O contexto das pessoas vivendo com aids em um município do Amazonas
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i6.15454Palavras-chave:
Perfil de Saúde; HIV; Síndrome de imunodeficiência adquirida.Resumo
Este estudo teve como objetivo analisar a gestão dos casos de aids em Humaitá, Amazonas, no período de 2010 a 2019. Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, realizado de forma transversal e abordagem quantitativa por meio dos registros das pessoas vivendo com aids, acessíveis no Painel de Indicadores do Ministério da Saúde e instrumentos de gestão do município. Os dados foram analisados por meio de análise estatística descritiva no programa Microsoft Excel. Verificou-se que a maior taxa de detecção de casos (29 casos/100 mil hab.) e bruta de mortalidade (5,4 óbitos) foram registradas em 2019; em gestantes em 2014 (4,1 casos/ 100.000 hab.) e em crianças menores de 5 anos em 2012 (20 casos/ 100.000 hab.). Houve predomínio dos casos de aids em homens (63%), pardos (76,1%), com ensino médio completo (20,7%) e a categoria de exposição entre o sexo masculino com 13 anos ou mais por meio da relação heterossexual (53,6%). As ações e estratégias são semelhantes e se repetem ao longo dos anos, envolvendo a ampliação da Estratégia de Saúde da Família, além do CTA para o rastreamento pela testagem rápida, porém sem incluir a prevenção da transmissão vertical e/ ou acompanhamento de crianças menores de 5 anos. Diante de tais achados, destaca-se a importância das ações descentralizadas para a prevenção, o fortalecimento de estratégias voltadas para o acompanhamento dos casos, estruturação própria do SAE, provisão de equipe multiprofissional completa, além do envolvimento e inclusão dos diferentes atores no planejamento para o controle da doença.
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