Caminhos da reforma agrária popular agroecológica
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i6.15603Palavras-chave:
Reforma agrária popular Agroecológica; Movimentos sociais; Democratização do acesso a terra.Resumo
Este artigo tem por objetivo analisar os possíveis caminhos para a construção de uma Reforma Agrária Popular e Agroecológica. Mesmo com sua importância, essa temática tem encontrado ao longo da história brasileira fortes resistências por parte dos latifundiários e do Estado. A metodologia que deu corpo a este artigo fundamenta-se em um ensaio teórico de base bibliográfica e com análise de documentos. O estudo resgata o processo histórico que consolida as raízes da reforma agrária, dialogando com autores como Ianni (1965;1976), Bandeira (1978), Sodré, entre outros. Contudo, traz elementos conceituais que buscam compreender a agroecologia, como parte das bandeiras de luta dos movimentos sociais. Apresenta uma construção atual, denominada de Reforma Agrária Popular, que parte dos movimentos sociais, em que discute-se o futuro da classe trabalhadora do campo. Esta proposta de Reforma Agrária Popular estrututura-se em um plano que articula a mobilização popular na luta pela democratização do acesso à terra, por trabalho, moradia, educação, cultura, produção de alimentos saudáveis para toda a população e na defesa da biodiversidade. Por fim, este estudo revelou um processo em curso, demarcado por intensas lutas dos movimentos sociais no campo, que ao mesmo tempo que denunciam o abandono dos trabalhadores camponeses e o descaso com o meio ambiente, reivindicam urgência na execução de uma Reforma Agrária Popular Agroecológica, que seja orgânica da classe trabalhadora e que possa superar as mazelas causadas pelo agronegócio, principalmente frente a deteriorização da questão ambiental e a falta de condições da reprodução da vida no meio rural.
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