Higiene das Mãos pelos Profissionais de Saúde: uma prática negligenciada
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i3.13554Palavras-chave:
Doenças infecciosas; Vírus; Segurança do paciente; Enfermagem; Biossegurança.Resumo
A Higiene das Mãos (HM) é uma ação simples e essencial na prevenção de doenças infecciosas. Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar os níveis de adesão, técnica e conhecimento sobre HM por profissionais de saúde e realizar uma intervenção educativa. Conduzimos uma análise transversal com 20 profissionais, durante seis meses. Observamos e categorizamos as oportunidades de HM, avaliamos a realização da técnica correta, determinamos o grau de conformidade de HM (Índice de Positividade proposto por Carter, IPC) e aplicamos um questionário sobre HM. Os dados contribuíram para realização de treinamento e discussão sobre a COVID-19, utilizando um modelo didático de vírus. Observamos N=791 oportunidades para HM, porém apenas N=128 (16.18%) foram realizadas, com a técnica correta em 80,47% (N=103). As categorias com maior número de oportunidades para HM foram “após cuidado do paciente” (N=238) e “antes do cuidado com paciente” (N=214). No entanto, a HM ocorreu apenas em N=76 (31.93%) e N=28 (13.08%), respectivamente. Comparando as categorias, a maior adesão foi "após retirar as luvas" (53,19%) O grau de conformidade de HM neste estudo é inferior ao recomendado pelo IPC (70%). Nos questionários, os trabalhadores afirmaram ter realizado pelo menos um curso de capacitação sobre HM ao longo da carreira; poucos citaram o vírus como um microrganismo presente nas mãos; “falta de tempo” foi o principal motivo para não realizar a HM. A intervenção educativa reforçou a importância da correta técnica de HM, estimulou adaptações na estrutura hospitalar e nas estratégias de enfrentamento à emergência da pandemia.
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