A sexualidade em adolescentes com transtorno do espectro autista (TEA): Revisão integrativa
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i6.15558Palavras-chave:
Transtorno autístico; Educação sexual; Sexualidade; Adolescente.Resumo
Introdução: o transtorno do espectro autista (TEA) é visto como um distúrbio global do desenvolvimento, cujas áreas afetadas são a linguagem, a cognição e a interação social. Assim, a imaturidade, especialmente percebida pelos seus familiares, agrava a dificuldade em lidar com assuntos acerca da sexualidade, causando resistência em aceitar que o autista seja possuidor de direitos em relação aos seus desejos e manifestações sexuais. Objetivo: analisar as evidências científicas a respeito do desenvolvimento da sexualidade em adolescentes autistas. Metodologia: trata-se de uma revisão integrativa de literatura, elaborada por meio da busca e síntese dos resultados de estudos publicados, relacionados à sexualidade e autismo. Em pesquisa realizada na base de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), utilizou-se a seguinte estratégia de busca: Educação Sexual, Sexualidade, Adolescente e Transtorno Autístico, indexados nos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e no sistema de métodos médicos da língua inglesa Medical SubjectHeadings (MeSH). Ainda, para a busca avançada, aplicou-se a terminologia booleana “and”, cobrindo, portanto, o período de 2015 até junho de 2020, nos idiomas português, inglês e espanhol. Resultados: 05 artigos preencheram os critérios de elegibilidade, sendo selecionados e analisados. Os resultados apontam para que o tema seja discutido considerando a efetiva possibilidade de manifestação e vivência da sexualidade por partes dos acometidos por TEA, contribuindo, assim, para a melhora da sua qualidade de vida. Conclusão: tratar sobre a sexualidade de pessoas com algum tipo de deficiência, limitação ou necessidade especial, embora complexo, é fundamental para questionar equívocos, mitos e exclusões.
Referências
Beddows, N. & Brooks, R. (2015). Inappropriate sexual behaviour in adolescents with autism spectrum disorder: what education is recommended and why. EarlyIntervention in Psychiatry, 10(4), 282 – 289.
Bernstein, N. R. (1992). A sexualidade em adolescentes deficientes mentais. Em M. Sugar, Adolescência atípica e sexualidade. Porto Alegre: Artes Médicas.
BRASIL. LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015. Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Presidência da República. Secretaria-Geral. Subchefia para Assuntos Jurídicos, 2015.
Brilhante A. V. M., Filgueira, L. M. A., Lopes, S. V. M. U., Vilar, N. B. S., Nóbrega, L. R. M., Pouchain, A. J. M. V. & Sucupira L. C. G. (2021). “Eu não sou um anjo azul”: a sexualidade na perspectiva de adolescentes autistas. Ciência & Saúde Coletiva, 26(2), 417 – 423.
Cedano, Y. M., Rivera-Caquías, N., Alvarez-Alvarez, M. & Vega-Carrero, M. (2020). Transtorno del espectro autista en féminas. Revista Caribeña de Psicología, 4(3), 281 - 294.
Çelikkol, C. & Bilgiç, A. (2018). Excessive Masturbation Successfully Treated with Fluoxetine in an Adolescent with Autism Spectrum Disorder and Coexisting Depression. Journal of Child and Adolescent Psychopharmacology, 28(7), 491 – 492.
Cividini-Motta, C., Moore, K., Fish, L. M., Priehs, J. C. & Ahearn W. H. (2020). Reducing Public Masturbation in Individuals With ASD: An Assessment of Response Interruption Procedures. Behavior Modification, 44(3), 429 - 448.
Cooper, K., Smith, L. G. & Russel, A. J. (2018). Gender identity in autism: sex differences in social affiliation with gender groups. Journal of Autism and Development Disorders, 48(12), 3995 - 4006.
Curtis, A. (2017). Why Sex Education Matters for Adolescents with Autism Spectrum Disorder. American Journal of Nursing, 117(6), 11.
Davis, T. N., Machalicek, W., Scalzo, R., Kobylecky, A., Campbell, V., Pinkelman, S., Chan, J. M. & Sigafoos, J. (2016).A Review and Treatment Selection Model for Individuals with Developmental Disabilities Who Engage in Inappropriate Sexual Behavior.BehaviorAnalysis in Practice, 9(4), 389 – 402.
De Tilio, R. (2017). Transtornos do Espectro Autista e sexualidade: um relato de caso na perspectiva do cuidador. Psicología, Conocimiento y Sociedad, 7(1), 36 - 58.
Dekker, L. P., Vegt, E. J. M., Visser, K.,Tick, N., Boudesteijn, F. C. V., Maras, A. &Greaves-Lord, K. (2015). Improving Psychosexual Knowledge in Adolescents with Autism Spectrum Disorder: Pilot of the Tackling Teenage Training Program.Journal of Autism Development and Disorders, 45(6), 1532 – 1540.
Dewinter, J. Vermeiren, R., Vanwesenbeeck, I. & Van Nieuwenhuizen, Ch. (2016). Parental Awareness of Sexual Experience in Adolescent Boys With Autism Spectrum Disorder. Journal of Autism and Developmental Disorders, 46(2), 713 - 719.
Dickerson, M. U. (1982). New challenges for parents of the mentally retarded in the l980s. The Exceptional Child, 29 (l), 5 - l2.
Eckerd, M. (2020).Detection and diagnosis of ASD in females.Journal of Health Service Psychology, 46(1), 37 - 47.
Fernandes, L. C., Gillberg, C. I., Cederlund, M., Hagberg, B., Gillberg, C. & Billstedt, E. (2016). Aspects of sexuality in adolescents and adults diagnosed with autism spectrum disorders in childhood. Journal of Autism and Developmental Disorders, 46(9), 3155 - 3165.
Foucault, M. (1999). História da Sexualidade I: A Vontade do Saber. Rio de Janeiro: Graal.
Ginevra, M. C., Nota, L. & Stokes, M. A. (2016).The differential effects of Autism and Down's syndrome on sexual behavior.Autism Research, 9(1), 131 – 140.
Hirosawa, T., Kontani, K., Fukai, M., Kameya, M., Soma, D., Hino, S., Kitamura, T., Hasegawa, C., Na, K., Takahashi, T., Yoshimura., Y. & Kikuchi, M. (2020). Different associations between intelligence and social cognition in children with and without autism spectrum disorders.PLoS One, 15(8), 01 – 18.
Holmes, L. G., Himle, M. B. & Strassberg, D. S. (2015). Parental romantic expectations and parent-child sexuality communication in autism spectrum disorders. Autism, 20(6), 687 - 699.
Holmes, L. G., Strassberg, D. S. & Himle, M. B. (2019).Family sexuality communication for adolescent girls on the autism spectrum.Journal of Autism Development and Disorders, 49(6), 2403 – 2416.
Kaltiala-Heino, R., Tiolajarvi, M. & Lindberg, N. (2019). Sexual experiences of clinically referred adolescents with features of gender dysphoria. Clinical Child Psychology and Psychiatry, 24(2), 365 – 378.
Lacerda, M. R. & Costenaro, R. G. S. (2016). Metodologia da pesquisa para a enfermagem e saúde: da teoria à prática. Porto Alegre: Moriá.
Lipp, M. N. (1988). Sexo para deficientes mentais. Sexo e excepcional dependente e não dependente. São Paulo: Cortez.
Mackin, M. L., Loew, N., Gonzalez, A., Tykol, H. & Christensen.(2016). Parent perceptions of sexual education needs for their children with autism.Journal ofPediatricNursing, 31(6), 608 - 618.
Meeus, W. (2016). Adolescent Psychosocial Development: A review of longitudinal models and research. Developmental Psychology, 52(12), 1969 - 1993.
Mendes, K. D. S., Silveira, R. C. de C. P. & Galvão, C. M. (2008). Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto & Contexto - Enfermagem, 17(4), 758 – 764.
Moraes, A. L., Costa, S. C. S., Silva, S. S., Boulhosa, M. F., Feitosa E. S. & Costa, C. M. L. (2019). O adolescente e sua sexualidade: uma abordagem em educação e saúde na escola. Enfermagem em Foco, 10(2), 149 - 154.
Nascimento, T. R. C. & Bruns, M. A. T. (2020). A família e a de sexualidade de filhos/as autistas: o que a literatura científica nacional oferece?.Revista Brasileira de Sexualidade Humana, 30(1), 8 – 13.
Nosek, M. A., & Simmons, D. K. (2007). Sexual and Reproductive Health Disparities Experienced by People with Disabilities: Myth versus Reality. Californian Journal of Health Promotion, 5(1), 68 - 81.
Oliveira, A. A. & Machado F. C. L. (2018). Adolescência, suicídio e o luto dos pais. Revista UNINGÁ, 55(2), 141 - 153.
Ottoni, A. C. V. & Maia, A. C. B. (2019). Considerações sobre a sexualidade e educação sexual de pessoas com transtorno do espectro autista. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, 14(2), 1265 – 1283.
Pecora, L. A., Hancock, G. I.,Hooley, M., Demmer, D. H., Attwood, T., Mesibov, G. B. & Stokes, M. A. (2020). Gender identity, sexual orientation and adverse sexual experiences in autistic females.Molecular Autism, 11(1), 1 – 16.
Pinheiro, J. C. & Filho, E. L. L. (2020). Afetividade na aprendizagem do aluno com transtorno do espectro autista. Revista Expressão Católica, 9(1), 71 - 79.
Da Rocha, M. V. & De Mesquita, A. C. C. (2018). Liberdade Sexual: autismo e a disposição ao próprio corpo. Revista Duc In Altum Cadernos de Direito, 10(22), 05 - 23.
Souza, M. T., Silva, M. D. & Carvalho, R. (2010). Revisão integrativa: o que é e como fazer. Einstein, 8(1), 102 - 106.
Turner, D., Briken, P. & Schottle, D. (2017). Autism-spectrum disorders in adolescence and adulthood: focus on sexuality. CurrentOpinion in Psychiatry, 30(6), 409 – 416.
Villamayo, V. L. (2020). Expresión sexual de las personas con TEA: percepción de los profesionales de la educación. Siglo Cero, 51(2), 33 – 53.
Visser, K.,Greaves-Lord, K., Tick, N. T., Verhulst, F. C., Maras, A. & Van Der Vegt, E. J. M. (2017). A randomized controlled trial to examine the effects of the Tackling Teenage psychosexual training program for adolescents with autism spectrum disorder.Journal of Child Psychology and Psychiatry, 58(7), 840 – 850.
Zerbinatti, J. P. & Bruns, M. A. T. (2017). Sexualidade e Educação: revisão sistemática da literatura científica nacional. Revista Travessias, 11(1), 76 - 92.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Marcia Helena Rodrigues de Freitas Arend; Eduardo Timm Maciel; Alessandra Andrade Fantinelli; Danielen Eggres; Susane Graup; Rodrigo de Souza Balk
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.