Comparação entre procedimentos de ensino de relatos de histórias e responder perguntas em crianças autistas
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i3.13362Palavras-chave:
Transtorno do espectro autista; Relatos de histórias; Intraverbais.Resumo
Recontar histórias e responder perguntas é importante para o desenvolvimento social e acadêmico. Em casos de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), a aprendizagem pode ser desafiadora. Pesquisas utilizaram histórias personalizadas com jogos de sequência lógica. Os materiais consistiam em figuras (cenas) e frases sobre elas. Este estudo foi realizado com duas crianças com TEA. Foram comparados dois procedimentos de ensino de recontar histórias (encadeamento normal e de trás para frente) após elas terem sido apresentadas para as crianças. Foram definidas duas histórias com quatro partes por criança. Durante o ensino, cada criança podia relatar cada parte de uma das histórias desde o princípio e, caso necessário, pistas visuais e verbais eram fornecidas (encadeamento normal). Com a outra história, em princípio, as três primeiras partes eram apresentadas para cada criança, mas a última podia ser relatada sem ajuda. Quando isso acontecesse, as pistas da penúltima parte também eram omitidas. Isso foi replicado com as outras partes até o relato da história inteira. O encadeamento normal foi mais eficiente para ambas as crianças. Paralelamente, efeitos de duas pistas (de tatos e ecoicos) foram medidos sobre o responder perguntas. Para uma criança, pistas de tatos foram mais eficientes e, para a outra, o contrário. Foi discutida possível influência de história anterior de exposição a um tipo de procedimento sobre sua eficiência relativa. Foi sugerida a possibilidade de ensino com histórias adaptadas influenciar um posterior melhor engajamento com histórias não adaptadas em situação de leitura compartilhada, favorecendo processos de inclusão escolar.
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