Comparação entre métodos de avaliação direta para o diagnóstico de babesiose em bovinos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v8i10.1388

Palavras-chave:

Hemoparasitas; Esfregaço sanguíneo; Tristeza Parasitária Bovina.

Resumo

O objetivo do presente estudo foi comparar três métodos de observação direta: esfregaço sanguíneo, esfregaço de ponta de orelha e capa leucoplaquetária, buscando o melhor método para o diagnóstico de Babesia spp. em bovinos. Foram utilizados 77 bovinos com suspeita de babesiose.  Destes animais, foi realizada a coleta de sangue em veia jugular e ponta de orelha. Após obtenção das amostras, foram confeccionados os esfregaços sanguíneos e capa leucoplaquetária com material proveniente da jugular e esfregaço de ponta de orelha com material proveniente da perfuração da ponta de orelha. Dos 77 animais, 14,30% (n=11) foram encontradas inclusões em pelo menos um dos três métodos avaliados. Dos animais positivos, 36,35% (n=4) foram positivos apenas no esfregaço sanguíneo e o esfregaço de ponta de orelha sozinho não foi capaz de diagnosticar a enfermidade em nenhum dos animais. O coeficiente de concordância obtido no teste kappa mostrou fraca conciliação entre o método de observação pelo esfregaço de sangue de ponta de orelha considerado padrão ouro pela literatura, com esfregaço sanguíneo (k= 0,18) e com a capa leucoplaquetária (k = -0,12). A sensibilidade e especificidade do esfregaço sanguíneo foi de 40% e 100% e capa leucoplaquetária obteve 25% e 62%, respectivamente. O esfregaço sanguíneo com sangue obtido da jugular, mostrou-se o método com melhores resultados, quando comparado às demais técnicas, para o diagnóstico de babesiose em bovinos.

Referências

Almeida, M. B, Tortelli, F. P., Correa, B. R., Ferreira, J. L. M., Soares, M. P., Farias, N.A. R., Correa, F. R., & Schild, A. L. (2006). Tristeza parasitária bovina na região sul do Rio Grande do Sul: estudo retrospectivo de 1978-2005. Pesquisa Veterinária Brasileira. v.26, n.4, p.237-242.

Bock, R., Jackson, L., De vos, A., & Jorgensen, W. (2004). Babesiosis of cattle. Parasitology, v. 129, n.7, p. 247-269.

Bohm, M., Leisewitz, A.L., Thompson, P.N., & Schoeman, J.P. (2006). Capillary and venous Babesia canis rossi parasitaemias and their association with outcome of infection and circulatory compromise. Veterinary Parasitology, v. 141, p. 18–29.

Cassini, R., Marcer, F., Di regalbono, A.F., Cancrini, G., Gabrielli, S., Morettic, A., Galuppi, R., Tampieri, M.P., & Pietrobelli, M. (2011). New insights into the epidemiology of bovine piroplasmoses in Italy. Veterinary Parasitology, v.184, n.1, p. 77-82.

Eichenberger, R. M., Štefanić, S., Naucke, T. J., Šarkūnas, M., Zamokas, G., Grimm, F., & Deplazes, P. (2017). An ELISA for the early diagnosis of acute canine babesiosis detecting circulating antigen of large Babesia spp. Veterinary Parasitology, v.243, p.162–168.

Farias N.A.R. (1995). Diagnóstico e Controle da Tristeza Parasitária Bovina. Editora Agropecuária: Guaíba, p.80.

Grisi, L., Massard, C. L., Moya-Borba, G.E., & Pereira, J. B. (2002). Impacto econômico das principais ectoparasitoses em bovinos no Brasil. A Hora Veterinária, v.125, p.8-10.

Guglielmone, A. A., Aguirre, D.H., Spath, E. J. A., Gaido, A. B., Mangold, A. J., & Ríos, L.G. (1999). Long-term study of incidence and financial loss due to cattle babesiosis in a Argentinian dairy farm. Preventive Veterinary Medicine, v.12, p.307–312.

Harrus, S. & Waner, T. (2011). Diagnosis of canine monocytotropic ehrlichiosis (Ehrlichia canis): An overview. 187(3), 292-296.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): rebanho de bovinos tinha 218,23 milhões de cabeças em 2016. Acesso em 20 junho 2018, em http://www.beefpoint.com.br/ibge-rebanho-de-bovinos-tinha-21823-milhoes-de-cabecas-em-2016.

Kocan, K. M., De la fuente, J., Blouin, E. F., Coetzee, J. F., & Ewing, S. A. (2010). The natural history of Anaplasma marginale. Veterinary Parasitology, v. 167, n. 2-4; p. 95–107.

Leal, P.D.S., Flausino, W., & Lopes, C.W.G. (2012). Diagnóstico de infecções concomitantes por Neospora caninum, Babesia canis e Erhlichia spp. em canino adulto da raça Golden Retrivier - Relato de caso. Revista Brasileira de Medicina Veterinária, v.34, p.47-51.

Leal, P.D.S., Moraes, M.I.M.R., Barbosa, L.L.O., & Lopes, C.W.G. (2015). Infecção por hematozoários nos cães domésticos atendidos em serviço de saúde animal, Rio de Janeiro, Brasil. Revista Brasileira de Medicina Veterinária, v.37(Supl.1), p.55-62.

Osaki, S. C., Vidotto, O., Marana, E.R.M., Vidotto, M.C., Yoshihara, E., Pacheco, R.C., Igarashi, M., & Minho, A.P. (2002). Ocorrência de anticorpos anti Babesia bovis e estudo sobre a infecção natural em bovinos da raça nelore, na região de Umuarama, Paraná, Brasil. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, v. 11, n. 2, p. 77-83.

Otranto, D., Dantas-Torres, F., Weigl, S., Latrofa, M.S., Stanneck, D., Decaprariis, D., & Baneth, G. (2011). Diagnosis of Hepatozoon canis in young dogs by cytology and PCR. Parasite and Vectors, v.4, n.55.

Romero-Salas, D., Mira, A., Mosqueda, J., García-Vázquez, Z., Hidalgo-Ruiz, M., Vela, N. A. O., & Schnittger, L. (2016). Molecular and serological detection of Babesia bovis- and Babesia bigemina-infection in bovines and water buffaloes raised jointly in an endemic field. Veterinary Parasitology, v.217, p.101–107.

Santos, G. B. (2013). Estudo epidemiológico da tristeza parasitária bovina em rebanhos dos municípios de petrolina e ouricuri, estado de pernambuco. 2013. 91 p. Dissertação (Mestrado em Ciência Animal) - Universidade Federal do Vale do São Francisco, UNIVASF, Campus Ciências Agrárias, Petrolina.

Stobbe, N.S., Chaplin, E.L., Paiva, M.G.S., Araújo, F.A.P., & Silva, N .R .S. (1998). Diagnóstico laboratorial de hemocitozoários através da distensão dc gota de coágulo dc sangue (Nota Prévia). In: CONGRESSO ESTADUAL DE MEDICINA VETERINÁRIA, 10., Porto Alegre, 1988. Anais. Porto Alegre, SOVERGS, p. 61.

Thrall, M. A., Weiser, G., Allison, R. W., & Campbell, T. W. (2015). Hematologia e Bioquímica Clínica Veterinária. 2. ed. Rio de Janeiro: Roca.

Uribe, J. A. Z. (2017). Chega de Tristeza! Temperatura retal no monitoramento da tristeza parasitária bovina - uma experiência pratica. Revista Leite Integral, v.101, p. 66 – 74.

Valente, P.C.L.G. (2014). Avaliação de métodos parasitológicos, sorológicos e moleculares no diagnóstico das hemoparasitoses caninas no Estado de Minas Gerais. Dissertação apresentada à Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Veterinária. UFMG - Escola de Veterinária, Belo Horizonte, MG.

Vasconcelos, M. F. (2010). Estudo da infecção por Babesia spp.em cães da região periurbana de Brasília, Distrito Federal. 85 f. Dissertação (Mestrado). Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade de Brasília, Distrito Federal.

Downloads

Publicado

23/08/2019

Como Citar

ALMEIDA, L. S. de; SENA, L. M.; BARIONI, G.; MORAES, T. M. A.; OLIVEIRA, R. E. de. Comparação entre métodos de avaliação direta para o diagnóstico de babesiose em bovinos. Research, Society and Development, [S. l.], v. 8, n. 10, p. e328101388, 2019. DOI: 10.33448/rsd-v8i10.1388. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/1388. Acesso em: 17 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências Agrárias e Biológicas