Produção e avaliação do potencial nutricional de purês integrais de banana ‘nanica’ verde e senescente congelados
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i7.14007Palavras-chave:
Compostos secundários; Flavonoides; Musa sp.; Propriedade funcional; Taninos.Resumo
Estudos prévios apontam o potencial da banana como alimento nutracêutico, especialmente a devido à saudabilidade proporcionada pelo amido resistente e capacidade antioxidante. Além disso, é crescente o interesse da indústria alimentícia no desenvolvimento de novos produtos. Neste sentido, este estudo teve como objetivo estabelecer a qualidade nutricional de purês integrais de banana variedade ‘nanica’ verde e senescente. Para isso foram elaborados produtos simulando a escala industrial, seguindo as principais operações unitárias. Conduziu-se um experimento em delineamento fatorial com 2 x 2, correspondendo a dois produtos (purê de banana verde e senescente integrais), sob dois processamentos (tratamento térmico a 120°C por cinco minutos seguindo de resfriamento a 10 °C por cinco minutos e ausência de tratamento térmico), utilizando-se três repetições para cada produto. A caracterização foi realizada por meio de análises físico-químicas, frequência de compostos bioativos e a atividade antioxidante. Os resultados foram avaliados por teste comparativo de médias (p < 0,05) e por análise de plots multivariados. Em todos os testes, a caracterização físico-química mostrou a estabilidade dos purês quanto a acidez (pH e titulável) e em relação aos macronutrientes, carboidratos, proteínas, lipídeos e fibras. Os resultados mais promissores estão relacionados aos compostos bioativos, pois, mesmo ocorrendo redução de três classes após processamento térmico das amostras de purês de banana verde, encontrou-se ainda considerável ação antioxidante destes componentes.
Referências
Alves, E. J. A cultura da banana: aspectos técnicos, socioeconômicos e agroindustriais. (2a ed.), EMBRAPA-SPI
Aquino, C. F., Salomão, L. C. C., & Siqueira, D. L. De. (2014). Cecon, P. R. Mineral content in the pulp and peel of banana cultivars. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 49, 546–553. 10.1002/star.200900216
Bertolini, A. C., Bello‐Pérez, L. A., & Méndez‐Montealvo, G., Almeida, C. A. S., & Lajolo, F. (2010). Rheological and functional properties of flours from banana pulp and peel. Starch - Stärke, 62, 277–284.
Brand-Williams, W.; Cuvelier, M. E., & Berset, C. (1995). Use of a free radical method to evaluate antioxidant activity. LWT - Food Science and Technology, 28, 25–30. 10.1016/S0023-6438(95)80008-5
Brasil. Instrução normativa no 37, de 1o de outubro de 2018. 2018. <https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/44304943/do1-2018-10-08-instrucao-normativa-n-37-de-1-de-outubro-de-2018-44304612>.
Carvalho-Filho, C. D., & Massaguer, P. R. (1997). Thermal processing of banana puree (Musa cavendishii, Lamb.) in retortale pouches. Food Science and Technology, 17, 213–218. 10.1590/S0101-20611997000300004
Cassani, L., Gomez-Zavaglia, A., & Simal-Gandara, J. (2019). Technological strategies ensuring the safe arrival of beneficial microorganisms to the gut: from food processing and storage to their passage through the gastrointestinal tract. Food Research International, 108852.
Censi, S. A. (2011). Processamento mínimo de frutas e hortaliças: tecnologia, qualidade e sistemas de embalagem. Rio de Janeiro: Embrapa Agroindústria de Alimentos.
Ditchfield, C., & Tadini, C. C. (2002). Acompanhamento do processo de amadurecimento da banana nanicão (Musa cavendishii Lamb.). In: ANAIS DO XVIII Congresso BRASILEIRO De Ciência e Tecnologia de Alimentos 2002, Campinas. Anais... Campinas: Unicamp, 2002: <https://www.unicamp.br/anuario/2002/FEA/DCA/DCA-0013.html>.
EMBRAPA. Produção brasileira de banana em 2018, Embrapa Mandioca e Fruticultura, 2018: <http://www.cnpmf.embrapa.br/Base_de_Dados/index_pdf/dados/brasil/banana/b1_banana.pdf>.
Espín, J. C., García-Conesa, M. T., & Tomás-Barberán, F. A. (2007). Nutraceuticals: Facts and fiction. Phytochemistry, 68, 2986–3008. 10.1016/j.phytochem.2007.09.014
Fellows, P. (2000). Food processing technology: principles and practice. Boca Raton, Fla.; Cambridge, England: CRC Press; Woodhead Pub. <http://app.knovel.com/hotlink/toc/id:kpFPTPPE01/food-processing-technology>.
Folegatti, M. I. S. & Matsuura, F. C. A. U. (2004). Processamento. In: Borges, A. L.; Souza, L. S. (Eds.). O cultivo da bananeira. Cruz das Almas: Embrapa Mandioca e Fruticultura.
Franca, L G, Holanda, N. V, Aguiar, R. A. C, Reges, B. M, Costa, F. B, Souza, P. A, Silva, A. G. F, Sales, G. N. B., & Moura, C. F H. (2020). Elaboration and characterization of green banana flours. Research, Society and Development, 9(7): 1-13, e271973798.
Frazier, W. C. & Westhoff, D. C. (1993). Microbiología de los alimentos. Acribia.
Freitas, M. C. J. & Tavares, D. de Q. (2005) Characterization of starch granules from bananas musa aaa-nanicão and musa aab-terra. Food Science and Technology, 25, 217–222. 10.1590/S0101-20612005000200005
García-Fernández, M. C., & Sánchez-Muniz, F. J. (2003). Cooking–freezing–reheating (Cfr) of sardine (Sardina pilchardus) fillets. Effect of different cooking and reheating procedures on the proximate and fatty acid compositions. Food Chemistry, 83, 349–356. 10.1016/S0308-8146(03)00095-5
Haslinda, W. H., Cheng, L. H., Chong, L. C., & Noor Aziah, A. A. (2009). Chemical composition and physicochemical properties of green banana (Musa acuminata x balbisiana Colla cv. Awak) flour. International Journal of Food Sciences and Nutrition, 60 232–239. 10.1080/09637480902915525
Instituto Adolfo Lutz. (2008). Métodos físico-químicos para análise de alimentos. (5a ed.), Instituto Adolfo Lutz - IAL: <http://www.ial.sp.gov.br/resources/editorinplace/ial/2016_3_19/analisedealimentosial_2008.pdf>.
Lako, J., Trenerry, V. C., Wahlqvist, M., Wattanapenpaiboon, N., Sotheeswaran, S., & Premier, R. (2007). (Phytochemical flavonols, carotenoids and the antioxidant properties of a wide selection of Fijian fruit, vegetables and other readily available foods. Food chemistry: <https://agris.fao.org/agris-search/search.do?recordID=US201300742377>.
Lima, O. S.; Souza, E. G.; Amorim, E. P.; & Pereira, M. E. C. (2014). Http://www. Scielo. Br/scielo. Php? Script=sci_abstract&pid=s0103-84782014000400027&lng=en&nrm=iso&tlng=en. Ciência Rural, 44, 734–739.
Matos, F. J. A. (2009). Introdução à fitoquímica experimental. Edições UFC.
Matsuura, F. C. A. U. (2001). Banana pós-colheita. Embrapa Informação Tecnológica; Cruz das Almas: Embrapa Mandioca e Fruticultura.
NEPA – Núcleo De Estudos e Pesquisas Em Alimentação. Tabela Brasileira de Composição de Alimentos – TACO. (4a ed.), UNICAMP, 2017: <http://www.nepa.unicamp.br/taco/contar/taco_4_edicao_ampliada_e_revisada.pdf>.
Nogueira, S. R., Macedo, P. E. F. de, Cavalcante, M. de J. B., Andrade-neto, R. de C., Siviero, A., Nascimento, G. C. do. (2013) Doenças da Bananeira no Acre. Embrapa Acre.
Oliveira, D. A. S. B. D., Müller, P. S., Franco, T. S., Kotovicz, V., & Waszczynskyj, N. (2015). Avaliação da qualidade de pão com adição de farinha e purê da banana verde. Revista Brasileira de Fruticultura, 37, 699–707. https://doi.org/10.1590/0100-2945-176/14
Oliveira, G. P. De. Avaliação da produtividade inicial e caracteres agronômicos de bananeira (Prata Anã e BRS Conquista) em função de diferentes níveis de água e adubação. 2015. Dissertação (Mestrado em Agronomia) - Universidade de Brasília, Brasília, 2015: <http://dx.doi.org/10.26512/2015.06.D.19584>.
Peixoto S., T. J. S., Silva, C. H. T. P. Da., Nascimento, J. E. Do., Monteiro, J. M., Albuquerque, U. P. De., & Amorim, E. L. C. De. (2008). Validation of spectrophotometric methodology for quantify flavonoid content in Bauhinia cheilantha (Bongard) Steudel. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, 44, 683–689. https://doi.org/10.1590/S1516-93322008000400015
Pereira, K. D. (2007). Amido resistente, a última geração no controle de energia e digestão saudável. Food Science and Technology, 27, 88–92. https://doi.org/10.1590/S0101-20612007000500016
Potter, N. N., & Hotchkiss, J. H. (2007). Ciencia de los alimentos. Acribia.
Rezende, AC dos R, Pires, CV, Silva, LS, Gonçalves, ACA & Silva, WA da. (2021). Desenvolvimento e caracterização de queijo Petit suisse adicionado de biomassa de banana verde com cobertura de calda de maracujá, Society and Development, 10, e27410615833.
Rufino, M. do S. M., Alves, R. E., Brito, E. S. de., Morais, S. M. de., Sampaio, C. de G., Pérez-Jiménez, J., & Saura-Calixto, F. D. (2007). Metodologia científica: determinação da atividade antioxidante total em frutas pela captura do radical livre DPPH. - Portal Embrapa. Fortaleza: Embrapa Agroindústria Tropical: <https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/426953/metodologia-cientifica-determinacao-da-atividade-antioxidante-total-em-frutas-pela-captura-do-radical-livre-dpph>.
Sanches, J. Qualidade pos-colheita de bananas (Musa cavendishii) “nanicão”, atraves da classificação de defeitos fisicos, embalagens e tecnologia do frio. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, <http://repositorio.unicamp.br/handle/REPOSIP/257319>.
Sarawong, C.; Schoenlechner, R.., Sekiguchi, K., & Berghofer, E.; NG, P. K. W. (2002). Effect of extrusion cooking on the physicochemical properties, resistant starch, phenolic content and antioxidant capacities of green banana flour. Food Chemistry, 143, 33–39. 10.1016
Silva, M. B. de L. Da., & Ramos, A. M. (2009). Composição química, textura e aceitação sensorial de doces em massa elaborados com polpa de banana e banana integral. Revista Ceres, 56, 551–554.
Sousa, C. M. M., Silva, H. R. E., Vieira-JR., G. M., Ayres, M. C. C., Costa, C. L. S., Araújo, Delton, S., Cavalcante, L. C. D., Barros, E. D. S., Araújo, P. B. M., Brandão, M. S., & Chaves, M. H. (2007). Fenóis totais e atividade antioxidante de cinco plantas medicinais. Química Nova, 30, 351-355, <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422007000200021&lng=pt&nrm=iso>. https://doi.org/10.1590/S0100 40422007000200021.
STATSOFT. (2008). Statistica data analysis software system. 7.0. Statsoft Inc.
Steiner-Asiedu, M., Julshamn, K., & LIE, Ø. (1991). Effect of local processing methods (Cooking, frying and smoking) on three fish species from Ghana: Part I. Proximate composition, fatty acids, minerals, trace elements and vitamins. Food Chemistry, 40, 309–321. 10.10160308(91)90115-5
Vasconcelos, M. A. S., & Melo Filho, A. B. De. (2010). Conservação de Alimentos. EDUFRPE. <http://redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/eixo_prod_alim/tec_alim/181012_con_alim.pdf>.
Vernaza, M. G., Gularte, M. A., & Chang, Y. K (2011). Addition of green banana flour to instant noodles: rheological and technological properties. Ciência e Agrotecnologia, 35, 1157–1165. URL: http://repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/26587/1/S1413-70542011000600016.pdf
Vizzotto, M., Krolow, A. C. R., & Weber, G. E. B. (2010). Metabólitos secundários encontrados em plantas e sua importância. Pelotas: Embrapa Clima Temperado. <http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/handle/doc/886074>.
Walter, M., Silva, L. P. Da., & Emanuelli, T. (2005). Amido resistente: características físico-químicas, propriedades fisiológicas e metodologias de quantificação. Ciência Rural, 35, 974–980.
Wojciechowski, K., Kezwon, A., Lewandowska, J., & Marcinkowski, K. (2014). Effect of β-casein on surface activity of Quillaja bark saponin at fluid/fluid interfaces. Food Hydrocolloids, Food Colloids 2012: Creation and Breakdown of Structure. 34, 208–216. 10.1016
Yang, X., Zhang, Z., Joyce, D., Huang, X., Xu, L., & Pang, X. (2009). Characterization of chlorophyll degradation in banana and plantain during ripening at high temperature. Food Chemistry, 114, 383–390.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Keren Feltrin Martins Dal Medico; Silvia Rahe Pereira; Rosemary Matias; Vítor Brito; Renata do Nascimento Santos; Melissa Amin; Bianca Obes Corrêa
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.