Selênio eritrocitário e sua relação com o perfil lipídico em mulheres obesas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i3.13476

Palavras-chave:

Selênio; Dislipidemia; Obesidade.

Resumo

O presente estudo teve como objetivo identificar a existência da relação entre parâmetros do selênio dietético e eritrocitário e marcadores do perfil lipídico em mulheres com obesidade. Trata-se de um estudo caso- controle envolvendo 56 mulheres, com idade entre 20 a 50 anos, sendo distribuídas em dois grupos: grupo caso (obesas, n=22) e grupo controle (eutróficas, n=34).  Foram avaliadas as concentrações de selênio dietético e eritrocitário e perfil lipídico (colesterol total, triacilgliceróis, HDL-colesterol, LDL-colesterol e VLDL-colesterol). O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí, sob número de parecer 2.014.100. Os dados foram analisados por meio do programa estatístico SPSS for Windows 20.0 ®. Quanto aos resultados, observou-se que os valores médios da ingestão dietética de selênio estavam adequados de acordo com as recomendações da ingestão diária recomendada de 55 µg de selênio (p>0,05). As mulheres obesas apresentaram concentrações eritrocitárias de selênio reduzidas quando comparadas ao grupo controle (p<0,05). Sobre o perfil lipídico, as mulheres obesas apresentaram parâmetros elevados de colesterol total, triacilgliceróis, LDL-c e VLDL-c e valores reduzidos de HDL-c, quando comparados ao grupo controle (p<0,05). Além disso, não se observou correlação significativa entre o selênio dietético e eritrocitário e os parâmetros do perfil lipídico entres os grupos avaliados. Diante dos resultados, o estudo não revela correlação entre o marcador dietético e eritrocitário de selênio e os parâmetros do perfil lipídico.

Referências

Alasfar, F. et al. (2011). Selenium Is Significantly Depleted Among Morbidly Obese Female Patients Seeking Bariatric Surgery. Obesity Surgery, 21(11), 1710 -1713.

Alvarenga, E. S. L., Alencar, M. A. P. M. & Melo, M. T. S. M. (2005). Alimentos - Medidas caseiras: correspondência peso-volume. Teresina: UFPI.

Anção, M. S. et al. (2002). Programa de apoio à nutrição Nutwin: versão 1.5. Departamento de Informática em Saúde [CD-ROM] Unifesp/EPM.

Bleys, J. et al. (2008). Serum selenium and serum lipids in US adults. The American Journal of Clinical Nutrition, 88(2), 416-423.

Brasil. (2012). Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Pesquisa com Seres Humanos. Resolução nº466, de 12 de dezembro de 2012. Diário Oficial da União, Brasília, DF.

Brasil. (2011). Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Orientações para a coleta e análise de dados antropométricos em serviços de saúde: Norma Técnica do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional – SISVAN. Brasília: Ministério da Saúde.

Choe, S. S. et al. (2016). Adipose Tissue Remodeling: Its Role in Energy Metabolism and Metabolic Disorders. Frontiers in Endocrinology, 7(1), 1-6.

Cozzolino, S. M. F. (2012). Biodisponibilidade de nutrientes. (4a ed.), Manole.

Damms-Machado, A., Weber, G. & Bischoff, S. C. (2012). Micronutrient Deficiency in Obese Subjects Undergoing Low Calorie Diet. Nutrition Journal, 11(1), 1-8.

Dhingra, S. & Bansal, M. P. (2006). Modulation of hypercholesterolemia-induced alterations in apolipoprotein B and HMG-CoA reductase expression by selenium supplementation. Chemico-Biological Interactions, 161, 49–56.

Fairweather-Tait, S. J., Collings, R. & Hurst, R. (2011). Selenium in human health and disease. Antioxidants & Redox Signaling, 14(7), 1337-1383.

Faludi, A. A. et al. (2017). Atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose – 2017. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, 109 (2, Suppl. 1), 1-76.

Ferreira, K. S. et al. (2002). Concentrações de selênio em alimentos consumidos no Brasil. Pan Am J Public Health, 11(3), 172-177.

Franco, R. S. (2012). Measurement of red cell lifespan and aging. Transfusion Medicine and Hemoterapy, 39(5), 302-207.

Friedewald, W.T., Levy, R.I. & Fredrickson, D.S. (1972). Estimation of the concentration of low-density lipoprotein cholesterol in plasma, without use of the preparative ultracentrifuge. Clinical Chemistry, 18(6), 499-502.

Fontenelle, L. C. et al. (2018). The role of selenium in insulin resistance. Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences, 54(1), 1-11.

Fülöp, P. et al. (2013). Increased hair selenium concentration in hyperlipidemic patients. Journal of Cellular and Molecular Medicine, 17(3), 350-355.

IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) (2011a). Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009: tabelas de composição nutricional dos alimentos consumidos no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE.

IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) (2011b). Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009: tabela de medidas referidas para os alimentos consumidos no Brasil. Rio de Janeiro.

IOM (Institute of Medicine) (2006). Dietary reference intakes: the essential guide to nutrient requirements. National Academy Press.

Instituto Adolfo Lutz. (1985). Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz. (3a ed.), 1,1-533.

Ju, W. et al. (2017). Relationship between higher serum selenium level and adverse blood lipid profile. Clinical Nutrition, 37(5), 1-6.

Kanwar, G. & Kabra, R. (2016). A study of association between obesity and lipid profile. Impact Journals, 4(4), 69-74.

Khan, M. N. & Khaleel, M. (2016). Comparative study of sérum lipid profile of obese and non-obese students (male) of Aljouf University. International Journal of Biomedical and Advance Research, 7(1), 35-37.

Kipp, A. P. et al. (2015). Revised reference values for selenium intake. Journal of Trace Elements in Medicine and Biology, 32(1), 195-199.

Liao, C. et al. (2018). The Intricate Role of Selenium and Selenoproteins in Erythropoiesis. Free Radical Biology and Medicine, 127(1), 165-171.

Mayer, D. et al. (2018). Dieta hiperlipídica e excesso de gordura corporal em colabores de uma Hospital Universitário em Curitiba-PR. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, 12 (74), 722-729.

Mehdi, Y. et al. (2013). Selenium in the Environment, Metabolism and Involvement in Body Functions. Molecules, 18(3), 3292-3311.

Murer, S. B. et al. (2013) Antioxidant supplements reduced oxidative stress and stabilized liver function tests but did not reduce inflammation in a randomized controlled trial in obese children and adolescents. Journal of Nutrition, 144(2), 193-201.

Patel, M. D., Kishore, P. K. & Patel, D. J. (2014). Evaluation of oxidative stress and serum magnesium levels in South Indian obese males. International Journal of Scientific Research, 3(3), 229-230.

Petry, E. R. et al. Suplementações Nutricionais e Estresse Oxidativo. Revista Brasileira de Ciência e Esporte, 35(4), 1071-1092.

Pereira, A.S et al. (2018). Metodologia da pesquisa científica. UFSM. https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/15824/Lic_Computacao_Metodologia-Pesquisa-Cientifica.pdf?sequence=1.

Pereira, L. S. S. et al. (2012). Relação Entre Perfil Antropométrico E A Ingestão Dietética Em Pacientes Atendidos Na Clínica Escola Da Faculdade Pitágoras, Campus Ipatinga-Mg. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, 6(31), 4-12.

Stranges, S. et al. (2010). Higher selenium status is associated with adverse blood lipid profile in British adults. Journal of Nutrition, 140, 81-87.

Sousa, M. P. et al. (2019). Associação entre Ingestão Dietética de Magnésio e Parâmetros do Perfil Lipídico em Mulheres obesas. Research, Society and Development, 9(1) 1 – 17.

Sousa, T. G. V. et al. (2019). Ingestão de magnésio e ferro com estresse oxidativo em mulheres obesas. Research, Society and Development, 9(1), 1 – 17.

Shim, J., Oh, K. & Kim, H. C. (2014). Dietary assessment methods in epidemiologic studies. Epidemiology and Health, 36, 1-8.

Su, L. et al. (2015). Selenium Level and Dyslipidemia in Rural Elderly Chinese. PLoS One, 10(9), 1-11.

TACO. (2011). Tabela Brasileira de Composição de Alimentos. (4a ed.), NEPA-UNICAMP.

Tangvarasittichai, S. (2015). Oxidative stress, insulin resistance, dyslipidemia and type 2. World Journal of Diabetes, 6(3), 456 – 480.

Tascilar, M. E. et al. (2011). Trace elements in obese turkish children. Biological Trace Elements Research, 143, 188-195.

Uranga, R. M. & Keller, J. N. (2019). The Complex Interactions Between Obesity, Metabolism and the Brain. Frontiers in Neuroscience, 13(1) ,1 – 21.

USDA (Department of Agriculture). (2015). National Nutrient Database for Standard Reference: selenium (release 28).

Van Assendelft, O. W. (1972). The measurement of hemoglobin. In: Izak, G. & Lewis, S. M. Modern concepts in hematology: symposia of the International Committee for Standardization in Hematology. New York: Academic Press, 14-25.

Vitoux, D., Arnaud, J. & Chappuis, P. (1999). Are copper, zinc and selenium in erythrocytes valuable biological indexes of nutrition and pathology? Journal of Trace Elements in Medicine and Biology, 13(3), 113-128.

Vekic, J. et al. (2018). Obesity and dyslipidemia. Metabolism, 92, 71-81.

WHO (World Health Organization). (2008). Obesity: preventing and managing the global epidemic – report of a WHO consultation. Geneva: World Health Organization.

Whitehouse, R. C. et al. (1982). Zinc in plasma, neutrophils, lymphocytes, and erythrocytes as determined by flameless atomic absorption spectrophotometry. Clinical Chemistry, 28(3), 475-480.

Yang, K. C. et al. (2010). Serum selenium concentration is associated with metabolic factors in the elderly: a cross-sectional study. Nutrition & Metabolism, 7(38).

Xavier, H. T. et al. (2013). V Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose. Arquivo Brasileiro Cardiologia, 101(4), 1-20.

Zhong, Q., Lin, R. & Nong, Q. (2018). Adiposity and serum selenium in U.S adults. Nutrients, 10(727), 1-11.

Downloads

Publicado

19/03/2021

Como Citar

SILVA, N. C. da; SILVA, L. D. da; SANTOS, L. R. dos; SOARES, T. da C.; RÊGO, M. N. do; FONTENELLE, L. C.; MELO, S. R. de S.; POLTRONIERI, F. .; MARREIRO, D. do N. Selênio eritrocitário e sua relação com o perfil lipídico em mulheres obesas. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 3, p. e36410313476, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i3.13476. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/13476. Acesso em: 7 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde