Influência da vitamina B12 e do ácido fólico sobre distúrbios cognitivos em idosos
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i1.1553Palavras-chave:
Envelhecimento; Deficiência de Vitaminas; Cognição.Resumo
No envelhecimento é comum a ocorrência de algum nível de comprometimento funcional como consequência de problemas de saúde próprios dessa fase da vida. A literatura demonstra a importância dos micronutrientes para prevenção ou controle desses agravos. Nesse contexto, a vitamina B12 e o ácido fólico (B9) merecem destaque, pois sua deficiência está associada a complicações que podem diminuir a qualidade de vida dessa população. Diante disso, o objetivo do presente estudo foi realizar uma revisão para descrever aspectos importantes relativos a associação entre B12 e B9 na saúde cognitiva de idosos. Foram utilizados um total de 16 artigos para compor a revisão, divididos em 3 categorias de análise que relacionam esses micronutrientes com a ocorrência de doença de Alzheimer, perda de cognição e presença de depressão em idosos. Foram observados baixos níveis de B12 e B9 na doença de Alzheimer. A maioria dos artigos relacionou redução dos níveis das vitaminas com baixa performance no desempenho cognitivo, e por fim, foram verificadas baixas concentrações dos micronutrientes em idosos com depressão. Com base no exposto infere-se que a deficiência de B12 e B9 está associada ao aumento da concentração de homocisteína e ácido metilmalônico que provocam alterações no sistema nervoso central, resultando especialmente em depressão e comprometimento cognitivo, tornando importante a avaliação rotineira dos níveis dessas vitaminas em idosos visto que constituem um grupo de alta vulnerabilidade.
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