As notificações das doenças diarreicas agudas em um município do Pantanal
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i5.15314Palavras-chave:
Doença tropical; Pluviometria; Fluviometria.Resumo
A Doença Diarreica Aguda (DDA) constitui um problema de saúde pública global, com 1,7 bilhão de casos na infância por ano. Sua ocorrência pode estar relacionada à fatores sociais, culturais, nutricionais e ambientais, tais como baixas coberturas de saneamento básico e a dinâmica das águas de uma região. Em situações de intensas chuvas e inundações os casos de diarreia tendem a aumentar. Considerando o exposto, o presente trabalho visa comparar a ocorrência de diarreia em Cáceres-MT numa série temporal (2015, 2017 e 2018 - 2016 foi excluído por ausência de dados) com os índices pluviométricos e fluviométricos. As ocorrências de diarreia foram extraídas do SIVEP-DDA; os dados sobre pluviosidade foram obtidos em tabelas disponíveis no site do Instituto Nacional de Meteorologia e os dados sobre o nível do rio em planilhas alimentadas e disponibilizadas pela Marinha do Brasil/Serviço de Sinalização Náutica do Oeste. Nos anos de 2015, 2017 e 2018 foram registrados 5.686 casos de diarreia em Cáceres-MT. Os resultados demonstraram que o aumento das ocorrências de DDA está significativamente relacionado com o aumento do nível do Rio Paraguai. Durante os meses de águas baixas, as ocorrências de DDA reduzem 28% em relação ao período de águas altas, porém sem uma relação significativa com a redução do nível do rio. O uso da água não tratada nesta época pode estar contribuindo para o aumento das DDAs, indicando uma relação entre a dinâmica das águas e os casos de diarreia em Cáceres-MT.
Referências
Aguiar, D. B. (2016). O perfil epidemiológico da diarreia aguda e sua correlação com indicadores ambientais e sócio-econômicos do município de Boa Vista- Roraima. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Roraima.
Agência Nacional das Águas. (2010). https://www.ana.gov.br/as-12-regioes-hidrograficas-brasileiras/paraguai
Albuquerque, D. F., Pessoa, F. C. L., Gomes, E. P. & Santana, L. R. (2020). Relação entre o abastecimento de água e a ocorrência de doenças em indígenas no estado do Maranhão, Brasil. Research, Society and Development.
Barelli, C. S. G. A. P., Galbiati, C., Scochi, M. J., Silva, A, R. B. & Demarchi, F. F. (2012). Ocorrência de diarreia infantil e qualidade da água de consumo doméstico em Cáceres/MT, município do Pantanal Brasileiro. Seminário Nacional de Diretrizes da Enfermagem na Atenção Básica em Saúde.
Brasil. (2010). Ministério da Saúde. Capacitação em monitorização das doenças diarréicas agudas – MDDA: manual do monitor.
Brasil. (2018). Ministério da Saúde. Saúde Brasil 2017: Uma análise da situação de saúde e os desafios para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Brasília, DF.
Buhler, H. F., Neves, S. M. A. S., Ignotti, E. & Souza, C. K. J. (2012). Indicadores integrados de saúde e ambiente para morbimortalidade por diarreia infantil nos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, com ênfase na bacia do alto Paraguai. Anais 4º Simpósio de Geotecnologias no Pantanal.
Buhler, B. F., Souza, C. A., & Oliveira Junior, E. S. (2013). Qualidade da Água do Rio Paraguai no Perímetro Urbano em Cáceres – MT, Brasil. Revista Geopantanal. UFMS, Grupo de Pesquisa Pantanal Vivo.
Dias, D. M. (2010). Morbimortalidade por gastroenterites no Estado do Pará. Revista Pan Amazônica Saúde.
Façanha, M. C. & Pinheiro, A. C. (2005). Comportamento das doenças diarreicas agudas em serviços de saúde de Fortaleza, Ceará, Brasil, entre 1996 e 2001. Caderno de Saúde Pública.
FNP – Frente Nacional dos Prefeitos. (2018). G100: municípios populosos com baixa receita per capita e alta vulnerabilidade sócio econômica.
Fonseca, P. M. A. (2018). Influência de variáveis hidro-climáticas na ocorrência de diarreias em menores de 5 anos na Amazônia Ocidental. (Tese) Doutorado. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia.
Gil, A. C. (2002). Como Elaborar Projetos de Pesquisa? Atlas.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2010). http://www.ibge.gov.br/cidades.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2019). https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-detalhe-de-midia.
Instituto Nacional de Metereologia. http://www.inmet.gov.br/portal/index.php?r=bdmep/bdmep.
Lázaro, W. L., Oliveira Junior, E. S., Da Silva, C. J. & Muniz, C. C. (2020). Climate change reflected in one of the largest wetlands in the world: an overview of the Northern Pantanal water regime. Acta Limnologica Brasiliensia.
Mato Grosso (2007). Censo Econômico dos Municípios. http://www.indicador.seplan.mt.gov.br/censo.
Marinha do Brasil (2019). Serviço de Sinalização Náutica do Oeste. https://www.marinha.mil.br/ssn-6/?q=alturaAnterioresRios.
Nodari, P. R. G., Neves, S. M. A. S., Silva, G. J. O. & Nodari, D. E. (2018). Indicadores de saúde ambiental nos assentamentos do município de Cáceres - faixa fronteiriça Brasil/Bolívia. Journal Health NPEPS.
Oliveira-Junior, E. S., Buhler, B. F., Muniz, C. C. & Furlan, A. O. (2014). Córregos urbanos do município de Cáceres-MT, Brasil: Um Olhar para a conservação. Revista Eletrônica em Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental.
Oliveira Junior, E. S. (2021). Aplicação de protocolos de avaliação rápida como ferramenta robusta na qualificação ambiental em dois córregos urbanos que deságuam no Rio Paraguai. Raega - O Espaço Geográfico em Análise.
Papini, S. (2009). Vigilância em Saúde Ambiental - Uma Nova Área da Ecologia. (2a ed.), revista e ampliada. Química Nova.
Portela, R. A., Leite, V. D., Pereira, C. F. & Rocha, E. M. F. M. (2013). Comportamento das doenças diarreicas nas mudanças sazonais no município de Campina Grande – PB. HYGEIA/Revista Brasileira de Geografia Médica e da Saúde.
São Paulo (2008). Monitorização das Doenças Diarreicas Agudas. Normas e Instruções.
Souza, C. O., Silva, M. C. M., Loureiro, E. C. B., Sousa, E. B., Ramos, E. M. L. S & Souza, V. F. M. (2012). Fatores de risco e etiologia infecciosa da doença diarreica no Município de Juruti, Estado do Pará, Brasil. Revista Pan Amazônica de Saúde.
Valentim, L. A., Diniz, D. W. R., Campos, G. M. P., Esquerdo, G. A. M., Melo, G. C. C. & Correia, Y. P. B. (2020). Vulnerabilidades individuais e sociais para ocorrência de parasitoses em comunidades ribeirinhas da Amazônia Paraense. Research, Society and Development.
Instituto Trata Brasil. (2011). A importância do Saneamento Básico para a Saúde nos 25 municípios do Pacto em Defesa das Cabeceiras do Pantanal - Uma Aliança para o Desenvolvimento Sustentável da Região. http://www.tratabrasil.org.br/images/projetos-sociais/cabeceiras-pantanal/estudo-pantanal-online.pdf
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Barbara Ferraz Bühler; Sandra Mara Fernandes Bonilha; Ernandes Sobreira Oliveira Junior
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
