Estudo de caso-controle em jovens moradores de regiões fluoretadas e não fluoretadas
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i6.15646Palavras-chave:
Epidemiologia; Saúde Bucal; Cárie Dentária; Fluoretação.Resumo
Objetivou-se verificar a prevalência e a severidade da cárie dentária em jovens de 12 anos de um município que realiza regularmente a fluoretação das águas de abastecimento público, desde 1972, comparando as condições de saúde bucal entre jovens nascidos e não nascidos no local. Trata-se de um estudo de caso-controle, realizado em 164 escolares de 12 anos matriculados em escolas públicas de um município que realiza ininterruptamente a fluoretação das águas do sistema público de abastecimento. O grupo controle foi composto por jovens com CPOD=0 (n=82) e o grupo caso foi composto por jovens com CPOD>0 (n=82). O fato de não ter nascido e vivido sempre no município foi considerado o fator de exposição. A avaliação da condição dentária foi realizada utilizando-se o índice CPOD. Verificou-se que o índice CPOD médio dos 164 escolares foi de 1,00±1,24. Houve associação estatisticamente significante (p=0,001) entre a experiência de cárie dentária e o fator de exposição, apresentando odds ratio= 3,0134 (IC 95%= 1,5944 - 5,6953). As médias do índice CPOD (não-expostos= 0,44±0,67; expostos= 1,31±1,32), do componente dentes cariados (não-expostos= 0,12±0,34; expostos= 0,49±0,89) e do componente dentes obturados (não-expostos= 0,40±0,73; expostos= 0,83±1,05) foram significativamente menores (p<0,05) nos adolescentes que nasceram e viveram sempre no município que realiza regularmente a fluoretação das águas de abastecimento público, em comparação aos nascidos em outro município. Conclui-se que houve associação entre o acesso à água fluoretada regularmente desde o nascimento e menor prevalência e severidade de cárie dentária.
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