Práticas integrativas e complementares segundo os secretários de saúde: Estudo qualitativo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i5.14905

Palavras-chave:

Práticas Integrativas e Complementares; Gestão em Saúde; Integralidade em Saúde; Sistema único de saúde.

Resumo

As Práticas Integrativas e Complementares (PIC) são recursos em saúde que possibilitam o cuidado de acordo os princípios da integralidade, e estão inseridos em um modelo assistencial que extrapola a visão biomédica. O objetivo deste artigo foi compreender a percepção de secretários municipais de saúde sobre as PIC, assim como identificar quais PIC eram conhecidas por eles.  Trata-se de uma pesquisa qualitativa e exploratória, realizada com 22 secretários de saúde em municípios da Bahia. A coleta de dados aconteceu entre os meses de maio e novembro de 2018 nos municípios e nas reuniões da Comissão Intergestores Regional. As entrevistas foram coletadas por meio de roteiro semiestruturado, gravadas, transcritas e analisadas através da análise de conteúdo temática. O estudo apontou que todos os secretários conhecem algumas PIC e também já as utilizaram enquanto recurso terapêutico, obtendo resultados positivos; identificou ainda que apenas 7 secretários conhecem a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) e os municípios não têm lei que regulamente tais PIC; obteve-se também que apenas 5 secretários estudaram as PIC na formação acadêmica. É importante que os secretários conheçam as PIC e seus benefícios como recursos potentes para a saúde, mas não conhecer a PNPIC pode dificultar a operacionalização da implantação das PIC nas regiões de saúde em que eles são gestores. Faz-se necessário a articulação da população, equipes de saúde e gestores de saúde na discussão e elaboração de projetos e programas que fortaleçam as PIC enquanto recurso de saúde potente para a atenção integral em saúde.

Referências

Albear de la Torre, D., Cedeño R. E., Fajardo, C. S., & Riveaux, V. R. (2016 ). Eficacia de la auriculoterapia en pacientes con sacrolumbalgia aguda. MEDISAN, Santiago de Cuba, 20(6): 739-45.

Barceló, N. M., Goyes, A. R. O., López, I. L. M., & Leyva, B. G. (2018). Impacto social de la auriculoterapia en pacientes con estrés y ansiedad. Chakiñan, Revista de Ciencias Sociales y Humanidades, [S.l.](5): 146-156.

Bardin, L. (2011). Análise de Conteúdo: Edições 70.

Carvalho, J. L. S., & Nobrega, M. P. S. S. (2017). Práticas integrativas e complementares como recurso de saúde mental na Atenção Básica. Rev. Gaúcha Enferm., Porto Alegre, 38(4): e2017-0014.

Carvalho, L. B., Oyakawa, A., Martins, R. S., Castro, P. C. G., Ferreira, L. M. N., Melo, J. S. A., et al. (2013). Hérnia de disco lombar: tratamento. Acta Fisiatr, 20(2): 75-2.

Contatore, O. A. Barros, N. F., Durval, M. R. Barrio, P. C. C. C., Coutinho, B. D., Santos, J. A. et al. (2015). Uso, cuidado e política das práticas integrativas e complementares na Atenção Primária à Saúde. Ciênc. saúde coletiva, 20(10): 3263-73.

Fertonani, H. P., Pires, D. E. P., Biff, D., & Scherer, M. D. A. (2015). Modelo assistencial em saúde: conceitos e desafios para a atenção básica brasileira. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, 20(6): 1869-78.

Fischborn, A. F., Machado, J., Fagundes, N. C., & Pereira, N. M. A Política das Práticas Integrativas e Complementares do SUS: o relato da implementação em uma unidade de ensino e serviço de saúde. Cinergis, Santa Cruz do Sul, 17(4): 358-63.

Fontanella, B. J. B., Ricas, J., & Turato, E. R. (2008). Amostragem por saturação em pesquisas qualitativas em saúde: contribuições teóricas. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 24(1): 17-27.

Galhardi, W. M. P., Barros, N. F., & Leite-Mor, A. C. M. B. (2013). O conhecimento de gestores municipais de saúde sobre a Política Nacional de Prática Integrativa e Complementar e sua influência para a oferta de homeopatia no Sistema Único de Saúde local. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, 18(1): 213-20.

Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS : atitude de ampliação de acesso / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica – (2ª ed.) – Brasília, DF.

Santos, A. M., & Giovanella, L. (2014). Governança regional: estratégias e disputas para gestão em saúde. Rev Saúde Pública, 48(4): 622-31.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística,. https://cidades.ibge.gov.br/.

Ischkanian, P. C., & Pelicioni, M. C. F. (2012). Desafios das práticas integrativas e complementares no sus visando a promoção da saúde. Rev. bras. crescimento desenvolv. hum., São Paulo, 22(1): 233-8.

Kurebayashi, L. F. S., Turrini, R. N. T., Souza, T. P. B., Marques, C. F., Rodrigues, R. T. F., & Charlesworth, K. (2017). Auriculoterapia para redução de ansiedade e dor em profissionais de enfermagem: ensaio clínico randomizado. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, 25: e2843.

Linde, K., Allais, G., Brinkhaus, B., Fei, Y., Mehrin, G., Shin, B. C., Vickers, A., & Whit, A. R. (2016). Acupuncture for the prevention of tension‐type headache. Cochrane Database of Systematic Reviews, Issue 4. Art .n:CD007587.

Luz, M. T. (2005). Cultura Contemporânea e Medicinas Alternativas: Novos Paradigmas em Saúde no Fim do Século XX. Physis: Rev. Saúde Coletiva, 15 (Suplemento): 145- 76.

Melchart, D. (2018). From Complementary to Integrative Medicine and Health: Do We Need a Change in Nomenclature? Complement Med Res, 25: 76-8.

Minayo, M. C. S. (2009). O desafio da pesquisa social. In: Minayo, M.C.S.; Deslandes, S.F. & Gomes, R. Pesquisa Social. Teoria, método e criatividade. (28ª ed.), Editora Vozes, p. 9-30.

Nascimento, M. C., Barros, N. F., Nogueira, M. I., & Luz, M. T. (2013). A categoria racionalidade médica e uma nova epistemologia em saúde. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, 18(12): 3595-604.

Nascimento, M. C., Romano, V. F., Chazan, A. C. S., & Quaresma, C. H. (2018). Formação em práticas integrativas e complementares em saúde: desafios para as universidades públicas. Trab. educ. saúde, Rio de Janeiro, 16 (2); 751-772.

Prado, J. M., Kurebayashi, L. F. S., & Silva, M. J. P. (2012). Eficácia da auriculoterapia na redução de ansiedade em estudantes de enfermagem. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo, 46( 5): 1200-1206.

Rigo, J. C., Pires, A. P. M., Oliveira, L. A., Harres, S. S., & Dalacorte, R. R. (2011). Evidências da acupuntura no tratamento da dor lombar. Geriatr Gerontol Aging, 5(3): 175-179.

Sacramento, H. T. (2017). Vitória (ES): experiência exitosa em práticas integrativas e complementares. J Manag Prim Heal Care, .8(2): 333-342,

Salles, L. F., Bel Homo, R. F., & Silva, M. J. P. (2014). Situação do ensino das práticas integrativas e complementares nos cursos de graduação em enfermagem, fisioterapia e medicina. Cogitare Enfermagem, 19(4):741-6.

Salles, S. A. C., & Schraiber, L. B. (2009). Gestores do SUS: apoio e resistências à Homeopatia. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 25(1): 195-202.

Santos, F. A. S., Sousa, I. M. C., Gurgel, I. G. D., Bezerra, A. F. B., & Barros, N. F. (2011). Política de práticas integrativas em Recife: análise da participação dos atores. Rev. Saúde Pública, São Paulo, 45(6): 1154-59.

Silva, A. D. V., Cunha, E. A., & Araújo, R. V. (2020). The benefits of integrative and complementary practices in childbirth work. Research, Society and Development, 9(7): 1-16, e614974468.

Silva, R. M. V., Lima, M. S., Costa, F. H., & Silva, A. C. (2018). Efeitos da quiropraxia em pacientes com cervicalgia: revisão sistemática. Rev. dor, São Paulo, 13(1): 71-4.

Tabarro, C. S., Campos, L. B., Galli, N. O., Novo, N. F., & Pereira, V. M. (2010). Efeito da música no trabalho de parto e no recém-nascido. Rev Esc Enferm USP, 44(2): 445-52.

World Health Organization .Who. (2013). Who Traditional Medicine Strategy 2014-2023: World Health Organization.

Downloads

Publicado

08/05/2021

Como Citar

VIEIRA, L. de O. .; MARTINS FILHO, I. E. .; MEIRA, E. C. . Práticas integrativas e complementares segundo os secretários de saúde: Estudo qualitativo. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 5, p. e30510514905, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i5.14905. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/14905. Acesso em: 2 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde