Relato sobre a pesca do robalo no Canal de Bertioga durante a Pandemia COVID-19
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i6.15805Palavras-chave:
Centropomus; Manguezal; Lockdown.Resumo
O Canal de Bertioga é delimitado pelo continente e pela ilha de Santo Amaro, constituindo a unidade natural que conecta os municípios de Santos, Guarujá e Bertioga com o oceano. É considerado como uma das regiões mais visitadas por pescadores amadores no estado de São Paulo. A presente pesquisa buscou analisar alterações na prática da pesca amadora de robalos, no canal de Bertioga, decorrentes dos impactos da pandemia do COVID-19. Foi visitado, entre fevereiro e abril de 2021, um ponto de embarque localizado no trecho sul deste canal, com o objetivo de inventariar as condições e serviços oferecidos aos pescadores esportivos da região, durante o período de restrição provocado pela pandemia COVID-19. Neste local, os principais serviços são aluguel de barcos e motores de popa, além de venda de camarões como iscas vivas. No período de fechamento do comércio varejista, barcos foram alugados com maior frequência para pescadores esportivos, em dias que, frequentemente, não havia grande exercício dessa atividade, como em dias úteis da semana. Relatos sobre a intensa movimentação de barcos, que trafegam acima da velocidade permitida (5 nós) desestabilizando as margens e a vegetação do manguezal foram apontados como um impacto do período de restrição. A pesca irregular, com rede de “malhão” também tem provocado danos ambientais, com a redução da biodiversidade aquática no canal. Enfatizamos a atuação das políticas públicas no setor, garantindo saúde, segurança alimentar e geração de renda, amenizando a crise e recuperando economias locais.
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