Avaliação da Dispersão da onda p e da Fração de Ejeção do Átrio Esquerdo em Pacientes com Acidente Vascular Encefálico Isquêmico Cardioembólico
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i6.15301Palavras-chave:
Acidente vascular encefálico; onda p; Função atrial.Resumo
Introdução: Estudos demonstram que a dispersão da onda p e a fração de ejeção do átrio esquerdo são preditores de eventos cardiovasculares. Objetivos: Verificar a associação da dispersão da onda p e da fração de ejeção do átrio esquerdo com o acidente vascular isquêmico cardioembólico. Métodos: Trata-se de um estudo observacional, transversal e caso-controle, com 61 pacientes, idade média de 65,6 anos, com acidente vascular encefálico isquêmico em ritmo sinusal, submetidos à avaliação clínica, com determinação do escore de CHA2DS2-VASc, eletrocardiograma, ecocardiograma e ultrasonografia com Doppler de artérias carótidas e vertebrais. Os grupos foram alocados como cardioembólicos (casos) e não cardioembólicos (controles). A dispersão da onda p foi obtida com velocidade do traçado eletrocardiográfico de 12 derivações em 50 mm/s, através da subtração entre a maior e a menor onda p. A fração de ejeção do átrio esquerdo foi obtida através do método de Simpson biplanar modificado. Aprovado no comitê de ética e pesquisa da UERN com o número 2.536.483. Resultados: Os valores médios da dispersão da onda p foram de 62,5 ms para os casos e 49 ms para os controles (p=0,025). Para fração de ejeção do átrio esquerdo os casos apresentaram média de 42,9% e os controles de 55,8% (p=0,003). Para o escore de CHA2DS2-VASc os valores médios foram de 3,6 e 3,1 para os casos e controles, respectivamente (p=0,35). Os fatores de risco cardiovascular mostraram distribuição semelhante nos 2 grupos. Conclusão: Nos pacientes em ritmo sinusal acometidos de acidente vascular encefálico isquêmico, a dispersão da onda p e a fração de ejeção do átrio esquerdo mostraram associação com o subtipo cardioembólico.
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