Comportamento forrageiro de formigas cortadeiras Atta sexdens piriventris Santschi, 1919, em ambiente de Campos de Altitude no Sul do Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i4.13689

Palavras-chave:

Comportamento; Forrageamento; Formigas; Campos de altitude.

Resumo

Na Microrregião dos Campos de Lages, Santa Catarina, as condições edafoclímaticas, associadas à vegetação típica desta região podem particularizar o comportamento forrageiro de formigas cortadeiras Atta sexdens piriventris, diferentemente das já relatadas para outros locais.  Este trabalho teve por objetivo a estudar a bioecologia de forrageamento A. sexdens piriventris que ocorrem naturalmente na Microrregião dos Campos de Lages. Desta forma, formigueiros da espécie A. sexdens piriventris foram localizados de forma aleatória, através de características morfológicas dos indivíduos, e da aparência com aspecto de terra lavrada superficial dos formigueiros. Em cada formigueiro selecionado, foi realizado o levantamento das espécies vegetais preferidas para o forrageamento. Amostras das espécies vegetais, ou partes vegetativas forrageadas foram herborizadas e posteriormente classificadas e identificadas. As características edafoclimáticas da Microrregião dos Campos de Lages, particularizam o comportamento forrageiro e de nidificação apresentado por formigas cortadeiras A. sexdens piriventris. Foram identificadas 68 espécies de plantas distribuídas em 27 famílias botânicas, dentre as utilizadas para o forrageio. Plantas das famílias Poaceae e Asteraceae foram as mais utilizadas no forrageamento por formigas A. sexdens piriventris, sendo a espécie Baccharis trimera (Asteraceae) a mais forrageada. Formigueiros A. sexdens piriventris estavam presentes preferencialmente em área de borda de ambientes.

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Publicado

31/03/2021

Como Citar

GIESEL, A.; BOFF, M. I. C. .; FERNANDES, P.; BOFF, P. . Comportamento forrageiro de formigas cortadeiras Atta sexdens piriventris Santschi, 1919, em ambiente de Campos de Altitude no Sul do Brasil. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 4, p. e7310413689, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i4.13689. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/13689. Acesso em: 23 nov. 2024.

Edição

Seção

Ciências Agrárias e Biológicas