (2020) A vigilância em saúde e o planejamento nas equipes de atenção primária em saúde: revisão narrativa. Revista Eletrônica Acervo em Saúde, 53:e3622. 10.25248/reas.e3622.2020
Costa, M. F. B., Malveira, S. S., Lima, S. B. A., Costa, I. L. O. F., Leite, D. K. M., Nunes, H. H. M., Rassy, M. E. C., Trindade, C. B. S., Pedreira, J. B. G. & Fonseca, A. F. F. (2021). Perfil nosológico da mortalidade materna: a gravidade da gravidez no Marajó II, Pará, Brasil, entre 2010 e 2019. Research, Society and Development, 10:e5410212188. 10.33448/rsd-v10i2.12188
Fonseca, S. C., Kale, P. L. & Silva, K. S. (2015). Pré-natal em mulheres usuárias do Sistema Único de Saúde em duas maternidades no Estado do Rio de Janeiro, Brasil: a cor importa? Rev. Bras. Saúde Matern. Infantil, 15(2): 209-217.
Garcia, E. S. G. F., Bonelli, M. C. P., Oliveira, A. N., Clápis, M. J. & Leite, E. R. P. C. (2018). As ações de enfermagem no cuidado à gestante: um desafio à atenção primária de saúde. Rev. pesqui. cuid. fundam. (Online); 10(3):863-870.
Gasparin, V. A., Broch, D. & Betti, T. (2019). Internações por condições sensíveis à atenção primária: avaliação das doenças relacionadas ao pré-natal e parto. Rev. Fundam. Care online; 11 (4):1032-1048.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. (2015). Pesquisa Nacional de Saúde: 2013. Acesso e utilização dos serviços de saúde, acidentes e violências: Brasil, grandes regiões e unidades da federação, Coordenação de Trabalho e Rendimento; 100 p.
Jorge, H. M. F., Hipólito, M. C. V., Masson, V. A. & Silva, R. M. (2015). Assistência pré-natal e políticas públicas de saúde da mulher: revisão integrativa. Rev. Prom. Saúde, 28(1). DOI: 10.5020/18061230.2015.p140
Leal, M. C., Theme-Filha, M. M., Moura, E. C., Cecatti, J. G. & Santos, L. M. O. (2015). Atenção ao Pré-natal e Parto em mulheres usuárias do Sistema Público de Saúde residentes na Amazônia Legal e no Nordeste Brasileiro. Rev Bras. Saúde Matern, 15(1):91-104.
Lima, K. M. S. G, Santos, H. J., Pereira, J., Barbosa, L. P., Cabral, M. C. A. M., Silva, P. R., Santos, S. M. M. & Souza, S. J. G. (2019). Assistência de Enfermagem no Pré-natal de Alto Risco. Braz. J. Hea. Rev., 2(4):3183-3197.
Luz L. A., Aquino, R., Medina, M. G. (2018). Avaliação da qualidade da Atenção Pré-natal no Brasil. Saúde Debate, 42(spe2):111-126. DOI: 10.1590/0103-11042018s208
Maia, V. K. V., Lima, E. F. A., Leite, F. M. C., Sousa, A. I. & Primo, C. C. (2017). Avaliação dos indicadores de processo do programa de humanização no pré-natal e nascimento e da rede cegonha. Rev. Pesqui. (Univ. Fed. Estado Rio J., Online); 9(4): 1055-1060.
Martinelli, K. G., Santos Neto, E. T., Gama, S. G. N. & Oliveira, A. E. (2016). Acesso ao pré-natal: desigualdades em região de alta mortalidade materna do sudeste brasileiro. Ciência & Saúde Coletiva; 21(5):1647-1658.
Mendes, E. V. (2015). Conselho Nacional de Secretários de Saúde - CONASS. A Construção Social da Atenção Primária a Saúde. 193p. Brasília, DF.
Mendes, K. D. S, Silveira, R. C. C. P. & Galvão, C. M. (2008). Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto & Contexto Enfermagem, 17(4):758-764. DOI: 10.1590/S0104-07072008000400018
Nunes, A. D. S., Amador, A. E., Dantas, A. P. Q. M., Azevedo, U. N. & Barbosa, I. R. (2017) Acesso à assistência pré-natal no Brasil: análise dos dados da Pesquisa Nacional de Saúde. Rev. Prom. Saúde, 30(3). DOI: 10.5020/18061230.2017.6158
Oliveira Júnior, S. A., Chaves, E. C. R., Lima, S. B. A., Leite, D. S., Cardoso, K. B., Costa, I. L. O. F., Reis, A. P. O., Sampaio, A. T. L., Mendonça, M. H. R & Oliveira, G. N. (2021) O olhar dos gestores municipais sobre a planificação da rede temática de atenção à saúde. Revista Eletrônica Acervo em Saúde, 13:e5385. 10.25248/reas.e5385.2021
Pereira A. S., Shitsuka, D. M., Parreira, F. J. & Shitsuka, R. (2018). Metodologia da pesquisa científica. UFSM. Recuperado de: em: https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/15824/Lic_Computacao_Metodologia-Pesquisa-Cientifica.pdf?sequence=1.
Resende, L. V., Rodrigues, R. N. & Fonseca, M. C. (2015). Mortes Maternas em Belo Horizonte, Brasil: percepções sobre qualidade da assistência e evitabilidade. Rev Panam Salud Publica, 37(4/5):218-224.
Reis, A. P. O., Lopes, M. M. B., Beltrão-Lima, S. A. & Vasconcelos, M. C. C. (2018) Análise das Internações por Condições Sensíveis a Atenção Primária em saúde entre 2008 e 2015 no Estado do Pará. Revista Eletrônica Acervo em Saúde, 10:2266-2279, 2018. 10.25248/REAS292_2018
São Paulo (Estado). Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo. (2018). Linha de cuidado gestante e puérpera: manual técnico do pré-natal, parto e puerpério. 234 p.
Silva, B. G. C., Lima, N. P., Silva, S. G., Antúnez, S. F., Seerig, L. M., Restrepo-Méndez, M. C. & Wehrmeister, F. C. (2016). Mortalidade materna no Brasil no período de 2001 a 2012: tendência temporal e diferenças regionais. Rev Bras Epidemiol, 19(3):484-493. 10.1590/1980-5497201600030002
UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina, Carcereri, D. L., Santos, E. K. A., Tognoli, H., Oliveira, M. C. & Freitas, T. G. (2016). Unidade 3 – Atenção integral à saúde da mulher no ciclo gravídico-puerperal. IN: Atenção Integral à Saúde da Mulher. Medicina. (3a ed.), 120 p. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Maria de Fátima Bastos da Costa; Ilka Lorena de Oliveira Farias Costa; Aurimery Gomes Chermont; Priscila Moreira de Alcântara Campos; Irna Carla do Rosário Souza Carneiro; Kath Elizandra Silva Bastos; Suellen Patrícia Sales da Costa Loureiro; Heliana Helena de Moura Nunes; Sergio Beltrão de Andrade Lima; Ilma Pastana Ferreira
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.