A hidratação descontínua melhora a germinação e tolerância à seca em mudas de Annona quamosa
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i3.13706Palavras-chave:
Pinha; Matéria seca; Déficit hídrico; Crescimento.Resumo
O objetivo deste trabalho foi determinar se a hidratação descontínua de sementes de A. squamosa beneficia sua germinação e se as mudas oriundas dessas sementes apresentam maior tolerância ao déficit hídrico por meio da análise de parâmetros de crescimento. O experimento foi inteiramente casualizado, em fatorial 4x3, utilizando quatro ciclos de HD nas sementes (zero, um, dois e três) e três tratamentos hídricos (controle - rega diária, irrigação em intervalos de cinco e dez dias). Foram avaliados: altura, diâmetro do caule, número de folhas, biomassa seca, partição de biomassa seca, razão raiz/parte aérea, área foliar, área foliar específica e razão da área foliar. Os tratamentos de hidratação descontínua beneficiaram a germinação e promoveram um melhor crescimento das plântulas sob supressão hídrica. A aplicação de três ciclos de HD ampliou a altura, diâmetro do caule, número de folhas, área foliar e matéria seca das plântulas frente aos demais ciclos. A supressão hídrica de dez dias reduziu a matéria seca, a área foliar e área foliar específica. Os ciclos de HD melhoram a tolerância à seca de plântulas de A. squamosa, principalmente quando aplicado três ciclos de HD nas sementes, sugerindo-a como uma boa técnica para produzir plântulas melhor aclimatadas a áreas com baixa disponibilidade de água.
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