Aspectos epidemiológicos e tendência temporal de HIV/AIDS em mulheres em tratamento antirretroviral, campos gerais: 2002-2017
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i4.14035Palavras-chave:
HIV?AIDS; Mulher; Epidemiologia.Resumo
Justificativa e Objetivo: Em 2018 foram notificados 4.737 casos de HIV/AIDS em mulheres no Brasil, Devido a maior vulnerabilidade vivenciada pelas mulheres, estudos mostram que em países subdesenvolvidos como a África, mulheres jovens com idade entre 15 e 24 anos possuem o dobro de probabilidade de estarem vivendo com HIV/AIDS quando comparado aos homens. Diante do exposto, o objetivo do presente estudo foi descrever os aspectos epidemiológicos e a tendência temporal de HIV/AIDS em mulheres em tratamento antirretroviral nos campos Gerais do Paraná no período de 2002 a 2017. Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico de coorte realizado no Serviço de Atenção Especializada (SAE) do Município de Ponta Grossa – PR, no período de 2002 a 2017. Os dados foram coletados a partir de 504 prontuários e fichas de notificação de agravos das mulheres em tratamento antirretroviral no município. Resultados: As mulheres da coorte eram em sua maioria brancas, com média de idade de 45 anos e com baixa escolaridade. Verificou-se a predominância de mulheres casadas, com comportamento heterossexual e que adquiriram a infecção sexualmente. Foi observado uma associação entre o comportamento sexual, estado civil e modo de transmissão e constatado um aumento da incidência de mulheres vivendo com HIV/AIDS no município, com crescimento de 1.35% ao ano e com maior coeficiente de incidência em 2016. Considerações Finais: É importante que sejam implantadas políticas públicas voltadas para redução da desigualdade de gênero e ações que viabilizem o empoderamento feminino, a fim de garantir a diminuição do estigma sofrido por estas mulheres.
Referências
Amin A. (2015). Addressing gender inequalities to improve the sexual and reproductive health and wellbeing of women living with HIV. J Int AIDS Soc. 18(65). http://doi.wiley.com/10.7448/IAS.18.6.20302.
Andrade J. & Ribeiro A. I. M. (2013). Feminização do hiv/aids e suas consequências: saberes necessários. Colloq humanarum. 10(Especial), 937–44.
Andrade, R. G. & Iriart, J. A. B. (2015). Estigma e discriminação: experiências de mulheres HIV positivo nos bairros populares de Maputo, Moçambique. Cad Saude Publica. 31(3), 565–74.
Brasil. (2018). Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais. Boletim Epidemiologico HIV Aids 2018. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância.
Duarte M. T. C., Parada C. M. G de L. & Souza L do R. (2014). Vulnerability of women living with HIV/aids. Rev Lat Am Enfermagem. 22(1), 68-75. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-11692014000100068&lng=en&tlng=en.
Dubé K., Zango A., Wiigert J., Meque I., Ferro J. J., Cumbe F., et al. (2014). HIV Incidence in a Cohort of Women at Higher Risk in Beira, Mozambique: Prospective Study 2009–2012. Caylà JA, editor. PLoS One. 9 (1), 84979. http://dx.plos.org/10.1371/journal.pone.0084979.
Kamen C., Arganbright J., Kienitz E., Weller M., Khaylis A., Shenkman T., et al. (2015). HIV-related stigma: implications for symptoms of anxiety and depression among Malawian women. African J AIDS Res. 14 (1), 67-73. http://www.tandfonline.com/doi/full/10.2989/16085906.2015.1016987.
Lakatos E. M. & Marconi M. A. (2001) Fundamentos metodologia científica. Atlas. (4a ed.).
Lansk A. & Mermin J. (2014). Declining HIV Incidence Among Women in the United States. Women’s Heal Issues. 24 (6), 581-3. http://dx.doi.org/10.1016/j.whi.2014.07.002
Maciel M. L. & Bizani D. (2019). Mouseion (issn 1981-7207) perfil das mulheres que solicitam teste anti-hiv no centro de testagem e aconselhamento de canoas, rs.
Mehra D., Ostergren P. O., Ekman B. & Agardh A. (2014). Inconsistent condom use among Ugandan university students from a gender perspective: a cross-sectional study. Glob Health Action.
Mocumbi S., Gafos M., Mungumbe K., Groogall R. & Cormack S. (2017). Programme on behalf of the MD. High HIV prevalence and incidence among women in Southern Mozambique: Evidence from the MDP microbicide feasibility study. Zeeb H, editor. PLoS One. https://dx.plos.org/10.1371/journal.pone.0173243.
Padoin S. M., Zuge S. S., Juliane D. A., Marcelo R. P., Érika E. P. & Cristiane, C. (2015). Mulheres do Sul Brasil em terapia antirretroviral: perfil e o cotidiano medicamentoso. Epidemiol e Serviços Saúde. 24(1), 71–8. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2237-96222015000100071&lng=en&nrm=iso&tlng=pt.
Pulerwitz J., Mathur S. & Woznica D. (2018). How empowered are girls/young women in their sexual relationships? Relationship power, HIV risk, and partner violence in Kenya. PLoS One. 13(7).
Richardson E. T., Collins S. E., Kung T., Jones J. H., Tram K. H., Boggiano V. L, et al. (2014). Gender inequality and HIV transmission: a global analysis. J Int AIDS Soc. 17(1), 19035. http://doi.wiley.com/10.7448/IAS.17.1.19035.
Santos, N. J. S., Barbosa, R. M., Pinho, A. A., Villela, W. V. Aidar, T. & Filipe, E. M. V. (2009). Contextos de vulnerabilidade para o HIV entre mulheres brasileiras. Cad Saude Publica. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2009001400014&lng=pt&tlng=pt.
UNAIDS. (2019). Estatísticas. Website UNAIDS Brasil.
Villela W. V. & Barbosa R. M. (2017) Trajetórias de mulheres vivendo com HIV/aids no Brasil. Avanços e permanências da resposta à epidemia. Cien Saude Colet. 22(1), 87–96. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232017000100087&lng=pt&tlng=pt.
Villela, W. V. & Monteiro S. (2015). Gênero, estigma e saúde: reflexões a partir da prostituição, do aborto e do HIV/aids entre mulheres. Epidemiol e Serviços Saúde. 24(3), 531–40.
Zambenetti, G. & Silva R. A. N. (2015). O paradoxo do território e os processos de estigmatização no acesso ao diagnóstico de HIV na atenção básica em saúde. Estud Psicol. 20 (4).
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Isabela Luiza Machado; Erildo Vicente Muller; Camila Marinelli Martins
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.