Internações por estresse no Sul do Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i5.15259

Palavras-chave:

Saúde mental; Brasil; Estresse; Internação.

Resumo

Objetivo: Investigar as internações por estresse nos estados do Sul do Brasil no período de janeiro de 2009 a dezembro de 2018. Metodologia: Foram coletados registros dos arquivos do SIH/SUS (Sistema Internação Hospitalar do Sistema único de Saúde) na plataforma eletrônica do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), referente às internações cujo diagnóstico principal contido no capítulo V do CID – 10 pertencessem à categoria F43 “Reações ao “stress” grave e transtornos de adaptação” e subcategorias. A tendência temporal foi avaliada por regressão joinpoint (versão 3.4.2.) e a análise geoespacial por meio do software Quantum Gis (QGIS), versão 2.16. Resultados: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul apresentaram tendência decrescente com valores de Annual Percentage Change (APC) de -14.7, -6.2 e -15.8, respectivamente. O gênero feminino foi mais incidente, com exceção de 2013 e 2017. Separando as internações F43 em subcategorias, a F43.0 (Reação aguda ao “stress”) foi a principal causa de internação por estresse (4.27). A análise espacial apresentou 57 municípios High-High (p<0.05). Conclusão: Os dados obtidos sugerem que com a implantação da Portaria nº 3.088 de 23 de dezembro de 2011, o número de casos por internação por estresse diminuiu. O gênero feminino apresentou maior risco de desenvolvimento de outras doenças e de internamento decorrentes do estresse e a tendência se mostrou decrescente com maiores internações em regiões onde há o reflexo das incertezas do mercado de trabalho, bem como da precariedade das condições sociais ideais.

Referências

Barros, R. E. M., Tung, T. C., & Mari, J. J. (2010). Serviços de emergência psiquiátrica e suas relações com a rede de saúde mental Brasileira. Brazilian Journal of Psychiatry, 32(2), S71-S77. https://doi.org/10.1590/S1516-44462010000600003

Brasil. Ministério da Saúde (BR). Portaria n.º 3.088/GM de 23 de dezembro de 2011(BR). Institui a Rede de Atenção Psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Diário Oficial da União, Brasília (DF), 26 dez 2011. 19

Brasil. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Núcleo de Apoio à Saúde da Família / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. 116 p.

Brasil. Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001. Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Diário Oficial Eletrônico, Brasília, DF, 09 abr. 2001, p. 2.

Costa, F. A. da. (2018). Mulher, trabalho e família: os impactos do trabalho na subjetividade da mulher e em suas relações familiares. Pretextos - Revista Da Graduação Em Psicologia Da PUC Minas, 3(6), 434 -452. Recuperado de http://periodicos.pucminas.br/index.php/pretextos/article/view/15986

Figueiredo, M. G. de, & Diniz, G. R. S. (2018). Mulheres, casamento e carreira: um olhar sob a perspectiva sistêmica feminista. Nova Perspectiva Sistêmica, 27(60), 100-119. https://doi.org/10.38034/nps.v27i60.393

Freitas, G. R., Calais, S. L. & Cardoso, H. F. (2018). Estresse, ansiedade e qualidade de vida em professores: efeitos do relaxamento progressivo. Psicologia Escolar e Educacional, 22(2), 319-326. https://doi.org/10.1590/2175-35392018018180

Gama, J. R. de A. (2012). A reforma psiquiátrica e seus críticos: considerações sobre a noção de doença mental e seus efeitos assistenciais. Physis: Revista de Saúde Coletiva, 22(4), 1397-1417. https://doi.org/10.1590/S0103-73312012000400008

Guimarães, A. M. V., Neto, A. C. da S., Vilar, A. T. S., Almeida, B. G. da C., Fermoseli, A. F. de O. & Albuquerque, C. M. F. de. (2015). Transtornos De Ansiedade: Um Estudo De Prevalência Sobre As Fobias Específicas E A Importância Da Ajuda PsicológicA. Caderno De Graduação - Ciências Biológicas E Da Saúde. 3(1), 115–128. https://periodicos.set.edu.br/fitsbiosaude/article/view/2611

Instituto Brasileiro De Geografia E Estatística (IBGE cidades). <https://cidades.ibge.gov.br/>.

Instituto Brasileiro De Geografia E Estatística (IBGEa). Projeções da população, 2018. https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/populacao/9103-estimativas-de-populacao.html?=&t=o-que-e

Instituto Brasileiro De Geografia E Estatística (IBGEb). Bases cartográficas, 2018. <https://mapas.ibge.gov.br/bases-e-referenciais/bases-cartograficas/cartas.html>.

Lipp, M. E. N. (2015). Manual do inventário de sintomas de stress para adultos de Lipp (ISSL). (3a ed.), Casa do Psicólogo.

Organização Mundial Da Saúde (OMS). Depression and Other Common Mental Disorders. 2017. < https://apps.who.int/iris/bitstream/hand le/10665/254610/WHO-MSD-MER-2017.2-eng.pdf;jsessionid=848D873D4B3BE7A7 2CA6F00CCA9A0954? sequence=1 >.

Organização Mundial Da Saúde (OMS). Plan de acciόn sobre salud mental 2013-2020 http://www.who.int/mental_health/publications/action_plan/es/ .

Organização Pan-Americana da Saúde. The Burden of Mental Disorders in the Region of the Americas, 2018. OPAS.

Pereira, R. A. S., Silva, M. B., Souza, L. V., Araujo, A. M. de O., Costa, R. de A. da, & Silva, F. G. d, (2014). O processo de desinstitucionalização no Brasil. cliniCAPS, 8(23). https://www.clinicaps.com.br/Pereira_R_A_S_&_Cols.pdf

Peres, R. S., Silva, J. A. da, & Carvalho, A. M. R. de. (2003). Um olhar psicológico acerca do desemprego e da precariedade das relações de trabalho. Psicologia: teoria e prática, 5(1), 97-110. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-36872003000100008&lng=pt&tlng=pt.

Pitta, A. M. F. (2011). Um balanço da reforma psiquiátrica brasileira: instituições, atores e políticas. Ciência & Saúde Coletiva, 16(12), 4579-4589. https://doi.org/10.1590/S1413-81232011001300002

Rasella, D., Basu, S., Hone, T., Souza, R. P., Reis, C. O. O., & Millett, C. (2018). Child morbidity and mortality associated with alternative policy responses to the economic crisis in Brazil: A nationwide microsimulation study. PLoS Med 15 (5): e1002570.

Sociedade De Cardiologia Do Estado De São Paulo (SOCESP). Saúde cardiovascular da mulher brasileira. São Paulo, Brasil, 2019. <http://mulherespelocoracao.com.br/wp-content/uploads/2019/09/Saude-Cardiovascular-das-Mulheres-SOCESP-Final-version-24-09-19-SOCESP_HF.pdf>.

Stewart, D. E., & Vigod, S. N. (2019). Update on Mental Health Aspects of Intimate Partner Violence. The Medical clinics of North America, 103(4), 735–749. https://doi.org/10.1016/j.mcna.2019.02.010

Travasso, S. M., Rajaraman, D., & Heymann, S. J. (2014). A qualitative study of factors affecting mental health amongst low-income working mothers in Bangalore, India. BMC women's health, 14, 22. https://doi.org/10.1186/1472-6874-14-22

Zanardo, G. L. de P., Silveira, L. H. de C., Rocha, C. M. F., & Rocha, K. B. (2017). Internações e reinternações psiquiátricas em um hospital geral de Porto Alegre: características sociodemográficas, clínicas e do uso da Rede de Atenção Psicossocial. Revista Brasileira de Epidemiologia, 20(3), 460-474. https://doi.org/10.1590/1980-5497201700030009

Zordan, E. P., Falcke, D., & Wagner, A. (2014). Copiar ou (re)criar? Perspectivas histórico-contextuais do casamento. In A. Wagner (Org.), Como se perpetua a família? A transmissão dos modelos familiares. EdiPUCRS, 47-65.

Downloads

Publicado

15/05/2021

Como Citar

BERNARDINELI, A. J.; UCHIDA, D. T. .; SILVA, L. L. .; MARCHIORI ANTUNES ARAÚJO, C. R. .; PUJALS, C. .; PELLOSO, S. M. .; CARVALHO , M. D. B. .; PEDROSO, R. B. . Internações por estresse no Sul do Brasil. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 5, p. e51410515259, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i5.15259. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/15259. Acesso em: 22 nov. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde